Lupas (759)
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O suspense em torno das investigações mantém a atenção e expectativa do público a cada nova pista revelada, mas infelizmente o final fica longe de ser marcante como desejava ser, e também não deixa muito claro as reais intenções de um personagem, apesar do roteiro extremamente expositivo. Um bom suspense da Amicus.
Daniel Borges | Em 15 de Outubro de 2019.
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O roteiro sem sentido e as mortes extremamente caricatas atrapalham muito o resultado final desse suspense da Amicus, que em meados da década de 70 já cambaleava junto com a Hammer com produções a rodo de horror que no fundo pouco assustavam e divertiam. O que se salva aqui é a presença sempre marcante de Cushing, que apesar de dar as caras na metade do filme, confere à trama um ar mais sério e respeitável. No mais, um passatempo rasteiro e dispensável.
Daniel Borges | Em 14 de Outubro de 2019.
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A montagem é eficiente em criar uma atmosfera melancólica e paranoica, e o mistério que cobra Asami nos desperta curiosidades até o subir dos créditos, pois Miike jamais deixa de brincar distorcendo a realidade e tudo que está ao redor. Mas é inegável que perde muita força com o último ato destoante, que até causa menos arrepios do que a sugestão que até então acompanhávamos. Um bom suspense.
Daniel Borges | Em 14 de Outubro de 2019.
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A primeira parte é extremamente envolvente, e que mantém o interesse e tensão sempre latente na apresentação dos três infelizes que deverão realizar um assalto "impossível" (embora Gian Maria Volonté desapareça na história), e mesmo esta sequência sendo construída meticulosamente (que nem as trocas de maletas no trem em movimento de Expresso para Bordeaux, que aliás é superior), seu clímax é previsível e pouco memorável. No mais, outro policial obrigatório de Melville.
Daniel Borges | Em 13 de Outubro de 2019.
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Já na magistral sequência inicial da morte da condessa e de seu assassino percebemos o que está por vir: NINGUÉM sairá ileso da disputa por um propriedade à beira de uma baía, mesmo que indiretamente. Com mortes que seriam copiadas centenas de vezes pelos slashers americanos, Bava foi pioneiro mais uma vez em conduzir uma trama de assassinatos brutais e extravagantes, com muito erotismo, tensão e ironia. Só peca por ser excessivamente escuro em muitos momentos, mas o saldo final é fantástico.
Daniel Borges | Em 13 de Outubro de 2019.
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O estado de pureza de Balthazar em meio à podridão das relações humanas, onde o acaso rege o fluxo da existência do animal e sua exploração por cada um de seus donos. Simbólicas, passagens como a do circo e a de seu inevitável destino são as mais chocantes. Impossível ficar indiferente, e mesmo que a compreensão de tudo nos escape, sobra sentimento, aquele que tanto faltou para com Balthazar, aquele que carrega os pecados dos homens.
Daniel Borges | Em 07 de Outubro de 2019.
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Se por um lado esse documentário é uma prova de que o legado extraordinário de Bava está sendo resgatado e desconstruído, por outro senti que faltaram elementos essenciais, ainda mais por sua duração de 1h, como passeios por sua filmografia, exibir curiosidades, dissecar detalhes, mas pouquíssimos filmes ganham maiores destaques. No fim, um gênio incompreendido, anos a frente de seu tempo e que merece ser cada vez mais conhecido e reverenciado por quem ama o cinema.
Daniel Borges | Em 06 de Outubro de 2019.
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Imprevisível do início ao fim, não nos permite piscar transpirando uma tensão limite ininterrupta que demonstra o quão habilidoso e injustiçado foi Bava, um verdadeiro mestre da manipulação de imagem e expectativa. Aqui seu domínio transborda em crueza e violência, sem se ater a importância dos personagens dentro do carro, aqui não existe distrações e muito menos concessões. Uma aula de cinema como testamento.
Daniel Borges | Em 05 de Outubro de 2019.
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Arthur e sua luta diária pra sobreviver a uma insanidade à céu aberto chamado Gothan, um devastador estudo de personagem reagindo e delirando ao caos à sua volta. Phoenix será coroado em TODAS premiações. Aqui temos pequenos lampejos do Coringa (e isso pode ser um pouco frustrante), mas sim a origem de Arthur em seu declínio (ou ascensão) como individuo, dependendo de cada um. Alguns plots twists nos dá fagulhas de sua mente, mas que jamais nos permite compreende-la. E quem poderia?
Daniel Borges | Em 04 de Outubro de 2019.
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Excelente estudo de personagem em sua viagem existencial na busca por seu pai e as respostas de que tanto precisa, em uma obra psicologicamente emocional, com sua trama crítica e introspectiva hora ou outra sendo 'obrigada' a soltar uma cena de ação pra fins mais comerciais, mas Gray e Pitt equilibram eficientemente as expectativas. Amadurecimento, solidão, o pertencimento à algo e alguém, realizações e frustrações, sonhos, orgulho e medo, com minutos finais simbólicos e de pura contemplação.
Daniel Borges | Em 01 de Outubro de 2019.
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As situações são extremamente raras e os conflitos resolvidos de formas ridículas, sem fluidez de um ponto ao outro, restando apenas o carisma de Murphy.
Daniel Borges | Em 29 de Setembro de 2019.
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A cidade como protagonista, reflexo de algo que insistimos em subjugar seu valor. Tecnicamente impecável, sua linda fotografia enche a tela com cultura, diversidade, política, violência e alma, daquela que jamais poderíamos nos envergonhar de tê-la. Da belíssima abertura ao chocante triunfo de reação, sobra contemplação, provocação, utopias, realidades. Poderia ser perfeito se a caricatura dos invasores não fosse tão gritante. Filmaço, outro pra conta de Kleber Mendonça Filho.
Daniel Borges | Em 24 de Setembro de 2019.