Lupas (501)

Akerman filmava o ordinário e a solidão com tanta propriedade porque, possivelmente já naquela época, conhecia e convivia com o vazio, com a dor e as incertezas da vida. Belo filme.

Um labirinto tão complexo e impreciso quanto nossa memória. Uma obra de arte, literalmente falando, em que você se perde na repetição e na montagem, mas se encontra na beleza de uma fotografia tão perfeita capaz de te prender ao hotel... Assim como eles.

Sofre do clássico problema das comédias deste período: são muito curtas e, consequentemente, apressadas. Stewart e Lamarr estão ótimos juntos e a trama fora da realidade é típica de uma boa screwball. Um passatempo divertido, mas longe de ser obra-prima.

Clássico exemplo de "ame ou odeie". Satyricon (ou Decameron de Fellini, rs) é insuportável e parece nunca ter fim. Minha admiração pelo diretor sempre irá existir, mas talvez eu nunca consiga compreender, ou sentir, de fato, o cinema de Fellini.

Que filme visceral. Os minutos iniciais são brutais e o diretor não aliviou no uso da violência, fazendo o espectador tomar uma porrada no estômago a cada cena. Não é fácil de assistir e provavelmente não assistiria de novo, mas valeu muito a experiência.

Cagney brilhava em cena. Gostei que o personagem não se corrompeu mesmo após ter sofrido o que sofreu na prisão e continuou sendo leal à promessa que fez a Stacey.

O roteiro tem umas facilitações que eu não concordo tanto, mas o filme é bem conduzido e o espectador, assim como Rex, quer chegar ao final para descobrir o que aconteceu.

Somente Jodorowsky poderia dirigir um filme assim.

Clássico noir com Bogart em alta performance. Impossível não torcer para que Roy e Marie escapem e encontrem a tão sonhada liberdade que os dois tanto procuravam.

Karma police, arrest this man... Dá para ver o sangue nos olhos de Curtis almejando o doce cheiro do sucesso. O preço que se paga pela ganância e por não ter escrúpulos chega uma hora ou outra. E vem em dobro.

Difícil de digerir. Alguém precisa levar Lanthimos para um psiquiatra urgentemente.

Não consigo resistir a filmes teatrais e em que um personagem fala diretamente com o espectador. Após tanto ser dito sobre revolução na peça, os loucos decidiram fazer a sua. A obra é uma raridade que merecia ser mais discutida.