Lupas (1003)
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Há problemas no elenco (Edmond O'Brien não dá conta dos dilemas morais enfrentados pelo seu personagem), e na estrutura narrativa (a opção pelo flash-back dilui a tensão da trama e torna público em um mero espectador dos acontecimentos), mas Lupino acerta ao não julgar os seus personagens, no tratamento ambíguo dos temas (especialmente na cena final), e na coragem de abordar um assunto delicado até hoje.
Régis Trigo | Em 27 de Setembro de 2019.
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A trama é desnecessariamente confusa (confesso que tenho dúvidas se entendi o plot da espionagem por inteiro), o elenco é de segunda, e a direção de De Palma não tem qualquer inspiração. Nem a bela sequência final do drone, que lembra o virtuosismo que o diretor mostrava entre os anos 70 e 80, salva o filme do desastre completo. Fraquíssimo.
Régis Trigo | Em 27 de Setembro de 2019.
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O roteiro não faz muito sentido, mas naquilo que se propõe a fazer, esse mix de "A Hora do Pesadelo" com "O Exorcista", até que se sai bem, com a primeira metade dedicada mais à ambientação da casa mal-assombrada e ao aprofundamento dos integrantes da família, e a segunda, aos sustos e à tensão típicas do gênero. Pra quem curte a franquia, melhor que o esperado.
Régis Trigo | Em 08 de Julho de 2019.
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Demora demais pra começar (o super-herói só aparece depois de intermináveis 40 minutos) e as motivações do vilão são confusas, mas lá pela metade melhora um pouco com a introdução do elemento coming of age, claramente inspirado em "Big", e com a autoironia do protagonista, à la "Deadpool". No geral, é mais decartável do que propriamente bom.
Régis Trigo | Em 08 de Julho de 2019.
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O artifício de colocar atores juvenis (alguns bem fracos) na pele de mafiosos perde rapidamente o encanto, e o roteiro volta e meia sai do foco central (como toda a sequência da luta de box), mas o filme entra no prumo na 2a metade, com números musicais que prenunciam o que Alan Parker faria em "Fama". Boa diversão.
Régis Trigo | Em 04 de Junho de 2019.
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Há alguns plots mal desenvolvidos (a tensão sexual entre a garota e o aborígene, e a presença dos homens brancos), mas no geral a visão de Roeg sobre o confronto entre o urbano e o selvagem ainda se mantém atual, e o estilo elíptico do diretor sempre é interessante de se ver.
Régis Trigo | Em 04 de Junho de 2019.
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Algumas gagues visuais são bem sacadas (em especial as sequências em que WC Fields tenta se barbear e dormir do lado de fora da casa), e a personagem da esposa, de tão irritante, ajuda a criar mais tensão cômica. É ingênuo em algumas partes, e o final é um pouco abrupto e conveniente, mas não deixa de ser uma comédia agradável de se ver.
Régis Trigo | Em 09 de Maio de 2019.
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Borzage tira leite de pedra, com seus belos enquadramentos, elaborados movimentos de câmera (a cena da roda gigante), jogos de luz, e uso dramático do extracampo. Mas nada disso resiste às incongruências da história (o acidente de carro não faz o menor sentido), à falta de química do casal central, ao roteiro que parte de um whodunit meio capenga pra discutir o duelo entre o bem e o mal do ser-humano, e ao final estranhamente triunfante. Borzage foi melhor nos anos 30.
Régis Trigo | Em 09 de Maio de 2019.
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O roteiro se leva um pouco a sério demais, alguns momentos de tensão soam deslocados, as gagues visuais são pouco inspiradas (há muita correria, socos e pontapés), e o próprio Lloyd parece velho para o papel de um filho que anseia pela aceitação do pai. Longe de ser ruim, mas abaixo do patamar - bem alto - do diretor.
Régis Trigo | Em 07 de Maio de 2019.
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Cresce na segunda metade, quando o filme troca a comédia frívola pela exposição da crueldade e da desumanidade de Hollywood. Mas a ingenuidade de alguns personagens e o final abrupto diluem o impacto geral. Cukor falaria melhor dos bastidores do cinema em "Nasce uma Estrela".
Régis Trigo | Em 07 de Maio de 2019.
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No auge da megalomania, quando provavelmente se via como um novo D.W.Griffith, Coppola arriscou toda sua fortuna com este musical à moda antiga, abertamente kitsch, experimental, e estilizado. Com o foco todo na forma, esqueceram de olhar pro resto: roteiro superficial, coerografias pouco inspiradas, casal central sem química, e mis-en-scène discutível. Mais que cult, "O Fundo do Coração" é fraco mesmo.
Régis Trigo | Em 03 de Maio de 2019.
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James Franco, quem diria?, manda bem em todas as frentes: diante das câmeras, ele acerta em cheio no tom autovisionário e melancólico de Wiseau. Atrás delas, é hábil ao equilíbrar a bizarrice da história e um tratamento carinhoso com seus personagens e o próprio cinema. Um dos melhores filmes do ano.
Régis Trigo | Em 03 de Maio de 2019.