Adaptações de livros para o cinema. Temos os Best Sellers, os últimos sucessos da temporada, recomendados de Veja em Veja. Desses vieram à telona, movidos por uma legião de leitores, O Código Davinci, Harry Potter, Crepúsculo, Nárnia e Jogos Vorazes. Ridículos, infantis e infelizes para se dizer o mínimo. Mas muito lucrativos. Bobagem ser contra. Vê quem quer. Por outro lado, temos livros praticamente desconhecidos que rendem excelentes filmes. Clube da Luta, Medo e Delírio, Trainspotting, Drive e Fantasmas são adaptações de livros.
Panem é um modelo de sociedade distópica. Sua capital vive do trabalho dos habitantes das comunidades que vivem sob seu jugo, os Distritos. Por conta de uma guerra ocorrida há quase um século atrás, anualmente cada distrito deve oferecer por sorteio um casal de jovens para serem treinados para participarem de um campeonato no qual apenas um poderá sobreviver. A alternativa é a guerra. E Guerra ninguém quer.
Em resumo, o filme é ruim. Ao ver o trailer, já considerei a história ridícula. Não os elementos em si. Um torneio de gladiadores estilo romano, televisionado e vendido como entretenimento no estilo Big Brother pode até se tornar realidade. Não na nossa, claro, mas quem sabe após uma grande guerra que faça a humanidade regressar um ou dois séculos atrás, o que foi justamente o caso. Não precisa voltar tanto no tempo para encontrar costumes brutais. A história é ridícula porque parece algo do tipo “personagens da novela Malhação vão à luta”. Pior que os personagens, apenas as situações. Parece um roteiro criado por um gerador de lero-lero adaptado. O escritor de Jogos Vorazes deveria ser jogado aos leões por contribuir para imbecilizar nossa sociedade. Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) mora no Distrito 12 com sua mãe e irmã menor que, pela primeira vez, vai participar do sorteio anual e, claro, está assustada. Tão assustada que chega a irritar. Merecia um sermão do Capitão Nascimento para parar de chorar. Justamente é ela a sorteada, e katniss se oferece para ir em seu lugar. Criativo. O outro infeliz do Distrito 12 é Peeta Mellark (Josh Hutcherson), um tipo playboy que se diz apaixonado pela Katniss. Cara sortudo esse Peeta. Ao menos foi enviado para a morte quase certa junto à mulher amada. Por incrível que pareça, achei que seria o personagem menos irritante da trama, por demonstrar alguns aspectos da sociopatia. Alarme falso. Apenas outro idiota. Você sabe que está vendo algo sem salvação nenhuma quando vê a barba do coordenador dos Jogos Vorazes. Daí aparece Woody Harrelson como Haymitch, um dos vencedores do torneio e mentor da dupla do Distrito 12. Dinheiro fácil. Só isso explica a presença dele. Os participantes tem 4 dias para aperfeiçoar suas habilidades. Quatro dias para aprender a lutar. Acho que nesse momento devo ter me distraído (fiz muito esforço para continuar assistindo) e entendido errado. QUATRO DIAS?! Certo. Você agüentou cerca de uma hora de filme até que os jogos começaram, mas as cenas de ação não vão fazer o tormento mais suportável. A câmera mostra rapidamente o que acontece, apenas para o espectador entender. As lutas são uma bagunça. Mas até faz sentido, afinal os oponentes tiveram apenas QUATRO DIAS para aprender alguma coisa. Filmes ruins assim me inspiram a escrever. Se perdi 142 minutos de vida, preciso descontar avisando a todos da melhor forma possível.
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