‘Uma casa, cabana ou algo semelhante no meio do nada, onde protagonistas são atacados e atormentados por algum maníaco ou psicopata’ já é clichê batido no gênero do suspense, estando como exemplos de filmes que usam essa mesma novela, ELES, VIOLÊNCIA GRATUITA e TEMOS VAGAS (este não sendo numa casa, mas num motel). Fazendo sua estréia como diretor e roteirista, o americano nascido no estado do Texas, Bryan Bertino, pegou essa mesma referência de clichê para se parabenizar por um excelente começo na carreira. OS ESTRANHOS, nome de seu trabalho, é tão tenso e aterrorizante como os melhores filmes que existem dentro desse subgênero, mesmo com falhas a parte.
O casal James e Kristen depois de um desagradável atrito amoroso numa festa, vão amenizar a situação na casa de veraneio dos pais do rapaz, localizada numa rodovia não muito movimentada. Entre constrangimentos e aliviações amorosas, uma garota bate na porta, a tantas horas da madrugada, perguntando por alguém chamada Tamara. Depois de abrir a porta e informar que não existe essa pessoa com esse nome na casa, James sai para ir comprar cigarros. Momento depois, a mesma garota bate na porta, e pergunta novamente se a tal Tamara está, e Kristen assustada manda ela ir embora repetindo que não existe ninguém com esse nome. Seguido disso, Kristen se apavora ao ouvir barulhos por todos os cantos da casa, e pra piorar vê que o telefone foi cortado. Com os nervos a flor da pele, James finalmente chega para vivenciar ao lado da namorada a pior noite de sua vida.
Como disse no final do primeiro parágrafo, OS ESTRANHOS é tão tenso, porém não se livrando de falhas. Furos no roteiro do tipo, não pegar a chave do carro pra fugir dali, ou não ligar pra polícia tendo o telefone quase em mãos estão presentes infelizmente. Mas nada que queime o filme.
A história é bem desenvolvida e o uso de recursos em explorar bem a atmosfera escura e deserta onde se encontra a casa onde os personagens estão, o barulho de pisadas no assoalho da casa e as sufocantes batidas na porta foi certeiro. Sem falar do único homem perambulando a casa que interpreta um dos mascarados (são três, ele e duas mulheres, e que pra mim, o único que mete medo do trio, já que sua máscara é a única assustadora de fato) sendo perseguido pelo bom trabalho da câmera filmando ao fundo. Outra coisa positiva no filme é o anonimato dos assassinos que o diretor faz questão que permaneça para sempre (se caso não considerarmos que a menina que bateu na porta seja um dos maníacos). A gente não sabe quem realmente são, o porquê de estarem ali, nem nada. Estavam ali porque eram pra estar ali e pronto.
Um filme tenso, que não deixará o espectador aliviado até o seu grito final. Porque não dizer o melhor suspense de 2008!!!
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