Lupas (749)

É aquele tipo de cinema-pipoca que faz certa falta hoje em dia: todo aquele clima zoado na medida certa, elenco em boa sintonia e claramente se divertindo na tela, empolgantes cenas de ação e humor simples, mas funcional.

Sommers capricha na auto-paródia, melhora na composição de suas cenas (algumas são belíssimas), e se alia a um bom roteiro que sabe justificar sua existência enquanto sequência. É divertidíssimo.

O que começa como uma história tão bizarra quanto deliciosa logo se torna uma pseudo-drama corrido e pouco crível, abraçando sem dó nem piedade seu tom de auto-ajuda. Salvam-se os momentos com a excelente Toni Colette.

Ah, se arrependimento matasse...

Óbvio que não há como desmerecer sua premissa, por si só, deveras interessante. Mas realmente precisavam de personagens e situações tão estúpidas para fazer o carro andar?

Curiosa e necessária expansão da realidade distópica vista no original, mas que parece não estar explorando todo o seu potencial.

A reformulação de Bond retira o personagem de seu universo cartunesco e o trás para uma realidade onde agora ele é um personagem que ama e se machuca, que sangra e que chora. Modernização ideal e necessária. Craig chuta bundas e Eva Green encanta.

O Bond de Craig segue truculento, mas sem perder seu charme. E ainda que falte energia a essa sequência direta de 'Cassino Royale', o roteiro confere um seguimento inteligente na humanização de James e sua modernização.

Ainda mais sombrio e melancólico, 'Skyfall' é uma releitura não apenas da identidade de Bond (o primeiro diálogo com o vilão Silva), mas também da própria série, que aqui brinca e discute com seu passado antiquado e sua atual modernização. Grande filme.

Ganha pontos pelas hilárias referências e pelo carisma de seus personagens, mas excetuando isso, é apenas mais uma animação que funciona apenas com seu público-alvo.

Humor que varia entre o detestável e o inspirado, o maior valor do filme são suas personagens femininas grosseiras e desbocadas. No fim, é apenas mais um produto assistível e fácil de ser esquecido ao término.

Prefiro o Ben Stiller de 'Tropic Thunder', mas seu jeitão que oscila entre o sensível e o humor bobalhão também funciona quando bem dosado, como é o caso aqui. As cenas onde seu personagem entra em transe são um achado.