Lupas (290)

Como não amar?

O domínio que Hitchcock tem sobre todos os elementos do filme é impressionante. Atores, roteiro, o espaço geográfico, o espectador... Tudo é manipulado pelo diretor de uma forma soberba. A meia hora final é, talvez, o grande momento de sua carreira.

O prólogo estabelece um nível que o filme não consegue alcançar; além da imagem, tão essencial na identidade dos dois primeiros, perder as cores num tom até sério demais que tira um pouco da sua força. Mas é inegável que é um filme bem honesto.

É inevitável a sensação de que o filme não alcançou o nível que queria. Mesmo assim, BR possui boas ideias, como abordar a volatilidade da amizade num ambiente hostil como esse. A cena da comida envenenada é o exemplo claro desse pensamento.

Filme de pequenos e singelos momentos. Não tem a magnitude do original, mas é uma sequência bastante digna.

"- It's only a camera. - Only?" A imagem e seu poder sobre o observador.

A mão no ombro é um ponto num círculo de paixões e busca pela liberdade interior. Carol e Therese estão sempre distantes de tudo, enclausuradas em suas complexidades. Uma é o catalisador da outra, despertando seu lado mais íntimo, puro e verdadeiro. Belo.

Os típicos problemas narrativos e tiques visuais de Snyder estão aqui, além do terceiro ato ser um completo desastre. Tem ideias interessantes (a discussão ética-moral-religiosa de Superman), mas nada que acrescente muita coisa.

Irregular, mal dirigido e irritante (Commodus especialmente é um pé no saco). Como esse filme conseguiu a idolatria que tem é um mistério pra mim.

Quando o drama funciona melhor que o terror em si, tem algo de errado. Mas o filme tem algumas ideias bem bacanas; Jennifer Kent é alguém para prestarmos atenção.

O maior exemplo do domínio da linguagem cinematográfica que Tarantino tem.

O cinema-movimento, da ação e reação. As ideias de Tarantino ainda se amadureceriam ao longo dos anos, mas Reservoir Dogs é uma obra-prima no seu jeito rústico e selvagem.