Lupas (80)

Puro exercício de estilo nos ângulos tortos, na narrativa tão inconsistente quanto irrelevante, na câmera que se move como mais um personagem em cena ao ponto de literalmente vir a encarnar em um deles. Radical e lindo demais.

Zemeckis precisa da visita do fantasma do natal passado para se lembrar da época em que sabia fazer filmes.

Uma bizarra estrutura em caracol e um punhado dos movimentos de câmera mais espetaculares que você já viu.

Ah, esse timing incomparável de Howard Hawks... 70 anos, e Jejum de Amor continua sendo, de longe, a comédia mais alucinante de todos os tempos.

Doce ode ao mau gosto.

O melhor de Howard Hawks.

Ou você é engraçado, ou não é. A beleza e o horror do stand-up comedy num documentário não sobre Jerry Seinfeld nem qualquer comediante, mas sobre a frustração, a ansiedade e a insegurança de quem sobe no palco voluntariamente para ser devorado.

O horror gótico a serviço do virtuosismo; puro pretexto pra um diretor brincar com iluminação e artifícios picaretas na arte de compor atmosfera.

Uma profecia das três vertentes que resumiriam toda a história do horror italiano escrita nos anos seguintes.

Uma pérola, única e irrepetível, perdida no lapso entre dois gêneros que sempre estiveram de alguma forma ligados, mas que jamais se encontraram: o noir e o giallo.

Yates fracassa na transição da estrutura-padrão da série (escola, estações, ano letivo), pronta desde Chris Columbus e com a qual finalmente fizera seu único bom filme (O Enigma do Príncipe), para este novo road movie letárgico e interminável.

A invenção do giallo é também um dos mais belos e sofisticados do gênero.