Lupas (175)

Não é um filme ruim. Tem uma boa trama, é bem dirigido... O problema são as desesperadas tentativas de causar nostalgia no público com artifícios da cultura pop dos anos 1990 que são jogadas no filme de forma abrupta e sem justificativa para a narrativa.

O modo como é representado a sensação de não-pertencimento com recursos analógicos de iluminação e enquadramento, a maneira como o roteiro homenageia Yonlu sem idealizá-lo ou idolatrá-lo e a forma como a narrativa é pautada por metáforas visuais destinadas a representar o estado psíquico do garoto fazem deste um dos melhores filmes nacionais dos últimos anos.

Um drama muito humano sobre uma família que precisa lidar com o luto e o choque geracional, criticando, como pano de fundo, a política do filho único e a abertura econômica chinesa. O filme perpassa décadas em uma narrativa não-linear e o tempo tem um peso dramático muito forte. Os sonhos... As conquistas... As perdas... As desilusões... Os erros... A vida! Presenciar tudo isso em uma obra tão emocional é algo único. Melhor filme de 2019!

Usando alguns elementos de faroeste, o filme acerta precisamente na apresentação da espiral de violência desencadeada pelo colonialismo e pelo capitalismo no que parece ser uma visão mais antropológica das origens do narcotráfico.

Hitchcock era brilhante até experimentando.

Eu me sentiria bastante satisfeito se o único problema aqui fosse o baixo orçamento. Mas não! O filme tem problemas de ritmo, narrativa, edição, atuação, exposição gráfica, enquadramento, abordagem de tema e profundidade de trama. Muito vagamente baseado na obra Crime e Castigo, de Dostoiévski, o filme só não é um completo desastre pois usa bem câmeras manuais em espaços profundos e também filma, com certo carinho e contenção, as cenas no campo que são ambientada no passado.

Tem problemas de ritmo e narrativa, mas retrata perfeitamente como traumas do passado influenciam relações futuras fazendo com que as pessoas projetem nos outros aquilo que gostariam de viver.

As personagens são carismáticas pelo menos. No restante, é um mistério que não foge das obviedades.

Uma obra sensata, comovente e vital. Misturando tom documental com poesia imagética, o filme apresenta um poderoso relato sobre as imperfeições humanas. Sensível, mas cruel.

Um retrato sobre relações familiares, mortalidade e lembranças. Cheio de pequenas revelações que compõem as memórias e os arrependimentos de todos. Lindo em toda sua essência. Kore-eda demonstra aqui sua inspiração no cinema de Yasujiro Ozu e seu interesse em abordar o conceito de família nos mais diversos cenários, realizando um filme de profundo impacto emocional.

Aborda assuntos importantes, aprofunda eles muito bem mas não impacta como deveria.

O filme nunca encontra um senso de humanidade dentro do emaranhado de sua trama. A resolução do mistério é apressada e a narrativa lenta deixa o filme um pouco cansativo. Mesmo assim, existe um bom trabalho de direção e um acerto nas tramas e subtramas de seus personagens.