Vai fazer quase 10 anos que o fenômeno de bilheteria de baixíssimo orçamento “A BRUXA DE BLAIR” estreou nos cinemas de todo o mundo, e só agora anos e anos mais tarde é que a idéia de se fazer um filme cru, filmado com uma câmera amadora nas mãos, começa a virar moda e ser bastante copiada nos sets de filmagens das produtoras. De 2007 pra cá, foram: “REC”, “CLOVERFIELD - MONSTRO”, “QUARENTENA”. Todos tendo sucesso também. E nem mesmo um dos mais populares mestres do terror, George A. Romero conseguiu resistir. Seu trabalho, “DIÁRIO DOS MORTOS”, foi o que teve menos repercussão, mesmo não sendo um filme ruim.
A história se baseia em um grupo de estudantes de cinema, que junto com o seu professor, estão rodando um filme de terror na floresta, quando são surpreendidos pelo noticiário da tv que diz que os mortos estão ganhando vida e acabando com todos os humanos da terra. É aí que eles decidem parar a filmagem e irem pra casa, para saber de mais informações e descobrir um jeito de como escapar de todo esse alarme. E à medida que viajam, isso com a câmera sempre ligada, vão se defrontando com uma horda de zumbis famintos e presenciando o mundo todo a beira da loucura por causa do caos.
Homero não decepciona, e faz um filme com muito sangue, mortes e mutilações: cabeças estouradas, divididas ao meio ou separadas do resto do corpo, tripas caindo da barriga aos montes, foices e machados atravessando gargantas e tudo que é de mais do tipo. Um prato cheio para fãs do gênero. E prato mais cheio ainda para quem é fã do mestre. Entretanto, faltou a tensão por parte do diretor. Os personagens, todos interpretados por profissionais canadenses desconhecidos, deveriam mostrar mais medo e aflição a cada situação apavorante vivida. Mostrar que os mortos-vivos apesar de não ser tão sãos como os humanos e andarem tão lentamente feitos velhinhos gagás, não deixam de ser um inimigo perigoso e assustador, que está cada vez mais destruindo a vida de todo o mundo. Porém, alguns deles se preocupam mais é em filmar; filmar e só filmar (acreditam que um acaba morrendo por causa de não querer se isolar em um lugar seguro, só para não perder a oportunidade de filmar mais acontecimentos – aff). Outra coisa é o jeito de como eles reagem quando dão de pareia com algum zumbi. Eles mal gritam, mal choram, mal tremem. Só atira neles e pronto. Homero deveria ter investido nos mortos-vivos correndo atrás dos estudantes, como no hospital por exemplo, e estes correndo de tão desesperados que estão, que mesmo com armas em suas mão poderiam ter errado algum tiro, as balas terem acabado, a câmera ter caído no chão e blá, blá, blá, blá...
E não vou deixar de citar aquela chata deslizadinha que persegue qualquer diretor, seja qual for. Homero roda uma cena desproposita e de total clichê: a loirinha bonitinha ao estar em apuros ao ver que um zumbi está atrás dela, em vez de correr e se esconder junto com o resto de seus amigos numa casa totalmente segura e que está logo a sua frente, decide escapar pela floresta escura e sombria, onde a qualquer momento um morto-vivo pode aparecer; e ela corre, cai, rasga o vestidinho e por aí vai! Sinceramente viu! Nam, nam!
Com um ritmo meio lento e alguns contextos negativos, Homero ainda sim consegue fazer um filme de terror interessante e bom. Mostrando o porquê de ser considerado um dos grandes mestres do horror.
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