Lupas (1873)

Um 'Eu, Robô' mastigadinho até não poder mais para a época dos SOC! TUM! POW! levados super a sério.

Num período de grande produção para o cineasta, o titã Renoir propõe investigar, aqui, o amplo cerne do social urbano de uma época, e a tanto conduz a encenação de modo magistral; hoje, saudoso. Ótica sagaz e muito sutil que o Cinema agradece por alojar.

A DC já está na direção certa, apostando em bons filmes solos como esse - irreverentes, divertidos e apaixonados por suas possibilidades. Impossível não sorrir feito o coringa com a grande referência a 'Big', de 1988, na loja de brinquedos. Boa sessão.

Peele está a caminho (se continuar assim) de ser um nome nobre em Hollywood, com apenas mais um par de produções. 'Us' é seguro, tem as melhores referências nos lugares certos, mas ainda carece em partes da maturidade que Peele vai conseguir, com o tempo.

Tão horripilante quando o longo percurso que a mansão McKamey oferece, na Califórnia, a seus participantes doentios e obcecados pelo horror, punição e experiências quase-morte que se submetem. Filmão, requentado um milhão de vezes, já.

Eu só sei que, às vezes, vale a pena ser cinéfilo.

Too much, but cool.

'Filme lindo, gente do céu, diferente do Transformers, Avatar e outras drogas que só tem o visual, tudo falso. Esse não! Amei.', disse uma moça saindo do cinema. A gente enxerga com o coração muito mais do que deveria enxergar, sabe?

Quase vinte anos antes do 'Bonnie e Clyde' pop e colorido de Arthur Penn, 'Gun Crazy' não tem medo de ser absolutamente tudo aquilo que podia e, de fato, conseguiu ser. Filmaço, dono de qualidades faraônicas do primeiro ao último segundo - literalmente.

Get out. I don't need you anymore.

É Cronenberg casando com Lynch, numa fábula de horror portuguesa produzida no Brasil. Toda a alegoria fantasma oriunda disso está intacta, aqui, ainda que especialmente refém de uma questionável e não-sofisticada abstração generalizada de sentidos.

Um merecido sucesso de bilheteria. É um prazer inexplicável ver o Clint, a lenda viva faz-tudo, quase não se aguentando mais em pé, atuando e fazendo o que precisa fazer: cinema. Sutilmente crítico e estruturalmente elegante, como sempre.