Lupas (1848)

Comédia experimental que bebe na fonte do cinema mudo, de Tati, e dos novos cinema da segunda metade dos anos 60. Aqui o casamento provinciano para um jovem playboy é uma sucessão de situações bastante constrangedoras e hilárias.

Road movie musical com um grupo de desajustados percorrendo estradas empoeiradas pelo interior dos EUA. Sentimental, melancólico, nostalgico e sonhador na medida certa.

É melhor quando se concentra na bagunça caótica das crianças sozinhas em casa, fica bem ruim quando vai para o romance juvenil.

Filme bem furado, com ideias amalucadas e chatas, com estética de espetáculos televisivos.

É tudo muito marcante, um clássico meio obscuro mas com algumas das cenas mais piradas e inesquecíveis do cinema.

Os diálogos em off ocupam quase todo o filme e fazem o filme soar um pouco distante e repetitivo.

Gosto principalmente do começo, com aquela apresentação impessoal, documental e levemente cômica do personagens. Toda a encenação posterior é boa mas as inserções de discursos psicologistas datados, mesmo que Resnais não as siga a risca (há na verdade um dialogo/debate, quase um experimento cientifico prático) acabam de fato adicionando uma pitada de didatismo.

Divertido momentos de violência nonsense

Toda a estética do filme, exaustiva, árida, lenta, sensação de imagens sem propósito, serve para demonstrar o vazio existencial do seu protagonista. Quando tudo acaba é arrasador, forte demais.

Flui bem, os personagens são simpáticos, não tem aqueles gatilhos irritantes comuns ao genero.

Começa com uma montagem genial, um quebra-cabeças entre realidade e imaginação do protagonista, depois deixa esse artificio um pouco de lado, até porque se tornaria meio óbvio, e parte pra uma comédia de absurdos totalmente ácida.

É de fato um filme chave na história do cinema. Desnuda, literalmente, toda a romantização da sociedade americana presente na produção hollywoodiana do era clássica ao mesmo tempo que reverencia os grandes autores e filmes deste período.