Lupas (823)
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Uma animação bastante interessante sobre o processo de transição da infância para a vida adulta, com uma metáfora inteligente envolvendo essa questão no universo feminino. O visual detalhado nos cenários/objetos de cena e cartunizado nos personagens, me remeteu as produções da Ghibli (referência máxima no assunto). Tem aquela correria típica das animações norte-americanas no terceiro ato, mas nada que prejudique a experiência como um todo. Pixar sempre a frente da concorrência.
Luiz F. Vila Nova | Em 21 de Março de 2022. -
Assim como o cinema mais sofisticado e social de Jordan Peele ou Ari Aster, "Espiral" é um interessante representante do gênero, onde o horror de uma seita secreta e demoníaca em uma pequena comunidade, serve de metáfora para a realidade do grupo LGBT frente ao preconceito institucional, alimentado pelo medo e ignorância do ser humano frente ao desconhecido. Mesmo não tendo a mesma excelência e impacto dos cineastas supracitados, entretém, assusta e faz pensar, o que não é pouca coisa.
Luiz F. Vila Nova | Em 20 de Março de 2022. -
Spielberg é um eterno apaixonado pelo cinema clássico e realiza aqui, com seu característico exímio técnico e narrativo, uma interessante releitura do clássico de 1961, onde dialoga com questões mais atuais, ao mesmo tempo em que reproduz com extrema precisão o período retratado, seus dilemas e questões universais. Ótimas atuações, coreografias enérgicas, trilha sonora contagiante, cores vibrantes e belas canções completam o pacote de luxo.
Luiz F. Vila Nova | Em 18 de Março de 2022. -
A trama não faz o menor sentido, a produção é amadora, os diálogos nonsenses (Batman, porque você arriscou sua vida por aquela gentalha do bar? Porque apesar de serem alcoolátras, ainda são seres humanos, Robin), mas por algum motivo, funciona. Talvez seja pela irônica atuação de Adam West ou pelos momentos surreais, como do famoso spray repelente de tubarão ou do Batman tentando se livrar de uma bomba. Foi homenageado por Schumacher em suas infames adaptações do homem-morcego para o cinema.
Luiz F. Vila Nova | Em 12 de Março de 2022. -
Ridley Scott entrega um épico de tom mais intimista e visualmente esplendoroso, onde a tensão e o horror são decorrentes dos conflitos morais e da hipocrisia do período retratado, acima de qualquer embate físico (mas vale frisar que o duelo final é impecável). Jodie Comer em grande atuação, sendo injustamente ignorada pelo Oscar. Um dos melhores filmes do ano.
Luiz F. Vila Nova | Em 10 de Março de 2022. -
Mesmo contando com uma direção elegante de Michael Haneke, uma trama curiosa e ótimas atuações (Juliete Binoche, em especial), esse talvez seja o trabalho menos impactante e memorável do cineasta. A montagem fragmentada e a aparente falta de foco atrapalham uma conexão maior do espectador com a situação e os personagens, diluindo assim seu discurso e apelo emocional.
Luiz F. Vila Nova | Em 09 de Março de 2022. -
Matt Reeves apresenta uma versão ainda mais realista e sombria de Batman para os cinemas, com uma atuação sóbria e melancólica de Robert Pattinson. A trama ganha contornos mais complexos, com forte teor político, onde o lado investigativo do homem-morcego tem maior destaque, nos remetendo à produções noir e de thrillers como Seven (1995). A parte técnica é excepcional (maquiagem, som e fotografia, em especial), e conta ainda com composições bastante inspiradas de Paul Dano e Colin Farrell.
Luiz F. Vila Nova | Em 05 de Março de 2022. -
Apesar do interessante clima de mistério e suspense da primeira metade e da boa atuação do Bradley Cooper, é um produção genérica que conta com cenas de assassinatos exagerados e com efeitos especiais que mais distraem do que geram tensão, além de uma trama que vai degringolando até aquele final abrupto e sem nexo algum. Um desperdício de potencial quase completo.
Luiz F. Vila Nova | Em 02 de Março de 2022. -
Uma animação bacana e descolada que realiza de forma dinâmica e bem-humorada uma crítica da geração millenial e sua relação de dependência da tecnologia e redes sociais, além de questões como privacidade, apropriação de dados pessoais por mega corporações, isolamento social, entre outros. O simpático androide Ron é uma figura, roubando a cena com seu jeito maluco e atrapalhado, e o clímax final nos remete imediatamente ao clássico E.T: O Extra-Terrestre (1982). Recomendo.
Luiz F. Vila Nova | Em 01 de Março de 2022. -
Conseguiu recuperar parte do fôlego e interesse de outrora, com uma boa ambientação, uma trama com forte influência do folk horror moderno e uma estética mais limpa e que se utiliza da tecnologia atual para oferecer planos mais elaborados. Ainda assim, os sustos genuínos são escassos e a tensão apenas moderada, fazendo de "Ente Próximo" um capítulo relativamente divertido, porém morno e esquecível.
Luiz F. Vila Nova | Em 28 de Fevereiro de 2022. -
Uma boa ideia que poderia ter rendido uma produção doentia, macabra e extrema, porém que foi completamente desperdiçada por uma direção medonha, atuações amadoras e situações de extremo mal-gosto que tentam o choque à qualquer custo. Uma dica: passe bem longe disso.
Luiz F. Vila Nova | Em 24 de Fevereiro de 2022. -
Kim Henkel (um dos criadores da obra de 1974) assume a direção aqui, onde assim como o segundo, propõe uma sátira anárquica ao seu legado, com atuações caricatas e situações nonsenses, onde nada parece fazer sentido. Um Matthew MaCcounaughey surtadíssimo acaba roubando a cena, sendo o maior destaque da produção. Subestimado, é praticamente uma refilmagem do primeiro filme, só que com uma abordagem onde o humor negro prevalece. O Leatherface "crossdresser" define a loucura que é esse filme.
Luiz F. Vila Nova | Em 23 de Fevereiro de 2022.