Quando é anunciado uma nova parceria entre Johnny Depp e Tim Burton já ficamos apreensivos pois desta parceria sempre surgem otimos frutos. Dessa parceria resultaram, Edward - Mãos de Tesoura, Ed Wood, A Fantastica Fabrica de Chocolate, o recente Alice no País das Maravilhas entre outros.
Dentro desses outros nos encontramos com Sweeney Todd, o musical dirigido por Burton que nos foi entregue em 2007 e que em particular, depois de Edward foi o trabalho mais bem feito da dupla.
Benjamin Barker, um barbeiro de Londres é condenado pelo Juiz Turpin que cobiçava a mulher do barbeiro, mandando-o assim para outro lugar visando possuir a moça. Anos depois, Barker volta para o lugar agora sobre o nome de Sweeney Todd buscando vingança daqueles que roubaram sua vida. Na busca por sua vingança, Todd encontra a Sra. Lovett, a antiga dona da casa de tortas da cidade que apaixona-se pelo barbeiro e o ajuda na sua corrida de justiça.
Como falado, o filme é um musical, o que pode o tornar um tanto quanto chato para quem não é fã do estilo de filme, ou mesmo fã de Depp ou Burton. Mas para aqueles que se encaixam em qualquer uma dessas opções vão ganhar um trabalho muito bem feito.
As atuações do filme quase dispensam comentários, todos do elenco entregaram seus personagens com graça e competencia, claro, o destaque vai para Johnny Depp. Depp criou um personagem tão intenso, tão frio quando precisava ser, tão melancolico quando precisava ser, tudo na medida certa. Sem duvidas, depois de Edward, o trabalho mais bem feito por ele. Na parte musical, Depp até deixa a desejar um pouco não tendo a voz assim tão marcante como a de Ewan Mcgregor em Moulin Rouge, mas se sai bem para marinheiro de primeira viagem, como na canção "My Friends", uma das mais bem feitas do filme. A atuação rendeu a Depp, uma indicação ao Oscar pela terceira vez, mas outra vez não levou, (depois disso, nunca mais assisti a cerimonia). Helena entrega um personagem quase tão bom quanto Depp na Sra. Lovett. O personagem que começa a criar sentimentos por Todd e participa da organização das mortes realizadas pelo barbeiro dando um bom fim para os corpos é muito bem construido e com certeza, a que mais se deu bem com a música, interpretando as melodias mais dificeis e mais bem afinadas de todo o filme. Allan Rickman tambem da o ar de sua graça em personagem bem feito arriscando até umas notas musicais. Outros nomes se saem bem no elenco como Jamie Campbell Bower em seu primeiro trabalho como o marinheiro que traz Todd de volta a Londres chamado Anthony Hope, e a atriz Jayne Wisener que tem rosto de boneca e uma linda voz interpretando a filha roubada de Barker, Johanna. Ainda contamos com uma participação de Sacha Baron Cohen como o barbeiro italiano Adolfo Pirelli.
A direção de arte do filme é muito bem composta, trazendo tons frios e quase sem cor, algo que lembra um pouco o que Burton fez em Batman - O Retorno. A antiga cidade de Londres ganhou predios com vidrais e torres em estilo gotico, ruas sujas e com vapores saindo do esgoto, quase tudo em preto, cinza e azul dando espaço mais tarde para o vermelho do sangue das gargantas cortadas. Burton optou por fazer um sangue mais artificial fazendo menção a peça de teatro o qual o filme foi adaptado. O trabalho de arte levou um Oscar pra casa, mais do que merecido.
O figurino e a maquiagem são outro ponto forte do filme. O figurino muito bem composto traz roupa luxuosas e bonitas. A maquiagem é algo bem trabalhado tambem. O trabalho deu a Todd a impressão de alguem bem pertubado e ao mesmo tempo bem triste, que lembra de longe Edward, com pele clara e cabelos bagunçados, visual esse que tambem se aplicou no personagem de Helena. Este trabalho tambem ganhou indicação ao Oscar, mas infelizmente não levou.
Sombrio, frio e com pequenos tons de comédia, Sweeney Todd mostra que Tim Burton é sem dúvidas um dos melhores diretores da atualidde. Mostrou um serviço que poucos conseguiriam realizar com tamanha precisão, um trabalho genial o que vemos aqui. Agora uma dúvida fica no ar, como na critica aqui do site, Burton poderia ter optado por transformar o musical em filme normal? Talvez isso tivesse rendido mais, digamos comercialmente, vendo que com musicas em cima de musicas o filme se torna um pouco cansativo e não agrada a muitos. Se poderia ou não fica pra uma proxima, mas que foi otimo o resultado final, isso indiscutivelmente é verdade.
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