Lupas (315)

Whisper of the Heart é tudo o que os fãs de Memórias de Ontem poderiam querer, e até mais um pouco. Conta a excepcionalmente ordinária estória de Suzuku Tsukishima, uma jovem sonhastica que aos olhos de seus pais e irmã mandona, vive no mundo da Lua, lendo livros aleatórios sem parar e escrevendo versões de canções famosas. Esse conto de amadurecimento com toques de fantasia foi uma bem-vinda aventura para fora do habitual do Studio Ghibli, assim como o seu ''filme primo''.

Sensual, subversivo, e, acima de tudo, bem interpretado, Quills é um drama de época pra lá de moderno, seja pelos temas atemporais que toca, seja pela sua natureza maliciosa, que já desperta automaticamente o interesse de um público em busca de um entretenimento mais adulto. Filmado com destreza e conduzido com maturidade e perspicácia, esta obra voou abaixo do radar durante muito tempo, foi indicado à alguns Oscars, mas não encontrou muito acolhimento junto ao público em geral.

Ancorado pela atuação carismática e comedida da jovem revelação Natalia Dyer, ''Yes God, Yes'' bebe da mesma fonte de Cults como Eleição e Mundo Cão : É uma dramédia independente sobre culpa, conservadorismo, e sexualidade. A diretora é hábil o bastante para checar todas as caixinhas necessárias para torna seu singelo projeto interessante, engraçado, e, acima de tudo, provocativo em sua temática. É um retrato seco, mas empático da juventude na américa interiorana. Um pequeno grande filme. Ótimo!

Para um filme de animação tradicional de pouco mais de uma hora de duração, feito diretamente para a TV japonesa, e lançado 1993, é surpreendentemente decente. Não é, claro, um dos melhores do catálogo invejável do Studio Ghibli, tem grandes problemas. Mas novamente, levando em consideração suas limitações e propósitos, até que é uma animação bem decente. Vale uma assistida para passar o tempo, se você for um ghibli head como eu, é sempre uma boa pedida explorar o catálogo do estúdio.

Se o óbvio fatalismo, sensacionalismo, e interesse escuso por trás de sua produção incomodam, O Dilema das Redes se redime em parte com sua ótima edição, direção dinâmica, e boa articulação na apresentação de seus temas. Eles encontraram uma maneira dinâmica e até divertida de desenvolver os argumentos, incrementando bons atores para simularem situações indiretamente geradas pelas redes sociais que podem ocorrer na vida real.

Apenas um drama mediano elevado pela excelente performance de Hugh Jackman, que não me lembro de ver tão imerso em um personagem antes.Má Educação é aquele clássico filme independente estadunidense que tem como ponto de partida questionar normas sociais do país, o famoso "american way of life",sendo basicamente uma sátira social, utilizando um senso de humor farsesco situacional para expor a hipocrisia, o moralismo torpe da coisa toda.Enfim,é um drama bem dirigido,bons valores de produção,etc...

O Castelo no Céu ainda é o Studio Ghibli engatinhando, com todos os vícios e limitações naturais de uma companhia tentando achar a sua identidade, mas os superlativos deste conto metade épico, metade intimista com doses de drama de guerra e aventura juvenil garantem uma previsivelmente sólida diversão atemporal que é uma pedida em tanto numa maratona da obra de Miyazaki. E como já era de se esperar, o visual do filme continua belíssimo mesmo depois de décadas de seu lançamento.

Uma interessante fusão de Magnólia com Seven. Tem uns problemas aqui e ali, mas no geral o saldo é positivo. Ótimas atuações do elenco estrelado, com destaque óbvio para Tom Holland, que consegue se despir da sombra de seu papel mais famoso e entrega um trabalho bem sólido, desaparecendo em seu Arvin Russell. Narrativa um pouco atrapalhada e ritmo lento demais em algumas cenas, mas a força da trama central compensa. Enfim, não é nenhuma Obra-prima, mas é um neo-noir eficiente.

A premissa é interessante, então, só pelos temas centrais e personagens, dá para se dizer que existe um filme muito bom enterrado em Pássaro do Oriente, só que bem debaixo de seus escombros de pretensão estética e seriedade involuntariamente cômica. Um thiller sem humor e com personagens que nunca conseguem de fato transmitir o que sentem ou convencer o público do que são, ''Earthquake Bird''(no original) é um filme que tenta demais ser desconstruído e autoral mas que acaba sendo só chato.

Uma parábola perfeita das várias perdições humanas.

Gostei do filme, mas não parece que foi feito pelo Studio Ghibli. Claro, a animação é linda e a historinha é boa, toca em temas delicados com desenvoltura e têm mensagens tocantes e muito oportunas para essa geração. Mas falta algo, o filme brinca com diferentes subgêneros ao longo da narrativa, que vai ficando embaralhada até demais pro meu gosto. A trama começa interessante, mas depois vai virando um melodrama familiar...

Dirigido pelo primogênito de Miyazaki, Da Colina Kokuriko é uma animação gentil, sincera, e nostálgica, que, mesmo não trazendo nada de novo ao seu lotado gênero, é uma experiência emotiva feita com talento e afeto. Um dos filmes mais doces do Studio Ghibli!