"Uma história de amor, mas é mais que isso, é uma história de sucesso".
Um dos maiores clássicos do cinema de todos os tempo s...E o Vento Levou (1939), título original Gone With the Wind, têm muito á dizer sobre o que é o sucesso, ainda mais no tempo em que a produção era regida á improvisações. Tendo em seu encalce o ganho de oito Oscars: Melhor Filme, Melhor Diretor (Victor Fleming), Melhor Atriz (Vivien Leigh), Melhor Atriz Coadjuvante (Hattie McDaniel), Melhor Roteiro Adaptado (Sidney Howard), Melhor Direção de Arte (Lyle R. Wheeler), Melhor Fotografia (Ernest Haller e Ray Rennahan), Melhor Montagem (Hal C. Kern), e outros dois especiais, na categoria Technical Achievement Award (Oscar científico ou técnico) o indicado R.D. Musgrave, pelo pioneirismo na utilização de equipamentos coordenados na produção do filme, e outro na categoria de Oscar honorário por William Cameron Menzies, pelo excelente desempenho no uso de cores para a valorização do humor dramático na produção do filme, completando assim dez Oscars. É o segundo filme com o maior número de indicações ao Oscar, ficando atrás apenas dos empatados A Malvada (1950), e Titanic (1997), que foram indicados a 14 Oscares. …E o vento Levou que teve 13 indicações ao Oscar, venceu dez, sendo superado apenas por Ben-Hur (1959), que conquistou onze estatuetas (embora tenha tido menos indicações que …E o vento levou, 12). Atualmente, ao lado de Amor, Sublime Amor (1961), …E o vento levou também é o segundo filme com o maior número de Oscares ganhos, ficando atrás dos empatados Titanic (onze prêmios em 14 indicações), Ben-Hur (1959) (onze prêmios em 12 indicações) e O Senhor dos Anéis: Retorno do Rei(2003) (onze prêmios em onze indicações). Comparando todos os filmes, todos fantásticos, o merecimento é sem igual para todos os ganhadores.
A escolha do elenco foi meio que dirigida pelo público, a escolha de Clark Glabe, que faz o papel do cínico Rhett Butler, foi direcionada para o público, já Vivien Leigh, atriz de ágil penetração das personagens, faz Scarlett O´Hara, inglesa mais nascida na índia, fato este que provocou tensas discussões entre os dois, fora escolhida pelo próprio diretor, Victor Fleming, por mero acaso, durante as filmagens do incêndio de Atlanta, ele a viu ao lado de seu marido, o ator Laurence Olivier, e logo lhe ofereceu o papel da heroína sulista. O resto do elenco: Olivia de Havilland, que faz o papel da doce Melanie, que é casada com Ashley, que é interpretado pelo 'fraco' mais esforçado Leslie Howard; Hattie McDaniel, primeira atriz negra africana a ser indicada e á ganhar um Oscar; Thomas Mitchell, que faz o pai de Scarlett; a pequenina e talentosa Butterfly McQueen, empregada atrapalhada de Scarlett, que atravessa todo o longa ao seu lado. Outros do elenco: Everett Brown (Big Sam), Rand Brooks (Charles Hamilton), Carroll Nye (Frank Kennedy), Mary Anderson ( Maybelle Merriwether, a prostituta, tratada no filme com descrepância descomunal), Cammie King (Bonnie Blue Butler, filha de Scarlett, que morre de forma drástica), Laura Hope Crews (a engraçada e débil Tia Pittypat Hamilton), o filme ainda conta com um elenco grandioso, que compõe a Atlanta dos ricos, e a Atlanta dos derrotados; faz-se também o elenco da fazenda 'Tara', da cena dos homens feridos, milhares de coadjuvantes, afinal todos fazem parte. A montagem é de um gosto absurdamente fantástico. Os efeitos, ainda primários são belíssimos.
Como em qualquer outro filme houve em ... E o Vento Levou discordâncias e indiferenças entre o elenco, como em lado pessoal como em profissional. Um exemplo do quão as atrizes da época eram desfavorecidas é quanto Vivien ganhara e quanto Clarck trabalhava e recebia. Vivien Leigh trabalhou nos sets de filmagem por 125 dias e recebeu por isso a quantia de 25 mil dólares; já Clark Gable trabalhou por 71 dias e ganhou 120 mil dólares. Outra coisa, as brigas dos dois eram de fatores catastróficos. Durante as filmagens, ninguém na produção acreditava que Vivien Leigh fosse resistir ao charme de Clark Gable. Mas, na verdade, eles não se entendiam, pois ela considerava pouco profissional que ele deixasse o estúdio sempre às seis da tarde, todos os dias. Ele achava um abuso oferecer um papel essencialmente estadunidense a uma atriz britânica.
Vivien se entendia bem com o diretor George Cukor (um segundo diretor, outros como Sam Wood, William Cameron Menzies e Sidney Franklin também comporão a direção, por desventura, Fleming levou todo o crédito de direção, apesar da direção ter sido creditada exclusivamente a Victor Fleming, ele dirigiu apenas 45% do filme). Gable preferia Victor Fleming. Vivien odiava o hálito de Gable - ele comia cebolas de propósito, poucas horas antes de gravar - e o cheiro de licor, que a deixava com náuseas. Ele revelou que, quando a beijava, pensava em um bife. Na verdade, na pele de Rhett Butler ou Scarlett O'Hara ou na de Clark Gable e Vivien Leigh, eles jamais se entenderam. Ainda sim, por graça, como eram profissionais não deixavam transparecer esse ódio descomunal que um sentia pelo o outro.
A obra é adaptada do livro de Margaret Mitchell, por Sidney Howard, e por colaboradores como F. Scott Fitzgerald e William Faulkner. Todos tentaram transformar com o mínimo cuidado o livro para o cinema, deixando sempre a essência de Drama, Romance e Guerra; e lá no final, na ponta da língua de Scarlett comédia. O resultado foi grandioso. Do livro, quase mil páginas, o tempo estimado do filme é de quase quatro horas, uma epopeia que atravessa décadas mais décadas, realizações e imperfeições. Um crítico uma vez disse que é "a produção mais bem-sucedida de Hollywood", Leonard Maltin, do Entertainment Tonight. Sob seu ponto de vista, "parece melhor com o passar dos anos." "Um dos mais populares filmes da América, completamente sem rivais. Um colosso em todos os tempos", disse Kenneth Turan, do Los Angeles Times. O filme foi produzido por David O. Selznick, a trilha sonora é de Max Steiner, que deu classicismo á obra com tons de grandiosidade; a fotografia de Ernest Haller e Ray Rennahan, soberanos em parcializar a imagem, focando toda a extensão, como se vê na cena de homens de guerra pelo chão, a câmera se afasta, mostrando Vivien correndo entre eles; o desenho de produção de William Cameron Menzies, a direção de arte de Lyle R. Wheeler, os figurinos de Walter Plunkett, compõe a magia e a riqueza do povo sulista, e a montagem de Hal C. Kern. Em relação á montagem, uma das mais belas do cinema até agora, posso revelar algo que alguns não sabem. No incêndio de Atlanta tomada pelos Ianks, o fogo consumiu á cidade, agora destruída. A cena em que vemos Scarlett na charrete com Rhett e Prissy e tendo Melanie com seu filho deitado em seus braços é de uma beleza épica. A cena vermelha, de produção impecável, tem seu cenário tirado de outro filme, King Kong (1933). A montagem subseqüente é rápida, afinal, o cenário estava prestes a desmoronar, e eles só podiam fazer a cena uma vez. O que é o profissionalismo não?!
Com isso, o sucesso, ante imediato, foi tornando-se catastrófico. A produção de Gone with the Wind custou pouco mais de cinco milhões de dólares aos cofres da MGM e, quatro anos depois de seu lançamento, a renda obtida pelo filme nas bilheterias já superava a marca dos 32 milhões de dólares.
Com todo esse sucesso e com essa produção impecável, ... E o Vento Levou marcou a história do cinema, registrando personagens lembráveis como Scarlett e Mammy. Tudo isso com ondas de drama, comédia, guerra, beleza. A marca registrada do filme, portanto, é sua ousadia em submeter um elenco e uma produção há marcas e números nunca antes vistos. O amor ao cinema é visto nos olhos de Leigh, a paixão de atuar é sentida na fala de Glagle, e o sucesso de ... E o Vento Levou é levada aos anos á fio.
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