Lupas (1003)
-
Clooney absorve o estilo dos Coen, e, por trás da ironia e bizarrice das suas diversas tramas, faz de "Suburbicon" um retrato cruel de uma América gananciosa, violenta e racista até a medula. Bem melhor do que eu esperava.
Régis Trigo | Em 02 de Maio de 2019.
-
Alguns maneirismos na direção (perda intencional de foco e câmera tremida) mais irritam do que cumprem função dramática, e certas metáforas visuais se perdem pelo caminho, mas no geral Arnold se sai bem ao retratar o sonho americano pela visão de jovens alijados da sociedade de consumo que desbravam o interior de um país desigual, injusto, mas também pronto pra ser conquistado. Sasha Lane é uma revelação.
Régis Trigo | Em 02 de Maio de 2019.
-
Drew aborta todos os possíveis instrumentos narrativos de manipulação do público (trilha incidental, enquadramentos elaborados etc.), e faz da sua câmera irriquieta e intrusiva (por vezes lembra Kalatozov) uma testemunha da história contada praticamente em tempo real. Pra quem quiser se aprofundar no cinema documental, "Primárias" é o ponto de partida.
Régis Trigo | Em 30 de Abril de 2019.
-
Folgeman mira em "This is Us", a máquina de fazer chorar que ele criou na TV, e acerta em "Babel", especialmente no trecho espanhol, que nunca se vincula organicamente com o todo. Ainda assim, mesmo que a mensagem do diretor se perca no excesso de melô e no final meio auto-ajuda, há momentos inspirados e genuinamente emocionantes.
Régis Trigo | Em 30 de Abril de 2019.
-
Levinson evita o tom acusatório (à lá Oliver Stone) e a câmera acelerada (à lá Scorsese), e, fiel ao seu estilo mais contido, foca sua narrativa naquilo que não apareceu nas manchetes da maior fraude financeira do EUA: a figura controversa de Madoff e a tragédia familiar anunciada. Melhor filme do diretor em anos.
Régis Trigo | Em 29 de Abril de 2019.
-
Difícil dizer o que é pior: a trama genérica e derivada de "Um Lugar Silencioso" e "Bird Box", os falsos momentos de suspense, os personagens sem função, os subplots que não levam a nada, e o final abrupto e sem sentido. Netflix em seus piores dias.
Régis Trigo | Em 15 de Abril de 2019.
-
Se o estilo over-the-top de Stone diluía a força das suas denúncias, ao menos havia uma energia que, mal ou bem, pulsava dos seus filmes. Tudo isso cedeu espaço pra biografias como "Snowden": bland, hagiográfica e sem alma. Preferia os tempos de "JFK".
Régis Trigo | Em 15 de Abril de 2019.
-
Favreau deixa de lado os pesados efeitos especiais que tanto prejudicam seus filmes, e faz de "Chef" seu melhor trabalho. Perde força na 2a metade, quando os conflitos são trocados pelo road-movie clipado, mas ainda assim é bem agradável se ver.
Régis Trigo | Em 15 de Abril de 2019.
-
Um Burton atípico, mas nem por isso melhor que seus últimos filmes: narrativa apressada, tom cômico inadequado (a cena do tribunal beira o ridículo), e um Waltz, à la Chevalier, over-the-top, esvaziam o apelo da história de Keane. Dos piores do diretor.
Régis Trigo | Em 05 de Abril de 2019.
-
O tom cômico não casa com o acerto de contas do protagonista e a sua família, os policiais são estúpidos demais, há um excesso personagens sem função (Andy Garcia), e alguns subplots não levam a lugar algum (o preconceito com os negros). Decepcionante.
Régis Trigo | Em 02 de Abril de 2019.
-
A fotografia e os rigorosos enquadramentos são belíssimos, mas os bruscos e longos saltos no tempo fragmentam demais a narrativa, e prejudicam a compreensão do contexto histórico e o envolvimento do público com os conflitos do par central. Guerra gelada.
Régis Trigo | Em 02 de Abril de 2019.
-
Runge dilui a força do material com flashbacks redundantes e um roteiro que inexplicavelmente evita o confronto entre os protagonistas. Close é prejudicada pela passividade da personagem. Pryce se sai melhor. Faltou um Bergman pra colocar ordem na casa.
Régis Trigo | Em 31 de Janeiro de 2019.