| Um filme que poderia render muito mais. |
Com um início de trama tenso elucidando o grosseiramente falho e o corruptível sistema judicial existente nos Estados Unidos – o que pode ser considerado a qualquer país --, “Law Abiding Citizen” tinha potencial para se tornar um grande e representativo filme sobre o assunto. Infelizmente, aderir aos efeitos especiais para enaltecer momentos exagerados de ação e ao embelezamento do enredo com a justiça feita pelas próprias mãos, no caso por um inteligentíssimo criminoso/vítima que frui incessantemente da violência, prevaleceram na maior parte do filme.
Curta, intrigante e revoltosa, a abertura apresenta-nos Clyde Shelton ( Gerard Butler ), um pai de família que presenciou as mortes de sua filha e esposa durante um assalto em sua própria casa, invadida por Clarence Darby e Rupert Ames, sendo o primeiro o assassino. Findada a tragédia, Shelton recorre à promotoria a fim de prendê-los. No entanto, Nick Rice ( Jamie Foxx ), promotor preocupado mais com a reputação no trabalho, prefere realizar um injusto acordo com Darby para incriminar somente Ames e minimizar a pena de Darby para 5 anos ( 3 anos no final das contas ) pela colaboração, o que garantiria mais uma causa ganha para Nick, mas benevolente demais com o assassino.
Angustiante? Sim. Clyde refutou qualquer tentativa de acordo com os acusados. O que fez o Nick? Ignorou-o e cometeu uma injustiça enorme. Logo, Clyde, atônito, decide fazer ele mesmo o que os nossos defensores da lei não podem fazer por ele e por qualquer outro cidadão, justiça. Posteriormente, Shelton mata Darby e é preso. A partir deste momento, algo muito interessante acontece: Clyde utiliza os erros presentes nas leis a seu favor e faz uma série de críticas alegando a defeituosa justiça feita no país.
Nossa, uma grande trama está por vir! Certo? Discordei após assistir a mais alguns minutos do filme. Consecutivas tentativas fracassadas de indagações girando em torno de “como pode ser Clyde Shelton tão esperto a ponto de premeditar os planos perfeitos numa cela? Quem e onde faz?”, cenas violentas exageradas e um final tolo e passivo prejudicaram irreversivelmente o filme, muito mesmo.
Portanto, a decepção de ver o excesso dominar o essencial foi o que senti ao assistir “Law Abiding Citizen”. Uma pena.
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