Lupas (759)
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Filme que enterrou definitivamente as produções de terror da Hammer, "Uma Filha para o Diabo" é um bom passatempo, girando em torno de suas possessões, rituais e as atuações marcantes de Lee e Widmark, ao passo que apresenta a lindíssima Nastassja Kinski aos cinemas. O final é meio abrupto e um pouco irregular, mas os momentos de suspense em torno dos desencontros dos personagens garantem a diversão.
Daniel Borges | Em 13 de Abril de 2020.
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Baseado no romance de Dennis Wheatley, mestre literário com muitas obras famosas sobre ocultismo, e com ótima cenografia e trilha sonora, "As Bodas de Satã" é um grande exemplar da Hammer, trazendo toda a atmosfera macabra pra dentro de uma trama com rituais, hipnose, seres do outro mundo e muito suspense. Lee como o herói aristocrata está brilhante e convincente, roubando ao lado de Charles Gray os melhores momentos do filme. Diversão do início ao fim.
Daniel Borges | Em 13 de Abril de 2020.
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A tormenta ininterrupta na vida e mente daquele que deve criar, imaginar, sentir. Das obras mais pessoais que foram realizadas, com muita beleza, sensibilidade e acidez na medida certa. A relação com as mulheres, a rigidez da religião católica, a infância, os prazeres, os pais, amigos, a profissão, sonhos, as dúvidas... tudo é preenchido pela mágica das mãos de um dos maiores autores do cinema. Obra-Prima irretocável.
Daniel Borges | Em 12 de Abril de 2020.
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O filme começa e termina com Marcello não ouvindo/entendendo o que lhe estão dizendo, numa estilizada crítica a incomunicabilidade. Fellini registra o glamour e o desencanto de forma bela, sensorial e desesperançosa. Pra se sentir, absorver, vivenciar...
Daniel Borges | Em 12 de Abril de 2020.
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Fellini é tão habilidoso que nos convence a sentir compaixão por verdadeiros canalhas, que embora sejam farsantes, possuem camadas dramáticas acentuadas (como Augusto e Picasso), o que nos faz, de certa forma, acompanhar essa angustia e solidão que os protagonistas sentem, mesmo embolsando cada vez mais. O final é devastador (como tradicional num filme do diretor), realizado com uma ironia deliciosamente melancólica.
Daniel Borges | Em 10 de Abril de 2020.
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Exploitation B fortíssimo, com muitas cenas de sexo e violência, com o diretor lutando pra colocar a parte 'científica' (através de um médico psiquiátrica e um inspetor com os diálogos mais expositivos possíveis) entre os assassinatos e a nudez quase ininterrupta da Annik Borel, atendendo desesperadamente o lado comercial e exagerado. Entretenimento que vai direto ao ponto (já nos créditos um close-up da vagina da protagonista rs) que se mostra bem selvagem.
Daniel Borges | Em 10 de Abril de 2020.
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O olhar triste (mas esperançoso) de Gelsomina nos evoca um turbilhão dos mais belos e melancólicos sentimentos, que embora contraste ao de Zampanò, ambos desejam a mesma coisa: Ganhar a vida. E aqui a fantasia circense nunca fora tão essencial pra ilustrar uma Itália pós-guerra em reconstrução moral, onde a arte apazígua as maiores dores. Até uma pedra tem um sentido de existir, uma finalidade.
Daniel Borges | Em 04 de Abril de 2020.
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Extremamente agradável de se ver, quem assiste não percebe que foi realizado com dinheiro de pinga, filmado e iluminado muitíssimo bem, realçando a fotografia preto-e-branco dando-lhe uma atmosfera fascinante. Lon Chaney Jr. gigante se sai muito bem, com sua serenidade contrastada em meio aos mais imprevisíveis personagens, que aqui são excelentes em seus modos particulares e peculiares. Um cult que se manteve perdido por décadas, mas que agora merece ser redescoberto e ovacionado.
Daniel Borges | Em 28 de Março de 2020.
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Na teoria era uma premissa simples, mas bem interessante: Uma bruxa assombra uma casa e seus moradores, matando-os um a um de formas criativas. Grana fácil né? Mas não é o que ocorre, muitos personagens não possuem o menor desenvolvimento como Elvira e seu filho doidão (por que estão ali? suas motivações?), Mary e suas aparições esporádicas, além do vilão ser apenas mãos puxando as pessoas pra lá e pra cá. Ao menos o gore é garantido em muitas sequências invocadas. Passatempo bem mediano.
Daniel Borges | Em 28 de Março de 2020.
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Aqui temos um paralelo interessante entre a delicadeza e a brutalidade convivendo harmoniosamente ao ponto que explodem formas, cores, técnicas e sensações. Esta é uma animação experimental que necessita da máxima percepção do público para uma apreciação mais profunda, sendo que muito além de um romance padrão existe um belo texto sobre libertação feminina (em todos os aspectos), descoberta e aceitação. Apenas poderia ser menor, pois algumas partes (como a orgia) tornam-se repetitivas.
Daniel Borges | Em 27 de Março de 2020.
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Interessante ver esses personagens lendários inseridos num contexto atual, embora apenas a gangue de jovens ganhe os maiores destaques. Drácula outra vez coadjuvante em seu próprio filme, além de um desfecho bem previsível (sempre dá a impressão que seus capangas são mais perigosos). Outro destaque é a presença de Cushing, sempre marcante em tela.
Daniel Borges | Em 25 de Março de 2020.
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Melhor que todos seus antecessores da Hammer, este consegue ir além da historinha padrão que vinha sendo apresentada (geralmente desavisados acabam parando no castelo de Drácula), aqui temos vários personagens secundários interessantes, conflitos, interesses e claro, a melhor presença de Lee como o vampiro até então, vingativo, extremamente sedutor e pela primeira vez desde o início participando da história (nos anteriores nunca aparecia até meia hora de projeção). Belo passatempo.
Daniel Borges | Em 24 de Março de 2020.