Lupas (457)

Como em "Os Incompreendidos", Truffaut almeja a liberdade. Aqui, ela aparece não somente no amor inserido na trama, mas também na forma inovadora da narrativa. E tem Jeanne Moreau numa importante personagem, uma espécie de reconstrução da femme fatale.

A imagem pode falar por si só, mas aqui a preocupação é contar tudo numa narrativa em off incessante, não mostrar. Pra piorar, a não-linearidade narrativa não soa natural. Pena, pois tem força ao expor o sistema carcerário brasileiro e o crime organizado.

Amador e muito fragmentado (já que uma parte do filme foi perdida), no entanto é Tarantino, é hilário: "Your ass is grass, and I'm the lawnmower".

A dubiedade de um relacionamento amoroso em declínio, ora revelando afeto ora raiva. Godard insere uma grande carga dramática e um leve humor nesse contexto.

O desenvolvimento urbano desenfreado e o conformismo da população tornam o mundo um lugar mais apático, aonde as particularidades, aos poucos, deixam de existir. Talvez devido ao pouco tempo para o lazer e para a arte, já que o trabalho nos engole.

A diversão é ilimitada na hora do banho de uma criança com seus brinquedos.

Curta histórico. A primeira aparição de Mickey Mouse no cinema é uma graça audiovisual.

Homenagem magistral ao cinema (e à literatura) de terror e à criação artística pautada na fantasia. Nós como John Trent, completamente envolvidos e até enlouquecidos com o universo da obra; e John Carpenter como Sutter Cane, o Deus desse universo.

Algumas partes são idiotas demais, mas como não rir e se divertir com a maior larica da história do cinema?

É conhecer um pouco de Gauguin através de um deleite visual e narrativo.

É impressionante a influência que este filme trouxe ao, praticamente, fundar o subgênero de terror zumbi. A crítica não tem como passar desapercebida, por exemplo no fato dos zumbis compartilharem a comida, mas os vivos não se ajudarem na sobrevivência.

O resultado é condizente com a premissa.