Sem dúvida alguma o diretor Tim Burton é um dos mais importantes e brilhantes diretores de cinema dessa geração. Cada vez que assisto uma de suas obras me convenço mais dessa afirmação.
Com “Alice”, sua mais recente obra prima, só veio para confirmar o talento, criatividade e principalmente originalidade, pontos fortes no diretor conhecido por seu estilo gótico-fantástico, exclusivo e único por sinal.
Com uma carreira de excelência, com grandes filmes compondo sua antologia cinematográfica, parece que vejo o nome do diretor num futuro próximo, no ranking dos “grandes” influentes e transformadores da historia do cinema.
Digo isso porque em dias que vivemos, em que a tecnologia avança absurdamente e a diversidade de entretenimentos é muito grande, as coisas se tornaram um tanto quanto banalizadas e repletas de clichês, padronizadas com o único intuito de “vender”. Infelizmente o capitalismo não é um aliado da arte, tanto que dificilmente nós vemos uma boa obra de arte do cinema sendo devidamente reconhecida e premiada pelo o que verdadeiramente é, e não pelo tanto que seus produtores irão faturar com ela.
Sendo assim, ressalto a genialidade do diretor de outras singulares obras do cinema, como “Edward, mãos de tesoura”, “Peixe Grande”, “Ed Wood”, “Noiva Cadáver” e tantos outros filmes que com certeza nos marcaram em algum aspecto.
Tim Burton é original, e consegue criar um mundo próprio, e insere todos nós neste mundo. É o que acontece com este “Alice”, baseado na famosa obra infantil de Lewis Carrol, “Alice no país das maravilhas” nas mãos do diretor Burton acabou por ser genialmente recriada. Com a ajuda incomparável também de Johnny Depp, é claro, um parceiro de Burton de longas datas, Depp consegue nos surpreender a cada novo trabalho que faz, a cada novo personagem que encarna. Sempre digo que Depp é um monstro do cinema e nas mãos de Burton acaba se tornando literalmente um.
Contudo, os críticos afirmam que Burton não é muito bom em contar historias, e realmente, concordo, os roteiros não são bem desenvolvidos e sempre há muitas falhas, porem, a forma como ele constrói a trama e a genialidade de criar as coisas com originalidade e dirigir os fatos é indiscutível.
E o principal, sempre com aquele tom gótico que amamos, que nos encanta, que assombra às vezes, mas que sempre fica estagnado na memória.
A trilha sonora também é um ponto forte, escolhida com sensibilidade artística e que remete a outras obras do diretor, e é verdade, Burton acaba sempre por homenagear de alguma forma seus trabalhos anteriores.
Seus filmes sempre se iniciam com aquela atmosfera noturna, nebulosa, com ares cinzentos e sinistros, portões e castelos gótico-clássicos do século XVIII, ou então, as formas e personagens em grande parte assustadores e bizarros.
A preferência por alguns atores, mas também a descoberta de outros novos, tudo isso compõe seu estilo, e Burton faz você se encantar com tudo o que cria.
E a tecnologia 3D veio para complementar as grandes obras do cinema, e com Burton o casamento foi perfeito, pois a fantasia e a surrealidade ganharam ainda mais vida e emoção com a tecnologia 3D.
De 2009 pra cá, o cinema vem passando por grandes mudanças, principalmente o crescimento e desenvolvimento de novas técnicas de filmagem, o 3D está aí pra comprovar o que falo, e com a criatividade e originalidade no estilo de diretores como Tim Burton que ainda fazem a diferença no meio “rotularizado” de Hollywood, mesmo não sendo tão reconhecido, acredito que com isso, temos um futuro inovador pela frente na historia do cinema.
Por isso valorizo tanto Tim Burton, ele já deixou grandes marcas e sei que continuará deixando, sempre surpreendendo, caminhando para se tornar um grande ícone das telonas.
Alice é a maior prova disso tudo, a história já é mágica e perfeita por si só, Burton conseguiu tornar tudo ainda mais fantástico e brilhante, todas as vezes que vi uma tentativa de adaptação ou recriação de enredo foi fracassada. Agora, felizmente não foi o que ocorreu com a “Wonderland” de Tim Burton, que conseguiu reformular uma historia que já era magnífica, com certeza Carrol não esperava por essa.
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