Lupas (315)

Como é de praxe do cinema de Miyazaki, A Viagem de Chihiro é uma belíssima animação que conta uma estória criativa cheia de aspectos surrealistas baseados em mitologias da cultura asiática, em especial japonesa. Um conto realmente fascinante sobre espiritualidade, ganância, a importância das palavras, e, principalmente, o poder da memória afetiva. Após assisti-lo, é impossível não ficar um pouco mais curioso com o mundo ao redor.

Stepmom pode parecer apenas mais uma daquelas dramédias americanas dos anos 90 se olharmos superficialmente,mas a medida em que deixamos o preconceito de lado e começamos a nos envolver na trama, conseguimos ter uma experiência genuína e construiva.O elenco é ótimo e a direção é sensível o suficiente para captar os nuances de cada performance.O "duelo" entre Julia Roberts e uma jovem Jena Malone é particularmente divertido de ver.Um filme que não inventa a roda,mas que garante uma boa sessão.

Incrível como Tom Hardy faz qualquer filme valer minimamente apena. Venom é cinema trash com orçamento de blockbuster, uma fanfarronice escancarada que não faz a menor questão de ser minimamente substancial,que assumi suas óbvias limitações.A proposta é essa:Ser uma diversão burra e descompromissada. Cash grab honesto, Venom é o tipo de produto pasteurizado hollywoodiano que foi feito exclusivamente para o público médio pouquíssimo exigente,que se sustenta no carisma de seu astro.Bom filme ruim.

Um comovente drama independente, passou praticamente batido na época de lançamento, mas agora ganha uma nova chance de descoberta no catálogo da Netflix. Da mesma diretora do ótimo Inverno da Alma, Sem Rastros é um filme calmo,sucinto, e emocionalmente arrebatador.Os temas abordados não são novidade para quem está habituado com dramas passados na América interiorana,mas a direção sensível e as excelentes atuações da dupla de protagonistas garantem uma experiência cinematográfica bem substancial.

Apesar de um final meloso e subversivo(de todas as maneiras erradas), a quinta e última rodada de Daniel Craig como 007 consolida sua reputação como um dos melhores James Bond e representa um desafio para qualquer um que se atrever a segui-lo. Assim como Ultimato, No Time to Die é o fim de um grande ciclo, não só desta franquia, como também da cultura popular. Um ''grande épico'' sobre sacrifício em prol de um ''bem maior'', entre outros clichês, com um Bond surpreendetemente humano e empático.

Embora seja visualmente estiloso e preste uma bela homenagem aos filmes 007 dos anos 60, incorporando bem os pontos da trama dos filmes anteriores com Daniel Craig, Spectre infelizmente demonstra um nítido cansaço de fórmula, com Craig cada vez mais tateante. Tudo parece muito prosaico e você nunca consegue realmente sentir afeto pelos personagens, a maioria das coisas simplesmente vão acontecendo sem nenhuma emoção. Waltz e Seydoux são bons atores, mas seus personagens são unidimensionais.

O filme 007 mais rentável da história, Skyfall foi lançado com pompa, e pegou uma tempestade perfeita na cultura popular para se destacar imediatamente como um dos melhores filmes do espião britânico. Sam Mendes faz uma bem-vinda e meticulosa subversão nos clichês da franquia, entregando uma tocante história pessoal em perfeito compasso com um thriller de espionagem.

Espremido entre o triunfante Casino Royale e o ótimo Skyfall, Quantum foi um ''pequeno'' tropeço na provocante e intensa 'Era Craig' desta icônica franquia. Tem algumas boas cenas, mas no geral, bastante esquecível.

Daniel Craig nocautea em sua estreia como 007. Um filme de James Bond muito fundamentado, inteligente e realista. Casino Royale é, para a maioria dos fãs, o melhor filme de toda série. Eu posso ver esse filme várias vezes e nunca me cansar, já que também funciona perfeitamente como um filme isolado. Daniel Craig é o melhor desde Sean Connery. Martin Campbell faz um trabalho de direção preciso e estiloso, criando um filme intenso e absolutamente satisfatório. Excelente!

Junto com Porco Rosso, o filme mais fraco do Studio Ghibli... Os visuais inspirados característicos do estúdio estão presentes, mas os personagens não tem carisma suficiente para manter o público engajado em seus conflitos. A trama é confusa, o ritmo é lento demais, e a duração é abusiva para uma animação. Terramar é como uma salada mista de temas e mensagens, e ao mesmo tempo um filme vazio, que você pode virar do avesso, sacudir, e mesmo assim nada sai. As cenas de ação são boas, porém...

O que me deixa verdadeiramente chateado hoje em dia é o fato de eu ter achado esse filme tão bom quando era criança...Acho que realmente só funciona pros pequeninos, uma grande dose de inocência é exigida para apreciar. Surpreendentemente, o filme virou cult, se você é um adulto com mínimo controle de suas faculdades mentais, recomendo no máximo duas assistidas irônicas.

Doce, ou melhor, agridoce, pra dizer o mínimo. Um filme tão cheio de afeto e sensibilidade, um elenco jovem tão carismático e bem escalado, mensagens inteligentes e inspiradoras (é basicamente um mantra de ''tudo bem ser diferente'' e ''não tenha medo de sonhar'' contínuo). O low buget atrapalha visualmente quando o filme tenta saltos maiores no final, mas nada muito comprometedor. É aquele filminho legal pra se ver enrolado no edredom numa noite fria de sábado. Ótimo!