Sempre que vou assistir um filme sobre cachorros, tenho que admitir, fico com o pé atrás. Já que na maioria das vezes esses filmes tratam esses animais como criaturas capazes de prender sozinhos uma gangue de ladrões, são capazes de falar, voar, andar de skate, surfar, tocar em uma banda de rock e outras inúmeras habilidades, e se esquecem da característica mais importante do animal: a lealdade.
Os cachorros são animais apaixonantes, não pelo fato de terem habilidades surpreendentes, mas por serem fiéis e estarem sempre dispostos a se sacrificar pelas pessoas que amam. E é aqui que Sempre ao seu Lado se destaca de muitos outros filmes sobre cães e se mostra muito bem feito, porque trata o "personagem principal" como aquilo que ele realmente é: um cão como qualquer outro.
O filme conta a história de Parker Wilson, um professor universitário que encontra um filhote de cachorro da raça Akita, mais tarde chamado de Hachi, e o leva até sua casa, enfrentando, inicialmente, a resistência de sua esposa, porém, o tempo se passa e todos na casa se apaixonam pelo filhote.
Hachi cresce e começa a desenvolver um hábito "incomum" : todos os dias ele acompanha seu dono até a estação de trem, retorna para casa e retorna para a estação, sempre às 17h, para receber seu dono. Um dia, porém, o dono de Hachi morre, mas o cão não desiste de seu ritual, continua indo todos os dias até a estação para esperar seu dono voltar.
O filme é todo trabalhado para que a emoção comece a atingir cada pessoa que o assiste, no começo faz com que o publico crie simpatia para com o filhote (tarefa não muito difícil, já que Hachi nos cativa logo nas suas primeiras cenas), e desenvolve a história de amor entre o dono e seu animal. A trilha sonora carregada intensifica muito as cenas dramáticas ( principalmente a cena na qual a mulher do professor reencontra Hachi na estação de trem 10 anos após a morte do dono, que para mim é uma das cenas mais lindas e tocantes do filme, impossível não chorar), deixando-as mais melancólicas e tristes.
O filme também possui alguns pequenos deslizes, como o uso da câmera para simular a visão de Hachi, que causa estranheza e é abandonada a partir da segunda metade do filme sem um motivo aparente, o roteiro possui alguns clichês, e algumas histórias paralelas não acrescentam muito ao roteiro principal (como a história da filha de Parker), os atores parecem, por vezes, cansados e pouco entregues aos personagens, com exceção do cão, de longe a melhor atuação do longa.
Sempre ao seu lado consegue emocionar mesmo contando uma história simples e leva à lagrimas qualquer pessoa. O filme mostra que não é preciso de efeitos especiais de ultima geração, atores oscarizados, produção milionária para se contar uma boa história. Ele possui aquilo, que ao meu ver é o mais importante para um filme : a emoção transparece, alcança a quem assiste, e nos integra com a história.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário