Por mais que alguns não aceitem minha opinião, digo que Alexandre Aja até agora não errou, se mostrando como um verdadeiro e respeitoso diretor do cinema de terror, tão amado pelos fãs do gênero. Ele simplesmente foi bem em seus trabalhos: ALTA TENSÃO, VIAGEM MALDITA e P2 – SEM SAÍDA. E em ESPELHOS DO MEDO não foi diferente. Ele não é um filme ruim. O problema é que ele não atendeu as grandes expectativas de um público que delirou com o seu remake há dois anos atrás do filme homônimo de Wes Craven, QUÁDRILHA DE SÁDICOS. O remake fez com que o público ficasse mais exigente com o diretor. Não é normal um remake ter o privilégio e mérito de superar o original não. E nem tão pouco ser considerado já como um clássico do horror moderno; um clássico de já um outro clássico! Simplesmente ele está sendo julgado (e porque não dizer mal julgado?), assim como o indiano M. Night Shyamalan, que carrega até hoje a sombra do karma do seu premiadíssimo O SEXTO SENTIDO: a cada lançamento de um novo filme seu, cria-se a expectativa de uma nova obra-prima. E é exatamente isso que está acontecendo com Aja. Seus filmes seguintes não superam o seu primeiro arrasa-quarteirões, mas também não quer dizer que são horríveis!
Ben (Kieffer Sutherland, da conhecida série ‘24 horas’) é um policial afastado temporariamente após uma ação desastrosa na qual matou seu próprio colega de trabalho. Tudo na sua vida vai mal e vai piorar ainda mais quando aceita o emprego de vigia noturno numa grande loja de departamentos incendiada há alguns anos atrás. Ele descobre que o lugar é assombrado pelos espelhos que estão no local. E que essas assombrações que se escondem nos espelhos o seguiram até sua casa, onde mortes horripilantes podem acontecer com a sua família. E Ben luta contra o tempo para se livrar desse grande mal.
Uma das boas coisas do filme é o seu cenário. Um cenário ideal para um filme de terror: um shopping abandonado, mal iluminado, com suas paredes acabadas e escuras e manequins que mais parecem cadáveres chamuscados. Os sustos são regulares e alguns às vezes convencem. Os relances dos reflexos dos espelhos atacando ou fazendo medo aos personagens são legais. As poucas mortes também são das mais violentas possíveis. A da banheira então meu irmão, nem se fala! Mas o telespectador acaba perdendo o bom pique da coisa, quando dá de cara com os efeitos digitais. Os efeitos visuais mais distraem do que chocam. Tudo que é de morte e de sangue são realizados por computação gráfica. E é este o grande erro do filme. O público do gênero não gosta de ver sangue em efeitos visuais, e sim sangue falso. Sem falar de outras coisas que também podem ser feitas com computação gráfica. A cena em que o personagem Ben vê sua imagem no espelho pegando fogo é frustrante.
Volto a repetir, ESPELHOS DO MEDO ainda não é o primeiro filme ruim de Aja. Coisa que fico satisfeito. Porém que vai perdendo brilho quando lembro que o próximo trabalho do diretor vai ser o remake de PIRANHA.
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