Lupas (759)
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Direção, canções, ação, personagens, tudo aqui funciona numa espiral vibrante de estilo e engajamento, que culmina num clímax de tirar o fôlego. Ver Coffy lutando sozinha contra todos é espetacular, sem fugir da realidade ou precisar de super poderes, tudo é realizado com muita inteligência e as saídas são interessantes. Belíssimo e sedutor exemplar do Blaxploitation com a musa Pam Grier.
Daniel Borges | Em 05 de Janeiro de 2020.
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Um cruzado de direita bem no estômago. Difícil não se comover com a história dessas pessoas comuns, reais, marginalizadas, lutando para sobreviverem e alcançar seus sonhos, mesmo que na prática nós sabemos que será impossível. Tully com sua idade avançada, solitário, alcoolismo e uma mulher que lhe tira a vontade de prosseguir, enquanto Ernie com as novas obrigações familiares se vê cada vez mais longe do que almeja. “Help me make it through the night”. Esta noite eu preciso apenas de um amigo.
Daniel Borges | Em 05 de Janeiro de 2020.
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Daqui a cem anos seu discurso ainda será atual, da forma como o sistema sujo, dominante e implacável funciona. O texto de Schrader outra vez é fantástico, extraindo um realismo assustador das situações e das atuações monstruosas do trio Pryor, Keitel e Kotto, sendo impossível não se identificar com estes caras, que apesar de todos os problemas enfrentados no set, realizaram uma obra direta, crua e que te deixará aflito. E ainda tem o grude da trilha sonora no ritmo da fábrica, que OBRA-PRIMA!
Daniel Borges | Em 05 de Janeiro de 2020.
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Aqui temos um peculiar estudo da condição humana inserida no contexto do velho oeste, filmado magistralmente por Boetticher. Sem perseguições ou grandes tiroteios, a trama se volta para a tensão ininterrupta do cárcere dos heróis, ao ponto que são apresentadas as várias camadas que fazem desde Brennan e Mims à Frank, personagens complexos. Todos são pessoas amarguradas e que estão em busca de algo, de um sentido...chocando-se pelo capricho do destino. OBRA-PRIMA!
Daniel Borges | Em 04 de Janeiro de 2020.
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Outra agrande atuação de Lee Van Cleef como o anti-herói justo, letal e imprevisível, num spagghetti de vingança cheio de grandes tiroteios e bons momentos. Aqui temos umas das mais belas trilhas sonoras já vistas num faroeste italiano, extremamente contemplativa. E ainda tem John Phillip Law canastrão pra completar essa dupla que deseja vingança contra as mesmas pessoas, mas por motivos diferentes, ambos tendo aguardados dolorosos 15 anos. Entretenimento genuíno.
Daniel Borges | Em 03 de Janeiro de 2020.
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Mais que um simples faroeste de vingança, esta é a busca de redenção de um homem que perdeu tudo, contando com a sintonia fina da parceria dos obstinados Randolph Scott e James Coburn, com tiroteios, confrontos com índios e tensão sexual à flor da pele. Além disso temos as belíssimas imagens capturadas pela sensibilidade de Boetticher, um primor aos olhos. Só uma pena que Karen Steele não seja melhor aproveitada.
Daniel Borges | Em 02 de Janeiro de 2020.
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Brutal, covarde e sem concessões...Desde o início nos afeiçoamos com Scott e sua busca por dignidade, mesmo que esta tenha que vir à força pela violência e agilidade de sua pistola. O seu desfecho extremamente previsível não tira os méritos de uma obra tecnicamente bem realizada, repleta de grandes momentos e ensinamentos de como sobreviver ao velho oeste. Um lobo já nasce lobo. Vocês que o tornaram violento.
Daniel Borges | Em 02 de Janeiro de 2020.
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Lee Van Cleef em grande forma, duelos memoráveis embalados pela sempre inspirada trilha de Morricone (a sacada do confronto derradeiro foi maravilhosa), visuais encantadores filmados com paixão por Sollima e uma perseguição tão desafiadora para o protagonista que o fará repensar sua estratégia. Um dos melhores exemplares do ciclo de westerns spagghettis da década de 60.
Daniel Borges | Em 01 de Janeiro de 2020.
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Tecnicamente impecável, as sequências enchem os olhos com sua plasticidade límpida, um estado de ordem aparentemente inabalável que está prestes à ruir. Todo esse equilíbrio vindo de uma família perfeita vai desmoronando aos poucos, com os personagens revelando ao público quem são de verdade, na tentativa de conseguirem o que querem. Filmaço contemplativo que mantém o espectador sem piscar até seu macabro final.
Daniel Borges | Em 01 de Janeiro de 2020.
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Depois de 1 ano de produção, orçamentos estourados e um corte final de mais de 180min prontamente ignorado por Cannes, Kobayashi realizou uma das estéticas mais fascinantes do cinema japonês, uma antologia poética que passeia pelo folclore e que traz com muito lirismo histórias da tristeza humana, não necessariamente assustadoras. A sequência da Mulher na Neve é a melhor.
Daniel Borges | Em 31 de Dezembro de 2019.
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Aqui temos de tudo um pouco: suspense, lealdade, intriga, desabafo político de Delon, assassinatos, perseguições, tiroteios, reviravoltas, Ornella Muti em todo esplendor de sua juventude, participações especiais do mais alto nível como Klaus Kinski e Mireille Darc, além claro de um Alain Delon em grande forma, com seu carisma inigualável que dispensa comentários. Filmaço!
Daniel Borges | Em 28 de Dezembro de 2019.
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Losey nos transporta para a França ocupada de 42 de forma transcendental, é como se estivéssemos ali em meio à loucura, ignorância e o medo, em um domínio técnico fabuloso. Delon parte de um inescrupuloso 'cidadão de bem' que é a personificação da indiferença à um personagem obsessivo que precisa correr contra o tempo para provar sua identidade. Filmaço!
Daniel Borges | Em 25 de Dezembro de 2019.