Lupas (799)

Tecnicamente impecável, visualmente maravilhoso e só.

Consegue fugir de qualquer enrolação repetitiva que a proposta poderia trazer e se manter como uma boa comédia, além de criar reflexões ainda atuais sobre rotina e interações sociais.

Apelativo e machista até dizer chega, tem todos os clichês insuportáveis de comédia romântica sem conseguir criar alívios cômicos minimamente competentes. A química de Heigl e Butler - bons atores - é o que salva.

Criatividade e ousadia estão espalhadas pela concepção de Rojas, que passeia por gêneros e subtextos sem perder os traços de singularidade. Não está à altura da concepção e é irregular até demais, mas é ótimo.

É uma obra mais robusta do que a anterior de Césc Gay, mas ainda deixa a sensação de crônica de jornal pouco inspirada.

Desanda totalmente da metade para o fim. Antes disso, constrói uma trama com doses de suspense que poucos filmes em live-action conseguem e que trabalha de maneira interessante a dúvida entre imaginação e realidade.

A fotografia destaca as belezas de NY, que casam perfeitamente com o P&B, e o roteiro é bem amarrado - como um Allen das antigas sabe bem como ser -, discutindo relacionamentos e essa nova sociedade que ia surgindo.

A relação do trio principal, muito bem desenvolvida, é o fio condutor de um profundo retrato do caos juvenil, à época transgressor, mas que continua funcionando. Grandes atuações.

Preguiçoso.

Basicamente um (bom) conceito sem nenhum polimento, que tenta se deslocar do mainstream e se postular como autoral e inteligente, mas passa bem longe de conseguir sucesso.

Profundidade no roteiro, classe na direção, precisão na ambientação e excelência nas atuações. E Marlon Brando.

O miolo é problemático, principalmente pelas falhas de roteiro e pela estrutura narrativa, que após um tempo acaba cansando; mas inicia e termina bem, com ajuda da montagem ágil e do jeitão de Boyle. Não chega a dissecar a Índia moderna, mas é competente.