Lupas (271)
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O amadurecimento como uma insana corrida. Aquela em direção ao abraço e aquela atrás do sonho. Um retrato bem PTA, assumido nos riscos dessa estrutura narrativa episódica, tão potente quanto dispersante, tão capaz de fisgar quanto de entediar. Nos conquista nessas idas e vindas empreendedoras e nos desenlaces amorosos, ao passo que cansa ao querer abarcar tantas figuras dos anos 70 em personagens secundários meramente servindo à homenagem e, portanto, sem função pra além de um saudosismo.
Marcelo Queiroz | Em 15 de Março de 2022.
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Os brutos também amam.
Marcelo Queiroz | Em 03 de Dezembro de 2021.
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Afirmar que Eastwood é cineasta humanista é uma conclusão pra lá de correta. A sensibilidade na abordagem temática do diretor é algo raro no cinema, construindo no plano dramático uma encenação pujante quanto à maneira com que são trabalhadas questões intrínsecas ao homem, sobretudo nos relacionamentos, entre pai e filho, entre desconhecidos, enfim, entre homens, mulheres e seus descendentes, que passam por esse planeta chamado Terra sobrevivendo na estrada da vida.
Marcelo Queiroz | Em 08 de Julho de 2021.
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O sertão de Mascaro é ora palpável, tridimensional, ora carente de contornos, apresentando-se vazio, plástico.
Marcelo Queiroz | Em 07 de Junho de 2021.
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Acaba se rendendo a um apelo fácil e conhecido do grande público, quanto à ambientação e desenrolar da trama. Mas o brasileiro Joe Penna, ainda assim, consegue manter o espectador interessado até o desfecho, numa jornada de ótimas performances do trio Kendrick, Kim e Collette.
Marcelo Queiroz | Em 01 de Maio de 2021.
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Feito em 13 dias. Baixíssimo orçamento. De uma tensão que deixou alguns filmes de terror no chinelo. Esse foi Spielberg em seu debut, fazendo muito com pouco num filme entregue para a televisão. "Duel" é um filmaço.
Marcelo Queiroz | Em 29 de Abril de 2021.
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Tecnicamente é quase um primor, com as escolhas felizes de Newton Howard pra sonorizar o filme e os planos belíssimos, que por vezes parecem filmados em alguma locação e não produzidos digitalmente. Narrativamente, no entanto, é meio atabalhoado. Apressa algumas relações, estende alguns blocos (o prólogo é inchado demais) e carece de profundidade. Mas a linha principal da narrativa tem lá seu forte apelo e o final é bem forte, emocional e artisticamente.
Marcelo Queiroz | Em 23 de Abril de 2021.
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Filme que exala aquele cinema do início dos anos 2000, com predicados notáveis. Trilha do excelente Danny Elfman, condução habilidosa de Raimi e ao menos três grandes nomes com performances à altura: Dafoe, Maguire e Dunst.
Marcelo Queiroz | Em 01 de Abril de 2021.
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Tem um ritmo bem enroscado no primeiro ato. Depois a coisa vai fluindo, até porque aquela câmera poderosa e aquela carga expressionista que dão as caras desde os minutos iniciais fazem toda a diferença pra uma abordagem padrão enquanto redentora para o protagonista. O epílogo reforça esse sentimento sobre a obra, que embora brilhante no seu segundo e terceiro atos, perde vigor com a volta por cima do velho ao final. Reviravolta desnecessária, da qual o filme definitivamente não precisava.
Marcelo Queiroz | Em 04 de Março de 2021.
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A icônica sequência final é a cereja de um bolo muito saboroso, recheado com o que o cinema mudo de melhor oferece. A fisicalidade e o gestual a serviço de um cinema tão potente quanto não verbal.
Marcelo Queiroz | Em 01 de Março de 2021.
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Zendaya carrega o filme nas costas, enquanto um David Washington histérico grita no ouvido dela e no nosso. Passa de ano raspando esse filme do Sam Levinson que parece até demais com um cão que corre atrás de seu próprio rabo.
Marcelo Queiroz | Em 10 de Fevereiro de 2021.
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Desnecessariamente longo, consequentemente com algumas gorduras no meio de uma história até bem bonita, com simbologias, amor e contemplação num cenário solar oitentista. Chalamet em performance excelente contracena com um Armie Hammer nada mais que comum no papel. O filme tem o seu quê idílico, mas o ritmo não é tão bem trabalhado quanto poderia e mantém o filme morno até o terceiro ato, que é quando as melhores cenas finalmente dão as caras. O monólogo do pai é uma porrada.
Marcelo Queiroz | Em 03 de Fevereiro de 2021.