- Direção
- Karim Ainouz
- Roteiro:
- Karim Ainouz, Inés Bortagaray, Murilo Hauser, Martha Batalha (romance)
- Gênero:
- Drama
- Origem:
- Brasil
- Estreia:
- 21/11/2019
- Duração:
- 139 minutos
Lupas (21)
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Aïnouz transforma a ausência em uma personagem onipresente que molda de forma implacável as vidas de Guida e Eurídice; duas irmãs que têm suas vidas arrebentadas por machismos, patriarcados, orgulhos estúpidos, o que só deixa bem claro o quão importante uma seria para a outra. cada quase encontro, cada revelação tardia traz consigo uma angústia sufocante
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O filme poderia ser quase perfeito se não fosse a longa duração e o fato de ter sido arrastado. Atuações sensacionais, divinas. O machismo estrutural grita a cada quadro, e o final, sem abrir concessões, faz emocionar.
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Quando soube da escolha do longa para representar o Brasil no Oscar achei que seria mais uma daquelas escolhas injustificáveis da ANCINE, pois já tinha assistido e gostado muito de Bacurau. Engano meu, o filme além de ser um dos trabalhos mais relevantes do cinema brasileiro dos últimos anos, é de uma sensibilidade impar. Grandes atuações e roteiro que te envolve em um forte retrato da sociedade brasileira patriarcal.
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9,5 emocionante. Fernanda Montenegro maravilhosa
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Duarte e Stockler são duas gigantes da atuação, escapando às armadilhas do drama e exalando humanidade para as irmãs separadas por toda uma vida, que uma delas julgava ter pela frente. Os anos passam, e o que ficou da vida? Na reta final, Montenegro e sua atuação sublime, concentrada na força do olhar.
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Ainouz entrega um filme competente, um melodrama crível e sem exageros mas algumas coisas me incomodam em sua estrutura e a forma como o diretor opta por "esconder" alguns detalhes em algumas passagens de tempo, especialmente na relação de Eurídice com o seu casamento, bem como com a forma que as cartas chegariam à mão do marido.
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Retrata com convicção e sensibilidade a tristeza de ser mulher em uma sociedade atrasada, machista e ignorante. Onde o talento, vivacidade e inteligência das mesmas é tolhido por homens mesquinhos, rudimentares e infantis. Sim, o filme se passa na década de 50, mas tem gente por aí que faria de tudo para que esses ""bons tempos"" voltassem.
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Um filme extremamente relevante, que mostra diversos temas atuais em meados do século passado. Vidas que foram desconectadas, acima de tudo, por um modelo de sociedade machista e patriarcal.
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A Lentidão e fotografia "envelhecida" atrapalharam a magnitude da obra, um história linda, mas roteiro arrastado, uma trama soberba sobre a invisibilidade feminina nos anos 40, retrato dolorido e ainda com resquícios na contemporaneidade, que lindo e triste... Aquele final doí muito, chorei horrores, senti imensa mágoa desses pais maléficos, triste...
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Filmaço!
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Aprisionada pela sociedade machista, patriarcal e insensível...
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Ainda permaneci sentado quando acabou a exibição. Fiquei muito abalado. Um filme tristíssimo, sensível e cortante. Karim Aïnouz está mais palatável que em "A Praia do Futuro". Destaque também para a atuação de Carol Duarte, que vai ficando progressivamente mais derrotada.
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Uma poética e triste história onde se evidencia o papel invisível das mulheres graças a visão patriarcal e machista da sociedade, isso se mostra de maneira escancarada e também nas sutilezas do dia-a-dia. Fernanda Montenegro em uma participação mais do que especial.
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Um drama triste, sensível e lindo! Uma poética reflexão sobre patriarcalismo, machismo estrutural, a invisibilização social da mulher e suas consequências. Um filme de rasgar o coração.
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Tocante melodrama sobre a tão perversa história de uma geração de mulheres subjugadas, as quais para se enquadrarem no "papel social" abdicaram de maneira compulsória de seus sonhos e de suas vidas para viverem enquanto donas de casa e mães à sombra da instituição pétrea da família liderada por um homem. Embora o elenco desigual, o filme é visualmente deslumbrante e possui fortíssimo e emocionante epílogo com Fernanda Montenegro, ponto alto da narrativa.
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As elipses doem no coração. Lindo retrato de um tempo e das almas que buscam identidade quando ninguém ao redor permite. É com amor que resistimos.
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A fluidez narrativa de Aïnouz, além da forte e contundente melancolia, potencializada no epílogo de força descomunal (muito na conta de Fernandona), tornam a experiência bastante positiva e marcante. Se atrapalha na cronologia lá pela metade e Carol Duarte não é atriz suficiente para um filme desse (ou de qualquer) porte, mas Stockler compensa a fraqueza de sua coprotagonista.
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O roteiro confere nuances às personagens centrais e as tornam palpáveis, mas destaque mesmo fica para o tom de angústia constante que a direção impõe. No entanto, não está isenta de defeitos: embora extraia atuações excelentes, também tem a "proeza" de falhar em cenas cruciais e, particularmente, a atuação de Gregório Duvivier é horrível. O final, todavia, graças ao conjunto e à atuação de Fernanda Montenegro, compensa os deslizes.
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Por detrás das fungadas e das lágrimas é aceitável dizer que A Vida Invisível é tão político quanto Bacurau. Quantas Guidas e Euridices não são destinadas a invisibilidade cotidiana? Quantos Anteros reproduzem esse patriarcalismo patético diariamente? Que delícia de momento vive o Cinema Brasileiro.
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Karim Ainouz tem paciência ao relatar a triste história das irmãs Gusmão. Em duas ótimas interpretações, Guida (Stockler) e Eurídice (Duarte) realçam muito bem o peso do tempo e da rotina sofrida para nos fazer sentir cada vez mais a falta que uma faz para outra. A ambientação nos anos 50 no Rio é perfeita e o núcleo Guida-Filó se destaca. Participação de Fernanda Montenegro coroa um filme emocionante.