Lupas (1873)

Um desses filmaços para lembrar a qualquer cinéfilo(a) esquecido(a) o quão delicioso Hitch encarava o Cinema: Um emocionante jogo de xadrez impecavelmente planejado e executado. De quebra, a forte sub-trama sobre emancipação feminina é a cereja do bolo.

Serve para garantir o carisma (e as risadas) de McCarthy, mas principalmente, para expôr a exaustão que os filmes de espionagem sofrem hoje em dia quando a visão que os conduz não é grande o bastante.

Orgulhoso por suas grandes reviravoltas, e em especial do ótimo momento que a saga alcançou, poucos filmes de ação contemporâneos tem sua adrenalina esquematizada de forma tão gostosa, e inteligente. O melhor blockbuster de 2018 - até agosto do mesmo.

Três diretores tentaram fazer, em intermináveis 2 horas e 1/2, o que Eastwood fez só e melhor com sua dobradinha sobre os lados de uma guerra. Não é exagero afirmar Tora! como um dos mais ambiciosos projetos de Hollywood. Vale mesmo pela técnica, ótima.

É tudo sobre a direção de Beatty. Sério, audaz, versátil e debatedor, sua perspectiva expansiva faz de 'Reds' um manifesto sociopolítico desequilibrado entre todos os seus amplos temas, ainda que seja uma grande sessão formal de Cinema em muitos sentidos.

Típico filmaço cuja força do roteiro é maior que qualquer outra força da produção, com o ranço e outras questões psicológicas que a escravidão e seu (recente) fim trouxeram a luta de raças sendo fisicalizadas por uma simples e emblemática algema.

Gosto muito como Cukor fazia filmes gigantes e irresistíveis sem medo. Como diretores como ele estilizavam épicos extraindo a epicidade duma história. Apesar dos excessos, eis um delírio açucarado delicioso, tal Hepburn aqui, mais forte que nunca.

Fiapo de história decentemente desenvolvido cuja simetria e esquematização vêm dos thrillers de Mann junto a violência árida que deu certo, em 'Sicário'. Butler não é um Denzel ou Del Toro mas faz o que pode bancando o durão, agora 140 minutos? Meu Deus.

Cenas como a do pôr do sol na montanha, ressaltando então a temperatura das cores, as cores das temperaturas e do intocável. Filme sobre nosso lugar no mundo, leve como o vento e que por pouco não se torna grande como sua cineasta tentou fazê-lo ser.

Alguém chama Peter Tomasi pra escrever os live-actions da DC, por favor. Se apenas a cena da luta na ponte entre Super e Doomsday estivesse em BvS, o filme ia ser tão legal quanto essa animação, interessante e empolgante não só aos fãs dessa mitologia.

Devia se chamar "Daddy Rules - The Movie". Tem tudo pra ser um clássico do Supercine daqui a dez anos, com Denzel intimidando meia-dúzia de maluco com uma arma na mão, de novo. A gente adora, fuck it.

O filme acerta por não ter pretensões e se dedicar apenas em ser sólido em termos de diversão, numa região pouco explorada para isso.