Lupas (356)

O talento dos realizadores é inegável. Bem ambientado, dirigido com esmero e bem montado, o filme se esvai nas atitudes inverossímeis dos personagens. Tão gritante, que o recurso final de deixar a interpretação aberta é para amenizar a mão pesada dos 2/3 finais.

Cheio de nuances, acerta em tratar do colorismo acrescentando mais discussão sobre o assunto. A segunda metade é mais apressada e um tanto irregular trazendo elementos novos que ficaram mal resolvidos.

Enquanto filme de ação é eficiente, porém quando começa a se dar importância com toques de dramas e "plot twist" fica pretensioso.

O adjetivo em inglês "Cool" se aplica a perfeição principalmente aos 2/3 iniciais do filme. Muitas vezes repetitivo, em alguns momentos a música martela, mas tem ritmo e química.

O racismo é o mais abjeto dos posicionamentos humanos. Mas nem sempre a relevância do tema é suficiente para garantir a qualidade de uma obra. Com escolhas pouco orgânicas, sobrou militância e faltou cinema.

Nunca se aprofunda de fato. Mesmo com bom argumento é de uma timidez atroz.....

Em relação ao primeiro ganha em ação com efeitos visuais que causaram furor em 1991. Porém, perde em 'trama'. Resumindo: o primeiro é mais cinema, o segundo é mais icônico. Parei aqui com a franquia.

Filme começa bem com montagem caprichada e fotografado de maneira competente. O elenco é um desfile de craques, todos excelentes mesmo os que quase não tem fala. O microcosmo da Rosa é extremamente bem construído, uma aula de mis en scene. A escolha por contar a estória a la Rashomon é acertada, porém o último flashback é mais longo que deveria e ficou sem confrontação (as motivações são verdadeiras?). O final: Seven + Psicose.

A técnica é canhestra: " Vocês verão essa arma agora, porque daqui a pouco será importante. Agora é a vez de mostrar a bolsa"....., porém no principal, que é a relação entre o casal de idosos, o filme se sai muito bem. O grande espectro de temas discutidos dentro da 'Vida na Velhice' mostrados através de bons diálogos e belas interpretações entretém e faz refletir.

Lumet se apenas realizasse filmes em cenários únicos seria mais famoso que Chaplin.

Miyazaki é um gênio com lugar cativo na história do cinema. Belas imagens a parte, aqui, porém, a trama é confusa e potencializada por firulas que transforma a experiência praticamente em um fardo. Escora-se numa espécie de "neste mundo pode tudo" para soluções fáceis e nem sempre cinematograficamente honestas. Nem a mensagem antibélica é sutil. A impressão que fica é a mesma daquele craque numa jornada ruim por sempre dá um drible a mais.

Uma Obra-Prima Estupenda! Se fosse hoje, teria virado uma franquia dirigida por Richard Linklater com as sequências separadas por intervalos de 09 anos mostrando o garoto na adolescência e na fase adulta.