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Críticas

Magnólia

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O acaso é mais frequente do que imaginamos, ou ele pode servir para mostrar a interveção de algo divino? Grosso modo, Magnólia parece brincar com as duas possíbilidades. Só um Diretor com imensa capacidade, como o é P. T. Anderson para alçar voô tão alto desses "dilemas" sob conflitos do cotidiano da sociedade moderna (ou pós-moderna, pra quem preferir). Magnólia reafirma aquilo que já é praxe: A virada para o séc. XXI foi o período mais frutíferos em bons filmes da história de Hollywood.

Começando no prólogo, que serve mais como exemplo do narrador do que viria, três narrativas de mortes que envolveram coincidências bizarras, pra lá de tragi-cômicas e que são uma espécie de lendas urbanas, parecem apontar para um sentido de que os acasos no filme parece querer provar um paradoxo: as coincidências apontam uma espécie de predestinação. Sugerindo que por trás dessas coincidências existisse uma "força maior", uma ordem reguladora.

Em seguida, somos levados através de várias histórias onde as situações de seus personagens estão sempre se cruzando. Frank T. J. Mackey (Tom Cruise) é uma espécie de apresentador de programa de orientação sexual para homens em busca de um domínio sobre a mulherada. Frank é filho de Earl Partridge (Jason Robards), um velho produtor de programas de TV, com câncer e à beira da morte, cuidado por seu enfermeiro Phil Parma (Philip Seymour Hoffman). Linda Partridge (Julianne Morre) é a esposa de Earl, ela havia se casado com o coroa apenas pelo dinheiro deste, mas ao vê-lo em seu leito de morte se arrepende do que fez, enchendo-se de culpa por ter traído várias vezes o produtor com outros homens, ela chega a propôr ao advogado que cancele de alguma forma a sua parte da herança. Jimmy Gator (Philip Baker Hall) é um velho apresentador do programa "O que as crianças sabem", onde adualtos competiriam contra crianças. Stanley Spector(Jeremy Blackman) é o menino gênio que está há semanas no programa, sem errar uma, e a duas semanas de bater o recorde estabelecido por Donnie Smith (William H. Macy), que tornou-se um frustado ao crescer. Há ainda também a figura do polícial Jim Curring (John C. Reilly) que ao fazer uma vistoria a mando de vizinhos na casa de Claudia Melora Walters), filha de Jimmy Gator. Isso, o roteiro de Anderson vai trabalhando cada personalidade com extrema perspicácia, através de arrojadíssimos recursos de Montagem, Filmagem, incluondo sempre no decorrer do processo a fantástica Trilha Sonora, que é colocada ao mesmo tempo em que os personagens dialogam, detalhes que não deixam as mais de 3 horas de filme cansativos, recursos que entram em cena no momento necessário. Dizem que para escrever o Roteiro de Magnolia Anderson inspirou-se nas músicas de Aimee Mann, uma cantora amiga sua, para contar esse instigante dia de nove pessoas de Los Angeles.

Um filme cheio de tramas e personagens tão complexos exigiria muito do Diretor, algo que Anderson soube dominar com maestria, sem decepcionar ao conjunto de fãs do Diretor que já tinha demonstrado seu diferencial em 97 com Boogie Nights - Prazer sem Limites. Anderson além dos belos movimentos de câmera e dos abundantes closeups, utiliza muito das longas e complexas tomadas. Destaque-se uam semelhante as de Pulp Fiction, onde ele mantém sua câmera fixa no interior da cozinha de Claudia enquanto esta conversa com o policial Jim na sala, ou na hora em que o diretor acompanha vários personagens enquanto estes caminham pelos corredores da emissora de televisão - um brilhante uso de steadycam.

Dito isso, outro aspecto que eleva o nível de força de Magnolia são as interpretações. Todos estão impecáveis, o que prova que Anderson conseguiu explorar ao máximo a habilidade de seus atores. Diante de tão boas interpretações, o destaque fica mesmo por conta de Tom Cruise, que reafirma seu talento como ator, tanto na situação onde ele aparece como o apresentador machista arrogante, ou quando o vemos como o filho que pensava odiar seu pai. Hoffman faz um papel raso, mas está seguro, Julianne Moore, também está bem, mostrando todo o desespero que estava passando a sua personagem (houve até alguns que disseram que ela está chorando demais), os outros atores cumprem como já dito, com seguranças seus papéis.

Técnicamente a todo um estilo bem arrojado, tanto que esse estilo de Ediçao de cenas vem até ganhando a simpatias de algumas produções mais recentes, como prova o oscarizável Crash - No Limite e Babel.

Nesse sentido, a Trilha Sonora está belíssima, a música Save Me, Escrita e interpretada por Aimee Mann, a mencionada amiga de Anderson, concorreu ao Oscar de Melhor Canção Original.

Todos esses elementos já são componentes de um bom filme, todavia, o que eleva Magnolia ao patamar de Obra-Prima é a poéticidade presente nos últimos 30 minutos, me abstenho de entrar em maiores detalhes, mas cabe adiantar que nas entrelinhas desse filme de Anderson, o diretor mostra o quão gênio é, a cena dos sapos faz um paralelo com passagens do Antigo Testamento, passagens essas, que ajudam demais a explicitar grande parte das angústias dos personagens, é uma espécie de ritual, onde o autor sugere, provoca quem assiste e, ainda mais, Magnolia é um desses filmes em que temos de assistir mais de uma vez para reforçarmos ou entendermos seus significados, veremos que o Diretor foi deixando pistas que contêm toda uma relação com a cena final. Algo incrível, coisa de gênio.

Críticas

Tempos Modernos

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Charles Chaplin produziu, dirigiu, atuou e compôs as músicas da trilha sonora dessa grandiosa pérola. O cinema de Chaplin lançou base para as primeiras técnicas cinematográficas e anteviu mazelas da sociedade pós-moderna em plena década de 20; como o trabalho alienado, a mecanização do trabalhador que tem seus interesses subjugados pelo sistema, e até a L.E.R. ( Lesão por Esforço Repetitivo ). E pasmem, ele fez todas essas críticas sem falar nenhuma palavra sequer durante o filme.

Logo na cena inicial, o filme já mostra à que veio quando compara a massa de trabalhadores amontoados seguindo para as fábricas com um rebanho de ovelhas. Comparação esta que nitidamente faz alusão a um dos fundamentos da filosofia de Sócrates : A Conduta de Ovelha.

O roteiro se utiliza de um ideal latino muito utilizado pelo dramaturgo português Gil Vicente : “È rindo que se corrige os costumes.” Partindo de tal princípio, surge um personagem caricaturesco e divertido que vai protagonizar e denunciar, de forma cômica, a sofrida e precária vida dos trabalhadores fabris.

O personagem identificado apenas como um trabalhador fabril ( Não há nenhum indício que revele o verdadeiro nome do protagonista ) caracteriza perfeitamente o trabalhador fordista, especializado o bastante a ponto de conhecer apenas uma etapa da produção e desconhecer o produto final. Ele fica preso às clássicas esteiras inventadas na fábrica de Henry Ford e o único momento de “descanso” é o almoço, porém vimos como os empresários tentam minimizar o tempo do almoço para maximizar a produção. Com jornadas de trabalho elevadíssimas, o trabalhador é levado a condições extremas. Tal fato é materializado no filme quando o trabalhador fabril, esgotado do trabalho, chega a ter uma crise nervosa.

Esse trabalhador especializado ao extremo denuncia como o trabalho é capaz de robotizar o ser humano a ponto de reduzi-lo a uma mera engrenagem da máquina. E no curiosíssimo episódio em que a máquina traga o operário para suas “entranhas” - ao invés de esmagá-lo - ela o conduz à um passeio, onde lhe apresenta todas as outras engrenagens.

A sociedade sócio-economicamente desigual é representada de forma caótica, com um número exorbitante de desempregados e famintos. Estes, por sua vez insatisfeitos, vêem nas manifestações e nas greves uma maneira para questionar o sistema capitalista autoritário que devora os mais fracos.

Chaplin finaliza a produção colocando um lampejo de esperança na mente dos espectadores a respeito da nossa realidade – por mais dura e perversa – sempre deve ser encarada com um sorriso no rosto enquanto se segue adiante em busca de melhores oportunidades. Essa mensagem fica clara quando o trabalhador e garota ( Interpretada por Paulette Goddard ) conversam à beira da estrada e depois caminham em frente por uma estrada infindável, metaforicamente, a estrada da vida.

Perseguido pela movimento que combatia comunistas proposto pelo senador Joseph McCarthy denominado de “Caça as bruxas”, Chaplin foi obrigado a mudar-se dos Estados Unidos para a Inglaterra. Ele era acusado erroneamente de veicular ideologias comunistas em seus filmes. Decerto ele simpatizava com algumas idéias socialistas, porém não defendia o comunismo, apenas criticava o capitalismo.

“Tempos modernos” é um filme emblemático, que não só marcou a década de 20, como toda a história do cinema. É nele que o polivalente Charles Chaplin demonstra todo o seu infinito talento, desde o domínio de todas as fases de confecção de longas e curtas metragens até uma incrível amostra de seus dotes de patinador. Por isso Chaplin tem um lugar garantido no hall dos melhores diretores do mundo e é respeitado até hoje por sua criatividade, seu senso crítico, seu talento e carisma perante a câmera.

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Malena

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Giuseppe Tornatore é mais lembrado pelo clássico "Cinema Paradiso" de 89, filme dirigido e roteirizado (ao lado de Vanna Paoli) por ele. Menos conhecido e lembrado, Tornatore também dirigiu e roteirizou (agora com a parceria de Luciano Vincenzoni) o filme "Malena", que relata de forma comovente e suave a primeira paixão de um rapaz e seu amadurecimento.

A história se passa na Sicília, ao sul da Itália. É 1941, e o país acaba de entrar na Segunda Guerra Mundial. Enquanto todos os adultos do vilarejo estão em alvoroço e com os ouvidos grudados ao rádio, Renato (Giuseppe Sulfaro), um rapaz de 13 anos, pouco liga para tudo isso. Logo, sua vida iria mudar, mas a guerra pouco o influenciaria. A primeira grande novidade é que Renato ganha de seu pai uma bicicleta, e agora ele poderá andar com ela por toda a cidade com seus amigos. E é graças a eles que o menino conhecerá a personagem-título: Madalena, a quem todos chamam de Malena (Monica Belucci), uma bela, misteriosa e sensual mulher. Filha do professor surdo da escola, seu marido foi convocado para a guerra, deixando-a a mercê dos homens da cidade, que a desejam tão ardosamente que começam a desrespeitá-la. Isso provoca a inveja e a ira das mulheres do lugar, que passam a humilhá-la e maltratá-la.

Mas o sentimento que Renato cultiva por Malena é diferente. Ele não só sente por ela uma atração sexual, mas algo maior e mais complexo. Logo, sua paixonite platônica toma os ares e características de um amor mais denso: devoção, obsessão, desejo, dor, ciúme e ódio. E Renato sente tudo isso sem nunca ter falado com sua musa inspiradora. Na verdade, o amor do rapaz começa por uma imagem, pela beleza e sensualidade de Malena. Ao poucos, quando começa a vigiá-la, ele vai conhecendo a personalidade da moça, e o quão solitária (e apaixonada pelo marido) ela é. Esse seu amor só faz aumentar e ele passa a protêge-la dos comentários e ações maldosas das outras pessoas. A devoção de Renato e seu amor não consumado é o ponto chave desse filme.

A direção de Tornatore consegue idealizar Malena para o espectador, da forma como Renato a vê. Por isso, toda a vez que ele se aproxima dela, nós não apenas vemos mas também sentimos o seu nervosismo. Ficamos tão ansiosos como ele. A locação é linda e muito bem fotografada por Lajos Koltai. E a trilha sonora de Ennio Morricone (também de Cinema Paradiso) está perfeita, merecidamente indicada ao Oscar.

As atuações também são muito boas. O estreante Giuseppe Sulfaro, que ganhou o papel após sua tia enviar uma foto sua, está ótimo, conseguindo levar o filme muito bem como o protagonista, o sentimental e apaixonado Renato. Ele nunca parece piegas ou exagerado. Passivo ante alguns acontecimento e ativo perante outros, ele dá o tom certo ao personagem. Monica Belucci, lindíssima, não tem muitas falas. Sua atuação é mais sublime, ela usa mais os olhos para revelar o que se passa com sua Malena: toda a tristeza e solidão da personagem estão descritas em seu olhar. E a sensualidade, é claro, está presente.

É mister salientar que o filme também aborda outro assunto: o amadurecimento de Renato. A paixão avassaladora por Malena faz o rapaz mudar seus conceitos sobre a vida, o faz reparar em outras coisas, o faz ver o quanto a vida (e as pessoas) pode ser dura e injusta, e também o faz ver a crueldade da guerra. Além, é claro, de que Renato começa a ter suas primeiras descobertas sexuais. Esse amadurecimento do personagem é simbolizado por coisas banais: quando ele começa a se sentar na cadeira do barbeiro e não mais no banquinho ou quando o começa a usar calças, que naquela época era símbolo de amadurecimento do homem.

"Malena" é uma belíssima história de um amor não consumado, de uma devoção única e de uma obsessão natural aos apaixonados. A descoberta do amor e do amadurecimento. Um excelente trabalho de Tornatore!

Críticas

Amnésia

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“você não quer a verdade, cria a sua própia(...) um quebra-cabeça que você nuca solucionará.”

Em 1999, duas produções de baixíssimo orçamento conseguiram excelentes bilheterias e caíram na graças de uns, tornando-se ícones cult da época: Sexto de Sentido, do Diretor estreante M. Night Shiamalan e a Bruxa de Blair. O que acabou por deixar certa expectativa sobre qual seria o próximo filme a repetir essa façanha lá na terra do Tio Sam: filme independente que surpreendesse aos grandes estúdios e aplacasse uma boa bilheteria, só que mais que isso, esse filme precisaria ser algo que fizesse o espectador pensar o tempo todo, um filme que acima de tudo fizesse com que as pessoas queimassem vários neurônios para acompanhá-lo, e eis que surge Memento (Amnésia) de um diretor recém chegado no circuito comercial: Cristopher Nolan.

O grande trunfo de Nolan foi ter conseguido fazer com que uma trama aparentemente simples fosse tão brilhantemente contada devido ao fluxo de narrativa invertido. Cada ação do protagonista é mostrada sem que se saiba o motivo que o levou aquela situação. Uma cena termina onde a antecessora começou. Com isso, a cada cena, desvenda-se um mistério e cria-se outro. Enquanto vamos regredindo na história, vamos conhecendo as pessoas que interagem com o protagonista, em um primeiro momento reputando-lhes confiança, todavia, logo em seguida, com uma nova cena descobrimos uma outra intenção dessa pessoa para com o protagonista que coloca-nos em posição de cheque quanto ao seu caráter.

A história trata de Leonard Shelby, ou Lenny( Guy Pearce de Los Angeles - Cidade Proibida, Conde de Monte Cristo e Máquina do Tempo) um homem que, impulsionado pelo desejo de vingança, tenta descobrir quem estuprou e matou sua esposa Catherine, todavia, sua “condição” (perda de memória recente, causada pelo assassino na hora em que ele Leonard, tentava salvar sua esposa) não o permite memorizar o que aconteceu naquela fatídica noite, dificultando sua investigação. Em sua busca, surgem algumas pessoas com o suposto intuito de ajudá-lo, mas que na verdade agem em benefício próprio, tentando ao seu modo, tirar proveito da situação: Natalie, habilmente interpretada pela bela Carrie-Anne Moss( de Chocolate e da Trilogia de Matrix), é namorada de Jimmy Grantz, traficante que também está envolvido nos recentes acontecimentos da vida de Leonard; Teddy(Joe Pantoliano de Imério do Sol e Matrix)diz ser um detetive encarregado do caso e tenta ajuda-lo informalmente.

Diante de sua falta de memória, Leonard estruturar-se-á, através da rotina, seu condicionamento, de modo a seguir seus objetivos, mas vive sem eixos ao qual se apoiar: ele apóia-se em suas fantasias, pistas criadas por ele próprio, lembranças incertas, notas que foram rasuradas por ele próprio sob influência da daqueles que supostamente queriam o ajudar, tudo isso, como forma a criar sua realidade e assegurar um modo de convívio consigo mesmo. Nessa busca insana por vingança, Leonard criará as pistas que lhe convier, um enigma inacabável. O detetive Teddy mente, mente assim como também o fazem os outros, mas não sabemos até que ponto, todavia parece ser ele o que tem um maior compromisso com a verdade em sua revelação final, quando ele afirma que Leonard já havia matado o suposto assassino de Catherine, sua esposa. Leonard vangloriar-se-á do método que utiliza para achar o assassino de sua esposa, baseando-se apenas nos “fatos” e “fontes”, já que a memória sua e dos outros é “traiçoeira”, ao mesmo tempo em que cria esses fatos, como a placa do carro do assassino, que ele inventa, conscientemente, e depois não se lembra que é uma invenção. Estruturando sua vida, mimetizando os “fatos” ele acredita que conseguirá o condicionamento que Sammy Jankis (um homem investigado por Leonard – que antes da perda de memória era trabalhava em uma empresa de seguros- e que também teria tido um problema de memória como o seu): “Hábito e rotina tornam minha vida possível. Eu tenho um motivo. Sammy não. Ele deveria aprender por meio da repetição.”

A Direção de Nolan, seu Roteiro baseado no livro homônimo de seu irmão Jonathan, aliado a espetacular Montagem empreendida por Dody Dorn( será o Montador de Austrália, o foi de Exterminador do Futuro 2, Insônia e os Vigaristas) nos levará através desse labirinto que se tornou a vida de Leonard, recorrendo a cenas em preto-e-branco para diferenciar os tempos da narrativa, confundindo o espectador: tais cenas são intercaladas com outras em cores e mostram os momentos que antecedem o assassinato do traficante Jimmy Grantz, por Leonard, quando este estava em um quarto de hotel, fazendo tatuagens que seriam sua mimetizes seus memoriais dos “fatos”, e conversa por telefone com alguém, sobre sua história.

Perto do fim, as imagens em cores (que mostram os acontecimentos de trás pra frente) vão encontrando as em preto-e-branco (que obedecem a uma seqüência temporal). Na última cena em preto-e-branco, Leonard sai do quarto para encontra o pessoal Teddy no saguão do hotel em que estava ( que ao que parece era com quem ele conversava ao telefone) tira uma foto dele e recebe um endereço, indo depois a uma casa abandonada onde baseando-se em seus fatos, encontrará e matará Jimmy Grantz. Essa cena vai então se colorindo e dando lugar à última cena, que na verdade é a primeira da história, pois é nela que começa o filme.

Nolan vai lançando ao longo da trama elementos que deixam mais embaralhados ainda à trama. Há certo significado simbólico no fato de na casa abandonada, o piso esteja desfalcado de alguns azulejos, assim como no arquivo de Leonard estar faltando páginas. A alguns indícios que nos levam até a crer que a esposa de Leonard tinha algum envolvimento com o traficante, e que a casa abandonada onde o protagonista mata Jimmy é sua antiga casa. Explico: há uma cena em que Leonard vai entrando pela porta enquanto surgem cenas em cor da esposa andando pela casa, em seguida, Leonard fica diante de uma porta e novamente surge a imagem da esposa diante de uma porta idêntica a de Leonard. Em outro trecho, quando Leonard está prestes a matar o traficante e este lhe oferece dinheiro em troca da vida, aquele diz que não quer seu dinheiro. Jimmy então pergunta: “O quê então? O que quer de mim?” “Minha vida de volta”, responde Leonard. Durante esse diálogo, aparece uma ligeira cena colorida de mulher virando-se sentada em uma cadeira, a voz deles aparenta vir de um outro cômodo ao lado de onde estava sentada a mulher. Já em outra parte, Nathalie indica Leonard uma casa abandonada “onde um amigo fazia grandes negócios”.

Outro ponto interessante que se faz presente em Amnésia é posto em cheque à objetividade das provas de Leonard, como nos mostra os aparelhos usados por ele. As fotos tiradas por ele em sua Polaroid, não são nada objetivas: Natalie aparece distante e ensombrecida, quase irreconhecível; Teddy diz está mais magro em sua foto; a foto que teria sido tirada na hora em que Leonard teria matado o assassino da esposa não garante de forma alguma se teria sido realmente ele. Por outro lado, o que ele escreve nas fotografias também o é bastante subjetivo, assim como as tatuagens espalhadas pelo seu corpo, todos esses mimetizes escritos em momentos ambíguos, sob clara influência daqueles que desejam o ajudar em beneficio próprio.

A grande qualidade de Guy Pearce fez com que ele se encaixasse muito bem no papel de Leonard, soube retratar com brilhantismo toda a angústia do personagem. Carrie-Anne Moss está com o sarcasmo suficiente para sua personagem, sua interpretação em Amnésia chega a superar toda sua segurança demonstrada no antológico Matrix. Pantoliano está muito bem sobre aquele bigode ridículo (rsrsrs), mostra ser um bom ator coadjuvante, é dinâmico, ágil e encara bem seu personagem. Entre os outros coadjuvantes, Callum Keith Rennie(eXistenZ e Blade Trinity), como Dodd é o de menor destaque, o que se explica por seu papel. Destaque-se, por outro lado, a ótima interpretação de Harriet Sansom Harris, como a esposa de Sammy Jankis, muito segura em cenas emotivas, passando de maneira concisa emoção e nos comovendo com suas atitudes diante do problema de seu esposo.

Amnésia foi ao Oscar de 2002 concorrendo a duas categorias que soaram até obvias diante da qualidade demonstrada: Roteiro Original e Edição, não levaram nenhuma, para o primeiro, diante da concorrência, que também o eram de qualidade, acredito que foi injusto, no segundo até vá lá, a disputa era muito acirrada. Todavia, acredito que Anne Moss deveria estar entre as concorrentes a Atriz Coadjuvante.

A tradução do seu titulo para o português acabou destoando, de certa forma, o sentido real que teria a obra. Seria algo mais próximo de “memorando”, ou melhor, seria mais positivo manter o título em Inglês!!

Amnésia serviu não apenas para mostrar o quão talentoso era esse tal de Cristopher Nolan que estava chegando, serviu pra mostrar que ainda hoje em dia dá pra fazer cinema de qualidade, inteligente, inovador, que faz pensar, que o faz ter prazer em assisti-lo duas vezes seguidas. Um início brilhante de Nolan, o grande Diretor que tirou Batman das cinzas. Um diretor de talento, um dos grandes nomes da atual geração. Como bom fã de Kubrick, Nolan faz de seu Amnésia uma Quimera de proporção semelhante em dificuldade de entender, em encantamento a 2001- Uma Odisséia no Espaço do grande mestre, embora em sentido e estilo diferente. Amnésia atinge o status de obra-prima dos últimos dez anos, e reafirma a capacidade de se criar bons filmes com baixo orçamento (parcos 5 milhões de dólares), sem dúvidas um boa e grata surpresa, uma grande sensação de prazer, que o faz creditar o sentido de “arte” que é imputado ao cinema.

Críticas

Sin City - A Cidade do Pecado

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Visual estarrecedor, violência pulsante, mulheres sensuais e fortes, homens impiedosos, Sin City, a Cidade do Pecado é uma pérola das H.Q.s que deram certo, uma bela homenagem ao cinema noir, seja no visual, seja no estilo de narrativa me primeira pessoa, um dos grandes trunfos, mas que devido ao sentido de "tradução" fiel ao quadrinho, proposto por Rodriguez, acaba deixando certas cenas um tanto frágeis, pois o narrador conta algo que todos estamos vendo algo óbvio. Não obstante, o visual e trama de Sin City fazem com que esse detalhe fique a segundo plano, e nos embarque em uma atmosfera contagiante.

Trata-se de um conjunto de histórias que se ligam umas às outras, ao mesmo estilo de Pulp Fiction, em um ambiente onde a violência impera a brutalidade de todos se faz presente. Os três centros da narração são o tira prestes a se aposentar Hartigan (Bruce Willis), o parrudo Marv (Mikey Rourke) e o tira Dwight (Clive Owen), todos estes, buscarão algum tipo de vingança, sempre envolvendo alguma personagem feminina.

Para dirigir/traduzir tão ousado filme, Robert Rodriguez teve que tirar dinheiro do própio bolso a fim de convencer Frank Miller a permitir tal empreitada. Acabou que a direção ficou a cargo dos dois. É um bom trabalho, talvez o melhor de Rodriguez, que teve de dirigir vários atores, sob um pano de fundo verde, sendo posteriormente adicionadas às fabulosas imagens. Também é louvável o diálogo que Rodriguez estabeleceu entre os personagens, frases curtas, elevando o sentido de "tradução" da H.Q.

Também participa como diretor especialmente convidado, Quentin Tarantino, como esquecer dele, Sin City é em esencialmente um filme de influências tarantinescas, ou ao menos, aparência com alguns dos filmes de Tarantino.

Quanto às interpretações, era algo conflituoso de se trabalhar, mesmo entendendo que a forma narrativa como a história era contada, faria com que elevasse o poder e o sentido do visual, todavia, era algo que teria de exporar a capacidade dinâmica de seus atores.

Mickey Rourke (O Selvagem da Motocicleta e 9 1/2 Semanas de Amor), como o brutamonte Harv tem a melhor atuação na melhor das histórias, é um personagem ao mesmo tempo durão e que se vingará a todo custo daqueles que assassinaram a única mulher que o aceitou. Harv protagonizará grandes e ótimas cenas de ação, com destaque para a dele com o personagem interpretado por Elijah Wood (o eterno Frodo de Senhor dos Anéis, mas que também tem boas interpretações em filmes como Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças e Uma Vida Iluminada), apesar de não mencionar palavra alguma é um personagem extremamente fascinante, rico, fruto também da pervesidade da cidade do pecado.

Willis convence em uma boa atuação como um personagem honesto, mas conciente que em Sin City a justiça se faz à bala. Ele, Hartigam, lutará, mesmo em seu último dia, mesmo com grave doença no coração, para cumprir o seu dever como policial, buscando salvar uma garotinha das mãos de um pedófilo, Júnior (Nick Stahl) que é filho do senador Roark (Powers Boothe), o homem mais poderoso da cidade, que por sua vez é irmão do padre da cidade, que era tão inescrupuloso quanto o irmão, etc. Todas as histórias vão se cruzando, pontuando a perversidade da cidade.

Compondo outras atuações, vemos o sofrível Clive Owen (do terrível Mandando Bala), menos canastrão que em outras produções. Apesar de ter uma de suas cenas dirigidas por Tarantino, sua história acaba sendo a menos interessante entre as tramas, contudo, em torno de seu personagem, o tira Dwight, vemos boas interpretações do talentoso Benício del Toro (que espero muito dele como Che), como Jack Boy, Rosario, como a prostituta Gail. Jéssica Alba fica mais como presença tentadora e símbolo sexy, aliás, chegou até a ganhar um prêmio da MTV por sua performance sexual em um desses bares da vida que tinham em Sin City.

Falar da parte técnica é um desafio à parte, poucos H.Q.s tinham um visual tão belo. Utilizando de câmeras digitais de alta definição, com cada ator atuando em frente a painéis verdes (como mostra nos é mostrado através dos extras), sendo depois, na pós-produção, adicionados cenários e elementos secundários. Nesse processo, entendamos que o filme foi inicialmente filmado em cores, e em seguida sendo “convertido” ao preto-e-branco de alta-definição, permitindo deixar cores em apenas poucos objetos, como um olho verde aqui, uma roupa ou lábio vermelho acolá, todos esses elementos estão intrinsecamente ligados ao estilo “charmoso” e perverso que circunda Sin City.

Destaca-se também a Direção de Arte de Steve Joiner e Jeanette Scott, ricos em detalhes e extremamente fiéis ao estilo e desenho do quadrinho de Frank Miller. Vanglorie-se também, aos Figurinos de Nina Proctor, um belo trabalho, fiel a fonte de inspiração do filme.

Todos esses aspectos faz de Sin City ao mesmo tempo que um belo espetáculo visual, aliado à boa Direção de Rodriguez, a “ajuda” de Tarantino, um bom filme, uma boa adaptação, instigante e prazerosa de assistir, um filme que não é que peça uma continuação obrigatória, mas se a mesma repetir, ou quiçá, melhorar aos gloriosos aspectos desse primeiro filme, está fadada ao sucesso, seria uma obra interessantíssima de se ver.

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Nascido para Matar

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A vossa espingarda é apenas um instrumento de matar. O coração endurecido é que mata. Se não tiverem um instinto de matar decidido e forte, hesitarão no momento da verdade. Não matarão. Serão fuzileiros mortos.

“Nascido para Matar” de Kubrick nos passa uma idéia interessante sobre o ser humano do Vietnã, mas não só, Full Metal Jacket é ao mesmo tempo, também um espelho cruel e sincero de nossa sociedade. Chega a parecer com a idéia do “Bom Selvagem”, que Rosseau propunha no Iluminismo: “o homem nasce bom por natureza, mas é a sociedade tratará de corromper seu caráter”. Grosso modo, tal conceito aplica-se a “Nascido para Matar”. O homem é aquilo que a sociedade, através de seu meio de controle, o educa. E a sociedade americana, por conseguinte, devido ao seu poderio econômico, grande parte de nosso planeta, é educada para a guerra. “Tiros em Columbine” de Michael Morre tratará muito bem disso, Kubrick, ao seu modo, utilizou de toda sua acidez junto ao portentoso controle das imagens, para retratar o seu reflexo sobre a Guerra do Vietnã.

Full Metal Jacket veio tarde, nisso temos de concordar, todavia, a visão de Kubrick sobre o conflito é extremamente válida, além de ser um filme puramente Kubrickiano: há expressões faciais que entraram para a história do cinema, a meu ver, uma grande marca dos atores comandados pelo grande mestre ( a expressão de Nicholson em O Iluminado; a de Keir Dullea, no papel de Dr. Dave Bowman, em 2001; o olhar cínico de McDowell, como Alex em Laranja Mecânica), nesse “Nascido para Matar” ele eleva essa característica ao extremo, vide as expressões de medo dos soldados gritando “Sir, yes sir!”, ou na tensa hora em que o soldado já afetado por toda a pressão do rígido treinamento, está a beira de uma loucura dentro do banheiro, ou ainda, na expressão de dor da vietnamita implorando para que os soldados a matasse. Poucos conseguem tirar tais expressões de seus atores como Kubrick, sua genialidade e a sua busca pela perfeição, o melhor ângulo, o olhar, o falar mais natural de seus atores.

Fica clara a mão segura de Kubrick nessa película, ainda mais interessante, está o seu roteiro, Nascido Para Matar foi inspirado no livro de Gustav Hasford, Short Timers, extremamente peculiar a tal Diretor. Kubrick joga de forma natural humor, drama, realismo, inconformismo e, principalmente jogando na tela seu juízo sobre os horrores da guerra, sobre tão absurda situação.

A história se divide em duas, mas acompanhando a trajetória do sargento Joker. Na primeira parte, vemos um sargento rigoroso, ou melhor, sádico, preparando seus recrutas para a Guerra do Vietnã. Hartman treina seus soldados de forma implacável, com métodos assustadores. Seu bode expiatório acaba sendo o gorducho Pyle, que depois chega até a demonstrar certo entrosamento com o tempo, após ter sofrido muito na mão do chefe e dos colegas, que eram constantemente prejudicados com a falta de seriedade e preparo de Pyle. Abstenho-me de contar os detalhes que antecedem a segunda parte da trama, por motivos óbvios, quem já assistiu sabe.

Em um segundo momento, somos levados ao front de batalha, lá no Vietnã. Jocker, agora sertã correspondente de uma espécie de jornal militar eufêmico, que só publicará notícias favoráveis ao apoio do conflito por parte dos americanos que leriam. Jocker cobrirá a ofensiva do Tet, que marcou o início da derrota norte-americana. Em vez de grandiosidade épica, as cenas de batalha assemelham-se a uma tensa caçada humana, na qual as eficientes, mas alienadas máquinas de guerra norte-americanas sucumbem diante da gana de sobrevivência dos vietnamitas.

O controle do aspecto visual é imenso em Full Metal Jacket, não obstante, as interpretações são interessantíssimas. O insano comandante Hartman está interpretado brilhantemente por R. Lee Ermey (que realmente foi instrutor de um campo de recrutas e lutou no Vietnã), sem dúvidas, fica como o grande destaque do início da trama. Vincent D'Onofrio (que teve de engordar 30 kg para o papel) como o recruta Gomer Pyle, está absurdamente fenomenal, a já citada cena do banheiro, é antológica, grande parte a atuação dele. O outro rapaz, Soldado Joker, agarrado com unhas e dentes por Matthew Modine, que foi inspirado na participação no Vietnã do autor do livro no qual o filme se inspira.

Cabe, como sempre nos filmes de Kubrick, ressaltar os aspectos técnicos do filme. A brilhante Montagem feita por Martin Hunter, há uma cena interessante em que a tela está escura e é acesa gradualmente pelas lâmpadas do alojamento dos soldados. A fotografia de Douglas Milsome, que utiliza bastante o recurso do contraluz e abolindo as cores mais vibrantes, deixando o filme com um tom mais leve, diametralmente oposto ao clima da guerra, algo brilhante, e que serve para reforçar o sentido de originalidade da obra.

Enfim, Full Metal Jacket, (que é uma referência ao tipo de munição usada no Vietnã, em que o projétil é revestido por chumbo), é um retrato kubrickiano do horror que é a guerra, que mostra como o homem vem a se tornar uma espécie de máquina “nascida para matar” em que se tornam os soldados pseudo-destemidos, recrutados com o destino de tornarem-se heróis.

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Notas sobre um Escândalo

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"What was she thinking?"

O encontro de duas damas do cinema marcado pelo roteiro de Patrick Marber, que mistura suspense psicológico com temas polêmicos como a homossexualidade e escândalos de sexo.

Depois do sucesso de crítica com os filmes Iris e A Bela do Palco, o diretor inglês Richard Eyre comanda mais um trabalho, diferente e sem dúvida, o melhor de toda a sua carreira. Notas sobre um Escândalo é um filme de assuntos polêmicos e até mesmo violentos. Talvez não seja para qualquer pessoa assistir, já que envolve tensão de alto nível, um suspense que mexe com o psicológico de quem o assiste. Mas se você é um amante do cinema, e se está lendo essa crítica tenho certeza que é, você vai gostar de assistir e apreciar esse nítido exemplo de adaptação bem sucedida, um filme tão bom quanto o livro no qual foi baseado.

A escritora Zoe Heller escreveu o livro Anotações sobre um Escândalo como uma espécie de avaliação de um diário. Essas anotações viraram "notas" para a adaptação, e para ser sincero, o roteiro escrito por Patrick Marber, de Closer - Perto Demais não é totalmente fiel ao livro da escritora inglesa. Ela priorizou alguns pontos que não foram aprofundados no filme, como a homossexualidade de Barbara Covett. O roteirista optou por fazer algumas mudanças na adaptação para o filme, mudanças drásticas às vezes, mas que funcionanram perfeitamente e melhoraram o filme e a história para melhor. Marber é conhecido pelos seus diálogos insinuantes e apimentados e neste "Notes on a Scandal" muitos deles estão presentes, além de indiretas irônicas e sarcásticas.

A história gira em torno da personagem Barbara Covett, interpretada por Judi Dench. Ela é uma professora solitária e conservadora, cuja única companhia é o seu gato de estimação, Portia. Conhecida por seus alunos como a mais exigente professora de todas, ela não mantém um círculo de amizades instável, já que seus únicos contatos (profissionais) são os outros acadêmicos. Infeliz, mas já acostumada com a solidão, Barbara desabafa e escreve seus sentimentos em um diário. Quando a nova professora de artes toma posse na escola St.George de Londres, a bela e jovem Sheba Hart (Cate Blanchett), a vida de Barbara começa a mudar. As duas logo se tornam grandes amigas e passam a frequentar suas determinadas casas. Tudo está muito bem até que Sheba começa a ter um caso amoroso com um de seus alunos mais jovens, o menino de 15 anos Steven Connely (Andrew Simpson). Barbara logo toma conhecimento do caso da amiga com o estudante e passa a chantagear indiretamente a nova professora de artes, obrigando-a a lhe fazer companhia, caso o contrário, ela seria obrigada a contar para a escola, para os jornais e para a família de Sheba todos os detalhes do notório escândalo. Barbara passa a escrever tudo o que descobre no seu diário, aproveitando para expressar seus sentimentos em relação à professora de artes.

Desde o início, apesar do principal da história ainda não ter tido o seu início, é possível perceber como a personagem de Judi Dench tem o prazer de fazer tudo o que estiver ao seu alcance para o prazer próprio. Ela demonstra ser controladora, dominadora e autoritária, além de ser capaz de imaginar um caso amoroso com a professora Hart, que é casada e tem dois filhos, um com síndrome de Down.

O trecho a seguir foi tirado do próprio "Anotações sobre um Escândalo" de Zoe Heller e explica um pouco a solidão de Barbara Covett:

”Gente como ela acha que sabe o que é solidão. Mas solidão, daquelas onde uma ida à lavanderia é o máximo que pode se esperar do seu fim de semana… Onde enconstar o braço no cobrador do ônibus pode descarregar um choque elétrico por seu corpo… Desse tipo de solidão, ela não sabe nada.”

A solidão de Barbara pode ser compreendida de diversas formas. Um delas é que ela do fato de ser uma pessoa sozinha para comover os novos conhecidos, outra é dizer que ela é tão dura e controladora com tudo e com todos porque é solitária. A única presença constante de sua vida é seu gato Portia, bem velhinho já e que sempre foi a companhia perfeita para uma mulher amargurada com a vida.

Sheba, ao contrário de Barbara, é uma jovem influente e cercada de amizades, feliz com seu casamento e amada por todos. Isso com certeza influenciou a professora megera a tomar partido de sua amizade com Hart, tornando-se a confidente da nova amiga. O suspense passa a começar quando Barbara descobre finalmente o romance, e com medo de perder o "amor de sua vida", ela teria que fazer o que a sua mente perigosa e vingativa manda.

O diretor Eyre conseguiu fazer deste um dos melhores filmes de 2006, fazendo as interpretações das duas atrizes principais serem as principais atrações do filme e o principal destaque. E não é à toa, afinal de contas estamos falando de duas grandes atrizes não-americanas, a inglesa Judi Dench e a australiana Cate Blanchett. As duas já possuem experiência o suficiente em frentes às câmeras e ambas tem uma estatueta do Oscar em suas prateleiras. O encontro sensaional dessas duas "divas" do cinema não poderia ser outro, uma passagem de excelentes interpretações atrás da outra, seja em momentos de tensão, alegria, tristeza ou descontração. Em todos os momentos percebemos que temos a garantia de um ótimo elenco reunido e super bem aproveitado. Não há como dizer qual das duas está melhor em cena. Alguns dizem que este foi o melhor papel e a melhor atuação de Dench, outros dizem que o filme é todo de Blanchett. Durante todo o filme, essa poderia ser a pergunta que o espectador deveria estar fazendo, mas na cena em que as duas se enfrentam, próximas ao final da produção, essa questão parece simplismente desaparecer. A cena foi tão bem trabalhada pelas duas atrizes, que essa pergunta parece não ter mais importância, mas uma constatação deve ser feita: naquele momento, não estavam somente duas atrizes competentes atuando, e sim duas verdadeiras "ladys", reais damas do cinema, talvez as melhores e mais completas atrizes que já atuaram juntas em um mesmo filme há anos. O fato é que tanto Judi Dench quanto Cate Blanchett esboçam interpretações pouco vistas no cinema e assistir a tudo isto, é um privilégio, especialmente para quem gosta de cinema. Nesta cena comentada logo acima, em que as dua sse enfrentam finalmente com a verdade toda à brancas nuvens, uma mistura de grandeza nos rostos das atrizes transpassam arrepios por todo o corpo do espectador. Raiva, ódio, pena, paixão, loucura, ilusão, desespero, são sentimentos que afloram as personagens, que atuam tão bem, que passam esses sentimentos para os espectadores. Quando isso ocorre, podemos afirmar que o mérito não foi somente para as intérpretes, mas o roteiro, a direção, tudo influencia para uma cena de várias grandezas como esta.

O elenco todo é excelente. Lógico que o mérito fica em todo em volta das protagonistas mas seria injustiça excluir as boas interpretações de Bill Nighy, que interpreta Richard Hart, marido de Sheba e de Andrew Simpson. Ao primeiro, ele entra em destaque em cenas de emoção e quando entra em crise de raiva, ele é simplismente estupendo. Quanto ao segundo, já é dificil ter 17 anos (na época) e ter que contracenar com atrizes do gabarito de Judi Dench e mais "intimamente" com Cate Blanchett, com quem teve que ter cenas um pouco mais íntimas do que o normal, para falar a verdade, não foram exatamente cenas de sexo, somente algumas nuances do ato sexual, mas já é muito, talvez até mais difícil do que o próprio sexo e ter que repetir algumas vezes.

Outro ponto que engrandece a história é a estupenda trilha sonora de Philip Glass que pontua os momentos mais tranquilos até os mais avalassadores, desde os primórdios de amizade e compaixão até as reviravoltas para o ódio e a traição. A trilha é sem dúvida, a mais bem composta de 2006, a mais bem conduzida e a mais brilhantemente elaborada e pensada. Uma verdadeira obra-de-arte para os ouvidos d eum espectador atento.

É interessante reparar na produção de arte de 'Notas sobre um Escândalo'. Apesar de acontecer nos dias atuais, ela é perfeita em cada detalhe. A direção de arte, simples mas bastante conservadora, a maquiagem de Judi Dench realça os seus os traços infelizes (adquiridos somente para sua interpretação), o seu cabelo largado, o rosto de Cate Blanchett debaixo de várias camadas de batom e lápis de olho, que lhe garantiram uma aparência ameaçadora em um momento de raiva de Sheba Hart e a belíssima e nebulosa fotografia de Chris Menges, utilizando do belíssimo cenário de Londres para criar frias manhãs de inverno e cinzentos e nublados finais de tarde, marcando com a iluminação o grau de suspense, de acordo com o andar da narrativa, enfim, pontuando e acompanhando a trilha sonora com jogo de luzes e golpes de escuridão cada momento de profunda tensão.

Vale a pena anotar que o diário, onde essas "notas sobre um escândalo" são escritas é apenas um coadjuvante para explicar toda a reviravolta de comportamentos entre Sheba e Barbara. Apesar de ser completamente dispensável para a história em si, talvez se ele não existesse a lógica de toda a história não teria graça e com certeza o filme não teria todo o mérito que mereceria, que merece.

Notas sobre um Escândalo é um filme admirável e que mexe com nossos nervos. Não prega sustos, mas consegue nos manter tensos graças ao comportamento das personagens e da maneira ágil com que Eyre comanda a história. O filme já é rápido como um todo, apenas 92 minutos de duração e por isso assisti-lo não é fárduo algum. Fica a sensação de que se ampliasse a duração do filme, ele melhoraria, mas como diz o velho ditado: "Se melhorar, estraga." Por isso foi de uma inteligência impagável que Patrick Marber resolveu escrever um roteiro tão enxuto, sem enrolação, cortando partes consideradas importantes para a obra literária, mas facilmente descartadas em uma produção cinematográfica.

"Notes on a Scandal", além de uma excelente adaptação, embora nem tão fiel, é uma mistura homogênea de suspense, drama pesado e temas, que são motivos de escândalos ou preconceitos. Muito bem dirigido e escrito, e mais do que tudo, com um elenco soberbo, Notas sobre um Escândalo é um filme grande, sem mais palavras, grande.

"It takes courage to recognize the real as opposed to the convenient."

Críticas

Fatal

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Eu nunca havia ouvido falar da diretora espanhola Isabel Coixet e após assistir a esse seu mais recente filme a primeira coisa que me veio a cabeça foi: Antes tarde do que nunca!

É meio impossível não se sensibilizar com a história e isso se deve principalmente à maneira como ela foi contada por Coixet, sem esquecer, é claro, do bom trabalho do roteirista Nicholas Meyer ao adaptar o livro de Philip Roth.

David Kepesh(Ben Kingsley) é um professor universitário e crítico cultural prestes a alcançar a terceira a idade. Ele considera as mulheres como um mero objeto de prazer. Isso muda quando David conhece sua aluna Consuela Castillo(Penelope Cruz). Enredo com potencial para gerar vários clichês, certo? Mas não é bem assim.

O que poderia se transformar numa metralhadora de lugares comuns, vira, na verdade, um estudo honesto sobre o ser humano e sua relação com os outros. David é um cara que possui um ar sábio e que transmite uma segurança impressionante, mas a diretora Coixet sutilmente mostra que atrás dessa barreira existe um homem preocupado em envelhecer e que depois de começar o relacionamento com sua ex-aluna Consuela, 30 anos mais jovem, entra num processo de involução. Desconfiança, ciúmes, medo do que as pessoas pensam a respeito de um cara que namora uma mulher bem mais jovem, posessão. Coisas que provavelmente nunca preocuparam David acabam por atormenta-lo 24 horas por dia. Será que é amor? Será que ele está preparado para assumir um compromisso?

Ah, sim. O filme tem uma reviravolta um tanto inesperada que cria mais argumentos para uma discussão cujo tema principal é a vida e que dá uma boa oportunidade para Penélope Cruz se destacar.

O legal é que FATAL não é um filme feito com o propósito de arrancar lágrimas ou de agradar críticos, mas sim de apresentar uma história sincera, que jamais soa piegas, com o poder de nos fazer pensar sobre nós mesmos e sobre as decisões que tomamos.

Críticas

Segredo de Vera Drake, O

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Um tema "tabu", censurado por muitos, enfrentados por poucos. Mike Leigh é corajoso o suficiente para transpor às telas o polêmico tema do aborto, e fazê-lo com excelência.

O aborto é um tema que rendeu e continua a render inúmeras discussões ao redor do mundo. Há quem defenda e quem condene essa prática, explicando seus argumentados, usando como base a religião, a ética, as leis. O aborto é um tema altamente censurado por grande parte da população que se diz fiel à Igreja, mas que com o passar dos anos não deixou ferir a sua obtusidade em não acompanhar a evolução tecnológica e social, que hoje aflui pelo mundo a fora. As discussões sobre o aborto talvez nunca cessem, uma vez que nenhum dos lados dá o braço a torcer. Mas é em meio a tanta polêmica que O Segredo de Vera Drake aparece para, mesmo sem o intuito de convencer quaisquer das partes, com um olhar diferenciado sobre a prática do aborto, esclarecendo os dois lados que realmente devem ser levados em consideração: as leis do homem e o desespero de quem sofre pela condenação. Um filme absolutamente independente e único de opiniões de uma época onde as mulheres eram condenadas e privadas de vários direitos, direitos reservados unicamente aos homens.

Vera Drake (Imelda Staunton) é uma mulher inglesa humilde dos anos 50, que mora em uma pequena casa com seu marido e dois filhos. Ela, apesar de ser pobre, é amada por muitos e querida por todos, e trabalha duro para poder levar um pouco que fosse para casa. Além de trabalhar em casas de famílias como faxineira, ela cuida de sua vizinha e de sua mãe doentes todos os dias. Mas possui um segredo: Vera ajuda mulheres que não quiseram engravidar a abortarem, uma prática ilegal e considerada um crime na Inglaterra na época. Seus métodos, tão ilegais quanto o próprio ato de abortar, sempre deram certo. Mas é quando uma menina acaba passando mal e quase morre que as autoridades chegam ao nome de Vera Drake. A partir daí, a sua e vida de todos ao redor vão mudar, para pior.

Apesar de estar cometendo um crime, Vera não fazia idéia de o que estava fazendo fosse levar uma mulher ao estado gravíssimo e muito próximo da morte. Vera afirma que fazia tudo aquilo com o intuito de ajudar as mulheres, dar a elas uma segunda chance, uma ajuda que ela um dia precisou e ninguém se ofereceu para dá-la. A comoção e emotividade presente no roteiro do filme durante toda a duração é responsável principalmente pela fantástica interpretação de Imelda Staunton, que carrega nas costas um papel difícil e muito complexo. Ela dá à sua personagem o seu tom meigo de dialogar, que coube como uma luva para a mulher que o diretor Mike Leigh pensou desde o início, e sua indicação ao Oscar de Melhor Atriz e sua vitória no BAFTA na mesma categoria levaram a atriz a um catamar mais alto de talento e competência.

Mike Leigh só é ofuscado pela atuação de Staunton. Sua direção impecável e seu roteiro impagável rendem ao filme minutos de grande tensão, drama e comoção. Ao mesmo tempo que sabemos que Vera está fazendo um ato terminantemente ilegal, não temos como ter raiva dela. Ela poderia significar a vilã da história, mas o verdadeiro trunfo do roteiro é justamente esse, tratar Drake como uma mulher simples e humilde, que nunca fez mal a ninguém e se fez dessa vez foi sem a menor das intenções. O fato é que torcemos para a personagem espacar da prisão durante todo o processo, e isso talvez seja o principal ponto positivo do roteiro, aproveitar os sentimentos dos personagens ao máximo e aprofundar a história em cima deles.

Leigh também administra a narrativa com eficiência e profundidamente, aproveitando e extraindo ao máximo as interpretações de um elenco absolutamente inglês e competente. Ele comanda todas as áreas da produção com afinco, os figurinos, os cenários realistas, a fotografia acinzentada, a maquiagem correta, tudo isso é resultado do trabalho de um diretor de carreira promissora e de talento inegável.

Como já adiantei, a produção de arte de O Segredo de Vera Drake é realista e muito bem elaborada. Desde a maquiagem, que embora simples mostra as linhas da pobreza e o charme da época. Os figurinos, livremente inspirados nos trajes dos anos 50 e igualmente a direção de arte dão um toque de classe e ao mesmo tempo de simplicidade ao cotidiano burguês da época.

O elenco em si, é brilhante, destaca-se obviamente Imelda Staunton, mas todos os intérpretes tem atuações memoráveis e brilhantes. Podemos adiantar também a surpreendente Sally Hawkins, que está no mais recente trabalho de Leigh, Simplismente Feliz. Sua interpretação é calada, singela e muito emocionante, a sua personagem transborda carisma e meigice por onde anda e seus olhos brilham como nenhum outro. Até mesmo a rápida participação de Jim Broadbent é produtiva, o vencedor do Oscar por Iris, aparece somente como o Juíz, mas já é suficiente para que seu talento seja apreciado mais uma vez, nem que seja por apenas alguns minutos separados por cenas.

O Segredo de Vera Drake é um filme simples, muito bem produzido e brilhantemente dirigido, escrito e interpretado. É comovente ao extremo, mas que não escorrega em suas pretenções. Um diretor como Mike Leigh que apresenta ao público um outro olhar sobre o aborto é difícil de se encontrar. Filme para ver, apreciar e admirar.

Críticas

Jurassic Park - Parque dos Dinossauros

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Um grande filme,perfeito blosckbuster,e ainda,um filme para nos levar a ver um dinossauro pela primeira vez!

Eu não sei se há alguém vivo que ainda não tenha assistido a esse filme,mas mesmo assim vou dar-lhes um resumo rápido.É a história de um grupo de pesquisadores incluindo paleontólogos que são levados por meio de um milhonário,à uma ilha que está cheia de dinossauros,um park,só que o que era pra ser uma siples jornada de conhecimento no park ,acaba se tornando uma das maiores aventuras da história.

Eu sou fã desde criançinha,e acho que a maioria da minha idade ou mais também é.E quando eu vi pela primeira vez a cena em que o primeiro dinossauro aparece ,ufa,ainda hoje não consigo descrever a emoção que foi.

Os atores estão todos ótimos.Sem nenhuma essessão,até as crianças estão perfeitas em seus papéis.Isso porque todos foram escolhidos propositalmente por não serem astros de cinema famosos,pois Spielberg achava que não sendo famosos a platéia se identificaria mais com eles,e que,por assim ser,eles também transmitiriam emoções mais realistas a platéia.

A direção está simplesmente perfeita!Um dos melhores trabalhos de Spielberg,ele combina pitadas de suspense com ação e aventura,e tudo acaba se transformando em um "mix",que é conduzido com maestria por um dos maiores mestres da sétima arte.

Os efeitos são o mais importante do filme,e olha,são mais que maravilhosos e perfeitos,não consigo achar nenhuma palavra para definí-los,mas seja lá qual for beira a divindade.Até hoje os efeitos são reais,isso sem contar que o filme começou a ser gravado três anos antes de seu lançamento em 1994.Eu particularmente acho que esses efeitos são tão importantes quanto os de 2001:UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO,obra prima de Kubrick que revolucionou o jeito de olharmos os efeitos visuais.A equipe trabalhou com tudo que mais havia de novo na época,e,não decepcionou em nada.Foram quase os pioneiros do GC,que foi usado primorosamente por quase a mesma equipe em TERMINATOR 2,que também foi uma revolução nesse quesito.E no filme de Spielberg,tudo está perfeito,cada movimento,cada respingo de água que os dinossauros dão foram torturantemente trabalhados dis e noite para que tudo saísse extremamente perfeito,pois Spielberg não queria que a platéia assistisse a monstros brigando e beirando o surrealismo com já tinham sido mostrados no pioneiro O MUNDO PERDIDO de 1925,e em KING KONG de 1935.Mas Spielberg não ignorou-os,pelo contrário usou eles de base para que seu filme mostrasse mais o lado animal dos dinossauros que o lado "monsttro"por assim dizer deles.E foi por compor o lado naturalistas desses imensos animais que ele nos maravilhou com um dos maiorees filmes já feitos.

E o filme,vem sendo feito À 65 milhões de anos,com o apresentador diz em um documentário sobre ele.E isso é a mais pura verdade.Grandioso do início ao fim,não consigo me imaginar hoje sem ter passado por uma das melhores experiências cinematográficas que já vivenciei.

os trechos que seram exibidos agora condizem com os bastidores do filme.

PRÉ-PRODUÇÃO

Steven Spielberg desde pequeno já se maravilhava com dinossauros,foi em um pequeno museu um certa vez,que ele teve o seu primeiro cotato com essas criaturas,e segundo ele um Triceratope de chumbo,que ele ficou maravilhado por descobrir que criaturas extremamente maiores que nós já viberam e dominaram a terra.E não só ele,desde o primeiro fóssil encontrado,cada ser-humano que já viu um osso de dinossauro teve a vontade,pelo menos um vez,de ver um ,ou pelo menos saber,como eram realmente.

E foi movido dessa curiosidade que Spielberg decidiu fazer um filme sobre isso,ainda mais depois que o romance de Michael Crichton o foi apresentado.Mas Steven não queria só fazê-lo,queria que todos que,ao assistirem,tivessem uma emoção única,nunca presenciada antes.

E Spielberg,já estava trabalhando em um projeto com Crichton,quando descobrio que o mesmo,estava trabalhando em um mundo diferente,o mundo dinossauro.E isso fascinou Spielberg,que o convidou para trabalharem em um filme sobre o assunto,e depois de aceita a proposta,foi correndo direto pra casa desenhar STORYBOARDS de cenas que ele imaginava que gostaria de por no filme,sem antes saber o que havia no livro.E isso foi maravilhoso,pois assim surgiaram algumas das melhores cenas de todo o filme,como a perseguissão do T-REX ao carro,entre outras.

e,uma das maiores inspirações de Spielberg para fazer o filme,sem dúvida foi o KING KONG,de 1935,que quando criança ele cultuava,principalmente a cena da luta com o dinossauro.E em seu filme Spielberg faz menções a isso,colocando em seu roteiro como quando um dos personagens diz:o que tem aí?Um king kong?E depois de ver um boneco em tamanho real do King Kong,isso aumentou ainda mais as expectativas de Spielberg em torno do filme,e chamando Bob Gehr, o mesmo que criaste o gorila gigante tentou ver se podiam fazer o msmo com JURASSIC PARK,primeiro cogitou se era possível fazer todos os animais do filme em tamanho natural,só que é claro,não era possível,mas pelo menos alguns ele tinha o passe livre para fazê-los.

A segunda parte da organização do filme,ara os efeitos especiais,que acabariam sendo o mais importante da película.E como Spielberg é Spielberg,chamou os principais feras da área que estavam em atuação para ficarem encarregados dessa parte.Cras como Stan winston,Phil Tipett,Denis Muren e Michel Lantieri.

PRODUÇÃO

A busca por uma locação adequada não foi muito difícil,mas também sem sombra de dúvidas,foi maravilhosa,os lindos lugares,e as lindas paisagens contribuíram e muito para o sussesso do filme.O lugar escholhido foi a ilha Kauai no Havaí.Depois da escolha dos lugares em que seriam filmadas as cenas externas,a equipe voltara para o estudio,para filmar quase 80% do filme.

Os atores ,como já havia dito antes,foram escolhidos principalmente por não srem famosos,o que também contribuiu para que o filme tivesse tanto sussesso.

Algo interessante de saber,é que para a equipe de efeitos visuais o mais difícil de fazer foi o copo da água tremendo.Ironicamente,os caras faziam dinossauros andar e não conseguia fazer um simples compo de água tremer.Mas um dos membros da equipe ao voltar para casa,ainda trabalhando na questão do copo,pegou um violão e pôs um copo d'água em cima dele,e ao balancar as coradas percebeu que dava o efeito tão desejado pelo diretor,que dera a idéia.E sendo assim,levou um monte de cordas de violão para o estúdio e colocou um homem embaixo do carro,e envolvel todo o carro com as cordas,e o homem que estava embaixo as movia na hora da cena,simplesmente espetacular.

Outra curiosidade,é que o final do filme não era o final do livro.Spielberg resolvel mudar,depois que percebeu,que ao gravar a cena do T-REX atacando o pessoal no carro,esse acabaria se tornando a "estrela" do filme,e que deveria aparecer novamente em uma façanha heróica.E depois de muita discussão acabou que a cena se tornou um dos melhores momentos da pelícual inteira,quando o T-REX "salva" por assim dizer os visitantes das garras dos velociráptors.

PÓS-PRODUÇÃO

Michel Kahn. o editor do filme junto com Spielberg tiveram um longo trabalho,ao ter que editar a maioria das cenas,onde os atores aparecem juntos ao nada,correndo do nada e por aí vai.Mas depois de muito esforço editaram e acabou saindo de um jeito que a equipe de efeirtos especiais não precisou fazer muito esforço para deixar o resto bom.

Os efeitos visuais,que coisa não.Acho que já falei muito deles e portanto não irei falar mais,pois só eles foram responsáveis de quase 90% do filme e fizeram isso sem nenhum defeito sequer.

Os efeitos sonoros são maravilhosos,e ajudam e muito o filme,o editor de som,aptou vários sons de vários animais diferente,e depois os misturou acabando dando os sons nunca imaginados por ninguém.O som do velocirápitor pra vocÊ ter uma idéia era o de um grito de um golfinho debaixo d'água misturado com o rugido de um leão marinho.

FILME

É por essas e outras que eu considero este filme extremamente perfeito,sem contar que ainda depois disso tudo ,sobrou espaço para uma bela discussão de homem vs. Deus.

Esse eu recomendo!

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