Lupas (6345)

De uma intensidade dramática exemplar, atravessa a fronteira de seu gênero e se configura como um tratado sobre a (des)lealdade.

Afora uma ou outra inserção de pieguice e obviedade, é um tocante retrato do artista diletante.

A atuação poderosa de Cate Blanchett responde por boa parte do apelo exercido pelo filme em seu público.

A reconstituição de época é embevecedora, mas o elenco parece a esmo em uma trama desfocada.

Despretensioso e muito sincero, extrai sua relevância do entrosamento entre os protagonistas e do roteiro direto e conciso.

Está longe de ser dispensável, e seus grandes méritos são o despojamento e a entrega de Mel Gibson.

É bem menos do que sua fama leva a supor.

No fundo, a noção de separação apresentada pelo cineasta é muito otimista, apesar de ele revestir seu filme de um aspecto um tanto cômico-trágico.

Trafega pelas estradas curvilíneas do sofrimento, e assinala que cada um só é capaz de compreender a própria dor.

Suscita alguns frouxos de riso e tira proveito de um argumento instigante.

Seu poder de comoção reside na graça e no carisma de dois atores que se encontraram em seus papéis.

Uma coleção de tipos desamparados que caminha em diferentes direções em busca do mesmo sentimento unidos por um roteiro acima do razoável.