Lupas (799)

Desde o momento em que o pequeno Salvatore aparece na tela, já nos afeiçoamos ao filme. Feito pelo cinema e para o cinema. Belíssimo.

Atuações inspiradíssimas (até Reeves não decepciona), um roteiro humano e qualificado, atmosfera bem construída e artisticamente belo.

Um Tarantino com os grandes diálogos, cenas e situações de sempre, mas diria que expectativas atrapalham, e muito.

Em mais um de seus brilhantes roteiros, Kaufman utiliza comédia, reflexões filosóficas e ironia como mais ninguém conseguiria. Ainda que ele tenha canalizado sua genialidade melhor em outras obras, não dá para negar as muitas qualidades do longa.

A trama africana parece deslocada, mas com um conjunto tão belo, sinceramente, quem liga? Destaque para a atuação do jovem William Jøhnk Nielsen.

Tinha tudo, tudo mesmo, para ser um dos melhores filmes que já vi, até o seu final...

Certos vinte minutos do filme, podiam virar dez. O que não muda em nada a sensação intensa e maravilhosa de assisti-lo.

O cartão de visitas de Nolan e de seu cinema pipoca-conteúdo tem a montagem invertida como seu motor e sua funcionalidade, auxiliada pelo bom roteiro dele próprio, até assusta, subvertendo a regra de querermos saber como tudo termina. Aqui, é como começa.

Este é O filme!

A autoironia e um enredo que serve como força motriz de sua própria transformação enquanto elemento artístico e simbólico. Kaufman mais uma vez abraça as mais diversas discussões e digressões sem nunca se levar a sério demais. Simplesmente genial.

Setenta e cinco anos depois, "Casablanca" continua um clássico dos mais robustos, repleto de diálogos memoráveis e cenas marcantes e abordando política e romance com a mesma dose de genialidade.

Um pouco irregular, é verdade, mas a tensão e cumplicidade com a história geradas pela magnífica direção e por alguns inspirados momentos do roteiro fazem deste, uma das melhores experiências que já tive.