Lupas (1873)

Esse prequel de 'Interestelar' mostra o quanto Chazzele tá soltinho, realizando suas tramas cada vez mais ambiciosas e sem extrair muita coisa delas. Claire Foy é dona do filme e rouba completamente o momento de Gosling, sempre apático e distante.

Uma homenagem bacana de verdade a 'E.T.', clássico de Spielberg, e que surpreende por ser o único 'Transformers' que assisti sem ter meu intelecto insultado a cada segundo - parte da graça foi pela Hailee Steinfeld, menina prodígio.

Um presidente incompetente, cidadãos abestados e uma cultura de espetáculo que explode pelo ar (literalmente) e ninguém liga porque tudo é descartável, tal os cenários falsos que cercam pessoas falsas. Burton fez o tributo pop definitivo a Ed Wood.

Cuarón volta a realidade explorando o terceiro mundo por meio de uma figura que personifica muitas de suas dimensões práticas. 'Roma' é poesia, humanidade, desumanidade e sociopolítica, tudo lavado por um ritmo, uma encenação e por um PB lindos de morrer.

Eis um filminho que tenta nos seduzir com doses cavalares de morbidez e um surrealismo pessimamente construído, numa trama sem pé nem cabeça impossível de engolir. Ótimo elenco judiado em duas longas horas de 'I wanna be David Lynch, but I'm not'.

Um 'Avatar' cheio de limitações narrativas (Wan não está habituado a comandar essa megalomania toda), mas a DC precisava muito de um passeio ensolarado na praia. O encanto de se explorar pela primeira vez um oceano de possibilidades técnicas é inegável.

Segundo grande filme da carreira de Bava, após 'Máscaras', é de uma grandiosidade descomunal. É a arte de filmar o mistério e o desumano em paralelo, e de uma forma exemplarmente natural e orgânica. Filmão!

Os desenhos da Hanna-barbera funcionam porque a histeria e o dinamismo extremo encaixam-se perfeitamente em 5 minutos, não em uma hora e meia de duração, mas a força da premissa e dos efeitos gráficos salvam muita coisa aqui. Cool.

Ponto para a direção de arte, essa sim, valiosa e lindamente gótica. Pérola que se destaca em um esgoto interminável e indecente de escolhas abomináveis. O horror moderno morre um pouco mais com 'A Freira'.

Boa jogatina irônica com arquétipos entre quatro paredes sendo testados, com muita elegância e um ótimo dinamismo em pouco tempo de projeção. Não sai do banal, mas nem por isso deixa de ser delicioso acompanhar esse grupo. Spall está impressionante.

O fan-service aqui irrita tanto quanto a pretensão de Rowling em se achar visual o bastante pra 'escrever' Cinema. Segunda parte e a franquia caça-níquel já expõe fraturas graves na coerência do todo, tal qual as histórias oriundas de Star Wars.

A cena na qual Milton encontra seus velhos pais, muito próximo de soldados inimigos, e os abraça como um raio, partindo em questão de segundos para não chamar a atenção, é dolorosamente maravilhosa e resume tudo da melhor forma possível. Muito bacana.