Falar sobre westerns para mim sempre é algo especial. Tenho uma admiração por esse gênero como poucos cinéfilos têm. Desde a infância sou obcecado pelos filmes westerns, tendo sempre como preferência e referência Sergio Leone e Clint Eastwood com a fabulosa trilogia dos dólares. Mas não me limito à dupla citada. John Ford, o “pai” dos westerns, ao lado de John Wayne, reinou na indústria americana, mas sempre com sombras poderosas de Sam Peckinpah, Anthonny Mann e Howard Hawks. Essa pequena abreviação dos nomes que se consagraram no gênero serve para demonstrar quanta glória o faroeste alcançou. Hoje temos Gore Verbinski com o seu O Cavaleiro Solitário (The Lone Ranger, 2013).
A superprodução de orçamento de quase 250 milhões de dólares dirigida por Gore Verbinski, um dos grandes fracassos de bilheterias de 2013, tendo um prejuízo estimado em 190 milhões de dólares para a Disney. Os números não negam, O Cavaleiro Solitário é um filme meramente comercial e sem qualquer indício de criatividade, onde nem o público alvo desse tipo de filme foi agradado por essa bomba do ano.
Os motivos são óbvios, onde já na premissa são desdenhadas todas as chances de ser um filme interessante. O roteiro é fraco, há uma deficiência abissal em todos os aspectos. Limita-se em uma completa palhaçada entre Tonto (Depp) e John Reid (Hammer), atribuindo-lhes um humor forçado, estúpido e esquemático, em personagens que estabelecem um grande afastamento do público. Nem mesmo Depp com seu carisma habitual consegue ser interessante.
A ingenuidade do roteiro ultrapassa todas as fronteiras da sensibilidade (ou ausência dela) no excesso de referências. Referências? Não, na verdade são dezenas de cenas plagiadas de gloriosos westerns de décadas passadas. Não há diversão, não há entretenimento, é um passatempo em que o tempo parece não passar. As cenas de ação são ilimitadas e gratuitas, e o roteiro faz questão de realizar piadas ridículas.
Verbinski, há exatamente dois anos atrás, trouxe as telas uma bela e honrosa homenagem ao faroeste com o filme Rango (idem, 2011), onde o diretor consegue estabelecer um limite de referências e a diferença entre plágios. Não parece ser o mesmo que dirigiu “O Cavaleiro Solitário”. O descontrole do filme é nítido, o que o leva a ser arrastado durante todo o seu decorrer. É impressionante o fato de o filme não ter nada a apresentar e ter uma duração tão longa (2h e 30min). O ritmo do filme é horrível e a longa duração tem como consequência uma série de fúteis cenas de ação que apenas acentuam esse defeito.
O nível assombroso que os grandes mestres do gênero western atingiram e glorificaram-no, especialmente, nas décadas de 50 e 60, torna este filme de Verbinski tão insignificante que sequer deveria tentar homenageá-los. A melhor forma que O Cavaleiro Solitário poderia homenagear o western seria nunca ter sido realizado.
discordo de tudo.
eu acho que isso eh inveja
se fosse o carbone escreveria a mesma coisa e daria 9.5
Carbone é mais coerente, tem um sistemas de notas mais bem definido... Vamos tentar melhorar, quem sabe um dia a gente consegue uma critica nível Carbone de qualidade