Lupas (108)

Exemplar um bocado forçado e histérico dessa espécie de humor da depressão e do constrangimento, uma tendência ultimamente. Por sorte, Bradley Cooper e Jennifer Lawrence ainda seguram as pontas.

Spielberg, John Williams, please..., give me a break!

Inflexões de vozes, de rostos e de corpos são as matérias-primas aqui. Nervos e músculos subjugados ao estímulo auditivo (através da palavra) e sensorial (através da dor e do sexo). Cronenberg continua um estudioso do homem, ainda que em tom menor.

Amélie Poulain fez escola definitivamente. Merecedor da alcunha de filme mais bunitinho-chuchuzinho-fofoletezinho-cuti-cuti do ano.

Uma pena que o filme se renda a um certo tipo de terapia de educação sentimental, tão em voga no cinema indie atual, que se por um lado nos empatiza e conforta, por outro frustra pelo excesso de polidez.

Algo não cheira bem nesse filme. Além da afetação óbvia disfarçada de estilo, são no mínimo confusas as questionáveis opções de culpabilizar as escolhas da mãe ou psicologizar o mal absoluto, inato, do filho. Enfim, um grande engodo.

Não é brilhante como os outros suspenses de espionagem do diretor, mas assim como seus outros filmes do período, não poupa o espectador da insanidade paranoica da guerra.

Nada de novo no front. O resgate dos anos 80, a violência estilizada dos 90. Mas, caramba, ainda dá gosto de ver um filme totalmente de superfície nos envolver com sua aura cool e sua simplicidade impassível e misteriosa.

Corpos, objetos, máquinas pesadas, todos parecem obedecer a um só estatuto: o da física mecânica, gerando um balé cinemático esplêndido e sem precedentes.

Se "As Três Eras" era uma paródia de "Intolerância", no mesmo ano com esse filme Keaton brincaria novamente de Griffith, sem a pompa deste, é claro, mas através do melodrama e da aventura épica aliadas a suas gags brilhantemente criativas.

Eugene O'Neill encontra John Ford, o cineasta perfeito para compor um painel onde confrontam-se vários personagens regados a álcool e desilusão. Dá até pra sentir o cheiro de rum e cerveja impregnado ao longo da película.

Feito para garotinhos juvenis criados a leite com pêra e ovomaltino dizerem que curtem filmes trash, com seu humor pífio de MTV gringa e dentro dos limites assépticos que a cabacisse contemporânea permite.