Lupas (3812)
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Mais um filme de Panahi que não deixa a peteca cair. Suas denúncias estão cada vez mais debochadas e diretas e nem poderia ser diferente, os absurdos que ele retrata são imensamente absurdos. A cena da retratação com a sociedade é genial , bem como a ida até a fronteira e o final devastador. Ainda continuo remoendo o filme dentro do filme o qual confesso até o momento não ter digerido muito bem o rumo tomado.
Eliezer Lugarini | Em 08 de Janeiro de 2024. -
A tal crítica social me parece irrelevante, o que temos aqui é uma baita filme de terror. Sim terror, daqueles que de fato consegue amedrontar o espectador, fazê-lo temer pelo curso da trama e não apenas aguardar mais um assassinato pelo caminho. Basicamente o comportamento de Signe é quase que diariamente visto nas redes sociais em uma proporção distinta, mas igualmente preocupante.
Eliezer Lugarini | Em 08 de Janeiro de 2024. -
Quando a biografia em si é muito maior que o cinema apresentado. Linda a mensagem de tratamento, mas cinema pobre, diria que está muito mais para novelão da área psiquiátrica do que um exercício de cinema contundente. Tudo muito romanceado, esquemático e maniqueísta.
Eliezer Lugarini | Em 08 de Janeiro de 2024. -
Ao me deparar com Wenders dirigindo no Japão , de cara já se faz óbvio que sua homenagem será ligada diretamente à Ozu. E assim o alemão o faz tanto na forma de filmar, de enquadar seus personagens, no ritmo e na cadência e porquê não na simplicidade da trama sempre em torno de algum laço familiar mal resolvido. A transformação da tóquio que ozu retratava já ocorreu faz tempo, aquela Tóquio rural para um grande megalópole, mas Wenders nos mostra que o tempo está em eterna transformação.
Eliezer Lugarini | Em 04 de Janeiro de 2024. -
Park é diretor fanfarrão, não há dúvidas , especialmente quando ele insere passagens de tempo estapafúrdias para tentar confundir o espectador. Seus filmes não são ruins, mas são em geral um tanto histéricos em sua vontade de surpreender. Neste caso se ele tivesse focado esforços em uma femme fatale mais "fatale" o resultado seria ais intrigante.
Eliezer Lugarini | Em 04 de Janeiro de 2024. -
Se trata do cinema padrão e corriqueiro de Kaurismaki que remete à seus títulos mais famosos dos anos 80. É tudo igualzinho e devidamente encantador como de praxe. Dois personagens proletários à margem da sociedade em busca de um pequeno afago, uma brisa de esperança. Se as folhas caem no outono, renascem na primavera.
Eliezer Lugarini | Em 01 de Janeiro de 2024. -
O título me fez, erroneamente supor, que estaria diante de um grande filme de tribunal tal qual Anatomia de um crime ( sem citar outros mais óbvios). Este exemplar francês não me conquistou, em geral o texto é pobre, a argumentação é mediana e os personagens pouco carismáticos além de uma direção muito pouco firme que transforma sua duração excessiva em algo maçante, redundante e com muita pouca fluência.
Eliezer Lugarini | Em 01 de Janeiro de 2024. -
Sou fã confesso do cinema do Wes Anderson mas suas fórmulas parecem cansadas depois de Hotel Budapeste. Asteroid é lindo esteticamente mas seu roteiro é confuso, chocho, sem graça e nada empolgante. Salva-se uma crítica á histeria do isolamento social da pandemia e talvez por isso muita gente torça o nariz.
Eliezer Lugarini | Em 01 de Janeiro de 2024. -
Me pergunto se existe algum ser que acha que estes efeitos especiais de filmes de heróis são bons? Nem mesmo quem os faz deve sentir orgulho.
Eliezer Lugarini | Em 01 de Janeiro de 2024. -
Faz algum tempo que Scorsese é um diretor formulaico, engana-se quem pensa neste adjetivo como algo negativo. Scorsese tem sua própria fórmula de fazer cinema e ela não falha nunca ( ou quase nunca). Um diretor competente demais, que conduz suas histórias de ascensão e queda com brilhantismo. Nem mesmo longa duração é passível de crítica, suas 3h e meia passam voando, quando temos em tela personagens interessantes e um clima de perigo iminente constante.
Eliezer Lugarini | Em 27 de Dezembro de 2023. -
Acho que é a primeira vez que o KMF troca seu típico "panfletarismo" de esquerda por pessoalidade ,e claro que assim sendo, consegue um entregar um filme que me agrada, afinal de contas pouco me importa a posição política de um cineasta ou de um artista. Quando avalio arte prezo por encontrar a alma do artista. Há um pouco de Panahi aqui, muito de Tsai Ming-liang e um sentimento notório da decadência das grandes cidades brasileiras.
Eliezer Lugarini | Em 27 de Novembro de 2023. -
Poxa vida, não sei explicar ao certo o que foi que me distanciou. As típicas atuações over nos filmes de carlão sempre me pareciam intencionais, mas aqui o Selton Mello derruba isso quando tenta atuar bem, logo o sentido de farsa acaba se perdendo naturalmente. Personagens em excesso me tiraram o foco ou nem conseguiram me conectar ao que deveria ser o foco da discussão que é o eterno embate entre classe. Salvou-se o "Recomeçar".
Eliezer Lugarini | Em 27 de Novembro de 2023.