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Perfis

Foto de Robert Mulligan

Robert Mulligan

Idade
83 anos
Nascimento
23/08/1925
Falecimento
20/12/2008
País de nascimento
Estados Unidos
Local de nascimento
The Bronx, Nova York

Irregular, ficou mais conhecido como diretor de atores do que bom contador de histórias.

Robert Mulligan, o diretor de O Sol É para Todos (To Kill a Mockingbird, 1962), morreu no dia 20 de dezembro de 2008 aos 83 anos de um problema do coração. Indicado ao Oscar de melhor diretor pelo filme, Mulligan também dirigiu Houve uma Vez um Verão (Summer of ’42, 1971), Subindo por Onde se Desce (Up the Down Staircase, 1967) – ele não teve muita sorte com os títulos que seus filmes ganharam no Brasil) – , e À Procura do Destino (Inside Daisy Glover, 1965), com Natalie Wood e Robert Redford, todos baseados em livros de sucesso e muitas vezes premiados. Seu último filme foi No Mundo da Lua (The Man in the Moon, 1991), conhecido como o primeiro filme de Reese Witherspoon.

To Kill a Mockingbird foi o segundo filme do diretor, fruto de sua associação com o produtor Alan J. Pakula (Todos os Homens do Presidente). O Sol É Para Todos foi baseado no romance de Harper Lee (a amiga mais próxima de Truman Capote), livro premiado com o Pulitzer que, ao ser adaptado para as telas, deu ao roteirista Horton Foote o Oscar, assim como para Gregory Peck, melhor ator do ano nessa história de um advogado que defende um negro de ter estuprado e matado uma mulher branca. A direção de arte, que reviveu o estado do Alabama na época da Depressão, também foi premiada.

Mulligan terminou mais conhecido como bom diretor de atores do que contador de histórias, vista às interpretações do já citados Natalie Wood e Peck, além de Robert Duvall, que em O Sol É Para Todos fez sua estréia, e Tony Curtis em O Grande Impostor (The Great Impostor, 1961). Fez muitos filmes ruins, como Meu Adorável Fantasma (Kiss Me Goodbye, 1982), versão americana de Dona Flor e Seus Dois Maridos (1977), com Sally Field no papel de Sonia Braga, e o hilariante Quando Setembro Vier (Come September, 1961), uma pérola do conservadorismo americano dos anos 60 com Rock Hudson e Gina Lollobridga, comédia felizmente esquecida pela crítica, mas amada pelo público que não se cansa de revê-lo quando passa dublado na TV – este escriba incluído.

Robert Patrick Mulligan nasceu no Bronx em 1925. Serviu a Marinha na Segunda Guerra Mundial, trabalhou como telefonista no jornal The New York Times e como mensageiro na rede de TV Americana CBS, posto que o levou à direção – o sonho americano, portanto. Em 1959 venceu o Emmy por The Moon and Sixpence, mas por outra rede, a NBC, estrelado por Laurence Olivier (também premiado) e Jessica Tandy, baseado num conto de Somerset Maugham sobre a vida de Paul Gauguin. Dois anos antes havia dirigido seu primeiro filme, Fear Strikes Out, com Anthony Perkins como um jogador de beisebol que precisa superar uma doença para ser aceito na Liga.

Robert Mulligan esmerou-se em filmes sobre pessoas comuns (balconistas, professora idealista com alunos desajustados), em geral do sul racista dos EUA (logo ele, que veio de Nova York, descendente de irlandeses), mas nunca foi brilhante, nem mesmo tendo atores conhecidos no elenco e adaptando elogiadas obras literárias. Fez filme de horror, A Inocente Face do Terror (The Other, 1972), o western A Noite da Emboscada  (The Stalking Moon, 1968) e dirigiu um fracasso na Broadway, Comes a Day, com George C. Scott, em 1958, que ficou apenas 28 dias em cartaz.

Pelo menos ele tinha humor, como se viu em Quando Setembro Vier, também conhecido pelo primeiro infame título que o filme teve no Brasil, Candelabro Italiano. Rock Hudson faz um milionário americano proprietário de uma mansão na Itália. Como ele só vai ao país uma vez por ano, em setembro, os empregados transformam o local em hotel nos outros meses, sem o patrão saber. Uma visita surpresa vai causar enormes confusões. Inesquecíveis as cenas de Hudson dando lição de moral nos adolescentes Sandra Dee e Bobby Darrin, para que não fizessem sexo antes do casamento. Os diálogos:

"- O homem é o único animal inteligente o suficiente para construir o Empire State Building e o único estúpido o suficiente para se jogar de lá."

"- Casas são como mulheres, quanto mais velhas, mais necessidade têm de pintura."

"- Lisa, acredite-me, nenhum caso amoroso vai para frente se as duas partes envolvidas começarem a pensar."