- Direção
- Roteiro:
- Glauber Rocha
- Gênero:
- Origem:
- Estreia:
- 31/12/1969
- Duração:
- 115 minutos
- Prêmios:
- 17° Festival de Cannes - 1964
Lupas (39)
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A essência simbólica da encenação, imagem barroca; alegoria do homem e sua existência. O sertão como uma terra de verdades próprias, cruel e indomável. O sertanejo é a cria do misticismo, do sol - da violência como causa e efeito. Glauber Rocha realizou uma obra-prima absoluta, uma epopeia que transpira energia e frescor em cada plano.
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Não faz juz à fama que tem.
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Glauber nos envolve com um cordel de linhas tortas. as personagens se conflitam e se complementam, mantêm seu mistério; Antônio das Mortes amargurado com seu destino, que não importa as circunstâncias cumpre implacavelmente, se torna uma das alegorias mais contraditórias e ricas que o cinema brasileiro já produziu
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Não tenho palavras para adjetivar esse filme. Dizer que ele é ruim é um elogio.
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"Homem nessa terra só tem validade quando pega nas 'arma' pra mudar o destino. Não é com rosário, satanás! é no rifle e no punhal!!". O cinema novo de glauber tinha na forma a preocupação previa em relação ao conteúdo, é preciso pensar nisso pra"entender"o filme. Mas isso não significa que Glauber nao construa no filme uma potência de personagens e simbologias que colocam esse seu retrato de uma parte do país no nível do que fazia gente como Guimarães Rosa, Graciliano,Hirszman. QUE brasileiros!
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Broto de semente factível brasileira. A lei é doutrinar quem sente a dor na pele, no osso, na carne, na alma. Poesia, entremeada com religião e guerra, resumida com o dizer do filme: "O destino é maior do que a morte". O difícil é aturar a narrativa e a desconexão com o público alvo. Tem seu valor para a história nacional, não necessariamente para nosso cinema.
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Em uma terra miserável, com personagens miseráveis, Glauber dirigiu o que talvez seja o filme mais brasileiro que exista, em que o homem, deus e o diabo são figuras indissociáveis.
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alegoria da transformação de homens em santos e de santos em demônio, a injustiça social, o coronelismo, a herança da fé católica distorcida pela corrupção, pela pobreza e promessas vazias de paraíso, grande retrato do Brasil e do brasileiro
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A estética árida e poética do filme são realmente assustadoras mas a forma narrativa não me agradou,arrastado em demasia e senti uma desconexão muito grande com a estória.Algumas simbologias são fantásticas mas,num todo não compreendi o propósito do filme
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18/12/06 - Um faroeste encenado como ópera musicada com cordel, isso era o cinema de Glauber Rocha. Filmado em preto-e-branco árido que reflete o calor do sertão na tela.
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Barroco, épico, lírico e operístico. Uma epopeia diurna que sintetiza o insano e o mito, fazendo do espaço um folclore. Apresenta uma orquestração do rústico com o solene, onde todo aquele tom árido, alimentado pela miséria, se completa com a grandeza de uma mitologia expressada de forma construtivista. Glauber acaba criando verdadeiro poema tropical fragmentado de forma delirante.
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Essencial saber o contexto histórico para entender esse filme. Recomendo a crítica do Andy Malafaya que explica bem isso, que aliás gostei da comparação dele com o poeta russo, o tal de Maiakóvski.
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Assustadoramente brasileiro.
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Um drama psicológico, com discussões e diálogos predominando sobre os tiros e facadas gangaceiras, o paradigma entre o Deus e o Diabo, razoável... não faz o meu estilo, não entra no top cangaço...
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O sol forte do sertão faz muito mal à cabeça.
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Um ritual de loucura. A questão desorientada da adoração, a busca pela solução que nunca chega. Quando o sertão virar mar, será de sangue. Obra de força incomensurável para o cinema nacional, com atuações, falas, cenas e músicas que perdurarão na memória.
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Com momentos fantásticos e outros cansativos , o filme parece ser mal filmado em algumas partes pois a câmera treme muito causando um certo desconforto ao espectador .
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Além das referências estéticas de Glauber Rocha, o sertão aqui é um antro de injustiça, desigualdade, e exploração (econômica e religiosa) por parte de figuras aparentemente redentoras, tão cruéis como todos os outros. E que atores excepcionais!
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Filmes perfeitos só podem receber esta nota. E quem tiver achando exagero, pergunta pro Martin Scorcese?
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Um dos mais belos dramas nacionais, fluente até os dias de hoje.