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- Direção
- Nadine Labaki
- Roteiro:
- Nadine Labaki
- Gênero:
- Drama
- Origem:
- França, Líbano
- Duração:
- 90 minutos
- Prêmios:
- 71° Festival de Cannes - 2018, 76° Globo de Ouro - 2019, 91° Oscar - 2019
Lupas (17)
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O trabalho de direção é impecável, imagina trabalhar com pessoas que não têm experiência com atuação, ainda mais quando os protagonistas são crianças, um deles um bebê. Trabalho magistral da diretora.
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"Quero que minha mãe não tenha mais filhos". O filme todo é uma sequência de socos no estômago, nós na garganta e lágrimas, com uma fluidez, um roteiro que surpreende e não perde o ritmo, ficamos presos aquele turbilhão de acontecimentos, que retrata uma realidade brutal, e assustadora, que nos faz pensar e questionar, organizações, governos e a própria natureza humana, com certeza um filme inesquecível, e que elenco, Zain o protagonista que trabalho, se o mundo fosse justo Oscar de melhor ator.
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Há uma espetacularização da pobreza e uma mensagem eugenista absurda aqui, mas o tom naturalista, a câmera inquieta, a fotografia, a direção, a construção da trama, é tudo tecnicamente arrebatador. Um filme de muitas camadas, inclusive. O garoto é um gigante em cena, o que completa a obra em seu tom mais visceral. Cinemão.
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Da série "nada corrompe mais o espírito humano do que a pobreza", o filme trás a angustiante jornada de Rahil em busca, simplesmente, da sua própria existência. Labaki demonstra, a cada cena dura (as repetições cansam), que o caminho é difícil, com vários obstáculos e armadilhas, dos quais nem todos passam (a irmã é uma que não conseguiu). Sua conclusão pessimista ainda faz questão de salientar que a vida miserável pode ser descartada sem remorsos ("Deus tira uma coisa e te dá outra em troca").
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A ambientação externa com a fotografia em tons cinzentos e azulados junto com a trilha sonora com violino dão um toque eficiente de melancolia ao filme. E a câmera na altura do menino ajuda a envolver o público na posição em que se encontra. Os 40 minutos iniciais são ótimos ao retratar um garoto que, ao mesmo tempo que é independente e autônomo, também é uma pessoa completamente perdida no mundo. Pena que o filme cai bastante depois, se tornando bem desinteressante e enfadonho.
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Muito embora sempre comova é impossível pensar que se trata de algo novo no cinema a estética da pobreza/miséria mas o que de fato me incomoda é o teor da mensagem de Labaki que no fundo nada mais é do que : Pobre não tenha filhos, e por mais que eu até concorde em termos com esta ideia o fato é que Labaki não propõe nenhuma solução .
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Transtornos do século XXI trazidos por uma cineasta árabe: pobreza, desilusão e abandono nos escombros do capitalismo. "Sorria, Zain, sorria.." - ao final, é o símbolo maior da necessidade de se seguir vivo.
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Um doloroso e necessário espectro humanitário que perpassa delicadas questões sociais de um país, um continente, um mundo. Com forte e crua abordagem, a emoção se faz gritante, porém também sutil. De posicionamentos a provocações, um baque desses perdura.
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Obviamente tem coisas boas, mas o argumento final em que responsabiliza somente as pessoas por terem muitos filhos é raso, sendo que não há qualquer menção/critica ao sistema político. Sem falar, que o final é irreal. Poderia ser muito melhor.
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Pesado! O mundo dos excluídos do capitalismo, da extrema pobreza, sob os olhos duma criança (bela atuação do garoto). Espécie de Pixote exploitation da pobreza, p/vezes forçado mas q emociona, retrato da cultura local e q tb levanta a questão refugiados.
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Nadine Labaki quase não tira a câmera do jovem protagonista, e seus anseios e dificuldades são tão realísticos que é impossível não se impressionar. A perda da inocência na infância e a questão da imigração são temas pertinentes tratados.
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Ótimo
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Talvez seja pq sou brasileiro e já esteja acostumado com essa estética de pobreza/miséria/violência, mas o filme não me impressionou. De ponto positivo temos a falta de condescendência com a instituição-família, sem a hipocrisia de sempre aliviar a barra.
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Atuações incríveis e uma história profundamente tocante fazem de Cafarnaúm um dos melhores filmes do ano.
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Temos aqui um filme audaz, de heroizinho com o mundo inteiro de vilão, mas que por vezes se apoia na sua zona de conforto da miséria, desespero e dor. Existe vida dentre as sobras humanas do capitalismo, vida mais resistente que o sistema todo.
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Traz à superfície as chagas de seus personagens sem maneirismos ou firulas: a história por si só tem força o bastante. O garoto leva a narrativa nas costas, mas não porque seja o único talentoso, mas por ser aquele a quem mais é cobrado.
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É um filme que ao primeiro olhar até encanta... Mas não se engane! Por trás, há uma mensagem eugenista muito contundente, que criminaliza barbaramente a pobreza. No final, "Podres, não se reproduzam! Ter filho é coisa de rico. Vocês tem que se fuder!"