Lupas (835)
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A simbólica cena do pássaro pintado já diz tudo sobre sua mensagem-central. Mesmo não apresentando a mesma excelência de obras como Vá e Veja (1985), é um retrato realista e brutal dos horrores da Segunda Guerra na Europa Oriental, sob os olhos de uma criança que tem sua inocência e humanidade dilacerados, pouco a pouco, pelos abusos (físicos e psicológicos) a que é submetida em sua tortuosa jornada. Ao final, resta-nos torcer para que sua identidade sobreviva ao calvário da natureza humana.
Luiz F. Vila Nova | Em 10 de Fevereiro de 2022. -
O melhor trabalho do Guilhermo Del Toro desde O Labirinto do Fauno (2006), sua obra prima máxima. O visual espetacular nos remete ao cinema circense de Terry Gilliam, à clássicos do horror como Monstros (1932) e ao expressionismo noir dos anos 30/40. O elenco está fenomenal também, num excelente trabalho em equipe, porém destaco a entrega de Bradley Cooper, excepcional. O cinema de monstros do cineasta encontra sua face mais aterradora e cruel aqui: a do ser humano.
Luiz F. Vila Nova | Em 08 de Fevereiro de 2022. -
Uma biografia estilosa, envolvente e curiosa, ainda que não seja muito memorável. Gosto do elenco, seja das atuações mais contidas (Adam Driver, Al Pacino e Jeremy Irons) ou das mais caricatas (Lady Gaga e Jared Leto), que compõem personagens interessantes (apesar da fragilidade do texto), cada um à sua maneira. Ridley Scott certamente tem trabalhos melhores e mais expressivos, mas "Casa Gucci" é, possivelmente, um dos mais divertidos.
Luiz F. Vila Nova | Em 07 de Fevereiro de 2022. -
Mesmo não se tratando de uma refilmagem do filme do Tarkovsky, mas sim de uma nova adaptação do romance de Stanislaw Lem, essa nova versão mantém algumas das características da anterior, como a narrativa lenta e melancólica, o uso constante do silêncio, a trama dúbia e a abordagem metafórica da natureza do planeta Solaris. E apesar de contar com uma estrutura mais convencional, direta e acessível, uma boa parte técnica e a presença do belo e carismático George Clooney, foi um fracasso comercial.
Luiz F. Vila Nova | Em 06 de Fevereiro de 2022. -
Uma obra tocante, singela e bastante honesta sobre laços familiares, auto-aceitação e as dificuldades de convívio na vida moderna, aqui pelas figuras de um desiludido jornalista de rádio (Joaquin Phoenix) e seu hiper-ativo e inteligente sobrinho (Woody Norman, um achado), que embarcam numa jornada inicialmente indesejada, mas que mudará suas vidas para sempre.
Luiz F. Vila Nova | Em 25 de Janeiro de 2022. -
O mundo misterioso, solitário e às vezes cruel da infância é explorado com franqueza arrepiante e habilidade notável nesse conto de terror artístico de Eskil Vogt, amparado ainda por atuações acima da média do elenco infanto-juvenil, algo essencial para o impacto pretendido.
Luiz F. Vila Nova | Em 25 de Janeiro de 2022. -
Apesar dos evidentes sinais de desgaste, o novo Pânico é um divertido exercício nostálgico e metalinguístico, com ótimas tiradas sobre o mercado atual, desde o "horror elevado" até os fãs tóxicos que se apropriam do que cultuam. A participação do trio veterano com o novo elenco funciona e não soa como um mero fan service, sendo importante para a trama. Ainda assim, a impressão de ser meio desnecessário é inevitável, mesmo sendo bastante nostálgico e divertido.
Luiz F. Vila Nova | Em 14 de Janeiro de 2022. -
O cineasta responsável por Espíritos (2004) realiza outra experiência cinematográfica aterrorizante, agora pelo formato de "falso documentário" sobre uma xamã de uma pequena comunidade rural tailandesa, onde busca dar um novo fôlego ao saturado subgênero de exorcismo. Momentos de gelar a espinha (choro do bebê) e outros traumáticos (morte do cachorro) não sairão da minha mente tão cedo. Bela fotografia, trilha sonora evocativa e um dos finais mais brutalmente surtados do gênero.
Luiz F. Vila Nova | Em 12 de Janeiro de 2022. -
Um thriller atmosférico, com uma narrativa sóbria e cadenciada, que causa uma sensação de desconforto e estranheza bastante eficientes no espectador. Apesar de válida a decisão de explicar pouca coisa, talvez para preservar o mistério das motivações do protagonista, um desenvolvimento psicológico maior poderia ter intensificado o horror pretendido, além de garantir um envolvimento maior por parte do público, tornando-o assim uma experiência mais impactante e memorável.
Luiz F. Vila Nova | Em 10 de Janeiro de 2022. -
A dupla de anti-heróis e justiceiros da moral e dos bons costumes (numa versão moderna e despirocada de Bonnie & Clyde) é o ponto forte do filme, contando com uma boa química do elenco, o que garante o engajamento do público, por mais discutíveis que sejam suas ações contra uma américa hipócrita, corrupta e gananciosa, que propaga o medo e o ódio, além de explorar e ridicularizar os oprimidos em troca de ibope (dinheiro).
Luiz F. Vila Nova | Em 02 de Janeiro de 2022. -
Um filme bastante tenso e com um alto grau de terror psicológico, com atuações convincentes e um vilão que é pura psicopatia (Daniel Gillies, ótimo). Destaque também para a trilha sonora inquietante que complementa a narrativa de forma bastante efetiva.
Luiz F. Vila Nova | Em 29 de Dezembro de 2021. -
Uma animação mágica, colorida e contagiante, com personagens carismáticos, canções envolventes e uma bela mensagem sobre autoestima e trabalho em equipe, além de ser lindamente animada. A nova fase do estúdio que busca aumentar a representatividade com animações estreladas por novas etnias e grupos minoritários encontra seu mais novo representante, um verdadeiro encanto.
Luiz F. Vila Nova | Em 27 de Dezembro de 2021.