Lupas (344)

Mescla bem o tom de suspense que De Palma iniciou com o cinema pipoca que o restante dos capítulos da franquia seguiu. O roteiro é bastante simples e bem amarrado e as cenas de ação são excelentes, com destaque notável para a sequência embaixo d'água.

Thriller conspiratório vendido como blockbuster de ação. Melhor do que o esperado, com boa interpretação de um carismático Tom Cruise. Na meia hora final, no entanto, a qualidade cai.

O grande triunfo é a ótima construção da personagem de Theron, que carrega o filme inteiro nas costas, junto de Oswalt. As cenas entre os dois são as melhores do longa. Pena que os minutos finais destruam tudo que vinha sendo construído até então.

Mesmo se vendendo ao mercado americano, é um filme infinitamente superior ao original, pois abraça totalmente a bizarrice e tosqueira, criando algo genuinamente divertido. O humor, no entanto, nem sempre funciona, o que resulta em cenas bastante imbecis.

Tem algumas afetações estilísticas aborrecidas e o comentário sociopolítico do governo americano pode ficar muito na cara para o seu próprio bem, mas é uma história simples e direta, como os maiores filmes de crime geralmente são.

O que faz O Conselheiro do Crime uma experiência tão intragável é o fato de McCarthy não saber escrever roteiros cinematográficos satisfatórios. O estilo literário toma conta constantemente e Ridley Scott continua o mesmo diretor preguiçoso.

Toma algumas atitudes interessantes com o final, mas funciona mais como drama sobre depressão do que terror sobrenatural. Algumas sequências são comicamente involuntárias.

A primeira uma hora de duração, quando os personagens estão na estrada ainda, é mais interessante, pois mostra melhor a atmosfera de improviso criada pelo ótimo elenco, com destaque notável para Gaby Hoffmann.

Edwards canaliza seu melhor Spielberg e traz dignidade novamente ao réptil nipônico. No entanto, o roteiro, em que tudo e todos precisam estar conectados, é fraquinho. Aaron Taylor-Johnson nunca esteve tão ruim quanto aqui.

Muitos tentam, mas Ti West é o único que consegue com êxito criar um filme de terror que, não só funciona por si só, mas também como homenagem ao gênero da década de 70/80.

Mais interessante do que aparenta na superfície, Swanberg cria um roteiro sem afetações, com pessoas que se portam e agem como gente normal. Isso tudo, no final, faz os momentos cômicos e dramáticos ainda mais gratificantes.

As sutilezas do roteiro bem construído e as atuações do casal principal são o que elevam esse drama de terror a um nível superior em relação ao restante dos filmes de gênero do cinema independente.