Em 2006, Alexandre Aja obteve o feito de superar um dos clássicos do mestre do terror Wes Craven, com a refilmagem “VIAGEM MALDITA” de “QUADRILHA DE SÁDICOS”. Menos de três anos depois, o desconhecido Dennis Iliads teve a mesma idéia de refilmar um dos clássicos do diretor, o violento “ANIVERSÁRIO MACABRO”, soltando a dúvida: ‘outra superação da lista de Craven?’ Em meu ver, sim! “A ÚLTIMA CASA” é sem dúvida um remake descente, em que a palavra ‘superação’ merece de todo direito ser mencionada!

Tendo muitos elementos mudados em relação ao original, como o filho de Krug, o inocente Justin, não ser a maldade em pessoa que o pai é, Mari, a filha do casal Collingwood, conseguir sobreviver aos ataques dos loucos maníacos, e a fuga de Krug de dois agentes penitenciários, “A ÚLTIMA CASA” tanto acerta quanto erra, não sendo esses erros uma coisa bastante grave pra queimar a boa produção. Mas um dos maiores acertos do diretor Dennis Iliads, foi apagar de vez os dois policiais bobalhões que só faziam besteira no original de 1972. Também, o drama do casal John e Emma em ver sua filha em cima da mesa de sua sala em circunstâncias desesperadoras toda ensangüentada, baleada e estuprada dá mais impacto que o encontro do casal de 72, John e Stelle, com sua filha completamente morta no lago. Um bom acerto também foi a morte, que em minha opinião já entrou pra história, do bandido Francis, com direito a garrafada na cabeça, facada no peito, nariz quebrado, tentativa de afogamento, mão cortada pelo triturador da pia e por fim uma martelada na cabeça. Entretanto, as demais mortes não chegam muito bem aos pés das filmadas por Craven nos anos 70. Iliads poderia muito bem ter dado outro fim trágico e tão violento quanto deu a Francis aos outros dois mercenários Krug e Sadie. Vale dizer que o maior erro de Iliads foi fantasiar a morte totalmente desnecessária de Krug (assar sua cabeça num forno microondas). As personagens de Mari e de Paige também não tiveram a mesma brutalidade e selvageria explícita que as personagens Mari e Phyllis de Craven sofreram na floresta. A morte de Paige não teve as mesmas proporções de uma mão arrancada de Phyllis. E o estupro de Emma, mesmo não sendo uma coisa legal de se ver, não foi tão sujo e humilhante como o de Mari.

Que atirem à primeira pedra, mas Craven mais uma vez foi superado. E “A HORA DO PESADELO”, também um dos filmes do diretor, já está com sua refilmagem quase concluída, deixando a mesma pergunta do primeiro parágrafo: ‘outra superação da lista de Craven?’. Superar Freddy Krueger dos anos 80 acho muito difícil, e por que não dizer impossível! Mas que seus dois primeiros filmes de sua carreira já foram ultrapassados, aí agente não tem como negar!