Lupas (356)

Meio de tarde, voltando da faculdade resolvo ir ao cinema assistir o filme que tivesse passando; fosse ele qual fosse. Era Seven. Nunca tinha ouvido falar de David Fincher ou mesmo deste policial que me fez imergir de tal forma que nunca precisei revisar.

É uma sucessão de cenas memoráveis, uma atrás da outra. Estupendas interpretações com destaque para a histórica performance de Waltz. Obrigatório!

Travis Bickle é o maior estudo de personagem do cinema e o auge de Scorsese.

Quando assisti, só conhecia a cena do chuveiro e ela sempre será impressionante. Não saber mais de nenhum ponto do roteiro fez desta experiência algo inesquecível. Roteiro fantástico em mais uma obra-prima do cineasta com mais obras-primas no currículo.

Outra obra-prima de um dos maiores cineastas da história. Nem precisava daquela carta. A atmosfera do filme é tão bem construída que se pensa no filme dias depois de vê-lo.

Depois da retomada, foi o filme que mostrou para o mundo a qualidade cinematográfica do nosso cinema. Grande roteiro, belas interpretações em um drama exemplar.

Retomando a parceria dos fins dos anos 30, Capra e Stewart nos brindam com um clássico absoluto que não envelhece nunca.

Tem grandes qualidades técnicas, mas só se consegue apreciar quando se convence que esse negócio de Terra-média e todos seus povos e vocabulários mais do que uma presepada é um mundo particular que gera entretenimento.

Depois que se começa a se familiarizar com terra-média, hobbits e afins, consegue apreciar mais um pouco essa maratona em forma de filme. Menos idílico e mais ação. Gostei mais deste que do primeiro. Talvez porque tenha mais seres humanos.

Visto hoje, mostra-se melhorado; roteiro não se arrisca e usa os clichês direitinho. É anterior ao Sexto Sentido, Bruce Willis foi escolhido por este filme?

Este clássico é o filme preferido de muita gente que entende de cinema na mesma medida que causa espanto no espectador médio que não vê nada demais na estadia de Shane pelo rancho dos Starrett. Da primeira vez, fiquei apenas com a belíssima fotografia e a tocante relação de Shane e Joey; com revisões posteriores outras camadas vêm como os olhares culpados de Alan Ladd e Jean Arthur (foi isso que motivou o título em português?)(Código Hays de vez em quando ajuda). Tem um quê de revisionismo.

Quando passou no cinema, fiquei boa parte da projeção fazendo contas e declarando um miscasting, ou um era muito velho ou outro é muito novo, ou era um buraco enorme no roteiro. Não era. Excelente elenco, competente e afiado numa estória envolvente. A longa duração e a fantasia que passa um pouquinho do ponto são os senões.