Um dos melhores filmes brasileiros que já vi. Com um história interessante, boas atuações e uma trilha sonora poética por Caetano Veloso, de fazer muito marmanjo se emocionar. Ele tem um jeito de como o Brasil é visto pelo mundo, com o samba, favela, violência, pobreza, beleza e carnaval, só faltou o futebol.
O filme é baseado na peça Orfeu da Conceição, de Vinicius de Moraes e conta a história de Orfeu (Toni Garrido), um famoso compositor de uma escola de samba que durante os últimos preparativos para o desfile de Carnaval conhece Eurídice (Patrícia França), jovem recém-chegada à favela em que vive. Logo nos primeiros contatos, os dois se apaixonam perdidamente, mas entre os dois surge Lucinho (Murilo Benício) e ainda as ex-amantes de Orfeu que tentarão de todas as formas acabar com o amor entre os dois.
Verificando tecnicamente essa obra temos um grande trabalho técnico, tanto pela fotografia, som, efeitos especiais, pela direção e adaptação de Cacá Diegues e o melhor, a trilha sonora. Esse trabalho técnico se deu pelo orçamento de sete milhões de reais que realmente foram bem utilizados no que se pode ver.
Quanto às atuações temos o casal de protagonistas que apesar de receber várias críticas, observo o mesmo de maneira diferente, pois mesmo com todos os defeitos, Toni Garrido é espontâneo, canta muito bem e não tem culpa de dizer tudo no mesmo tom, ele tem seu charme. Assim como Patrícia França que é uma graça e competente atriz. Também temos como vilão, Murilo Benício (que tem mania de imitar Marlon Brando), na melhor atuação do filme, premiado pela indicação ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de 2000. Complementando, também há belos momentos de interpretação de Milton Gonçalves (como o pai evangélico), Zezé Motta (como mãe descrente), Isabel Fillardis, que além de bonita é boa atriz, e Silvio Guindane, o Basílio da marcante novela O Clone de 2001, que nas cenas finais, chega a fazer muitos chorarem por sua interpretação.
Cenas marcantes que não me saem da cabeça como a que Orfeu canta para os garotos na laje a música para o sol nascer, aquela em que Eurídice e Orfeu se falam
pelo telefone e também tem aquela em que Orfeu desfila pela escola de samba e todos o vêem pela TV.
Diante de toda essa beleza, o público nacional também prestigiou em peso o filme nos cinemas, sendo visto por aproximadamente quase um milhão de pessoas. E diante de toda
essa popularidade, Orfeu foi o representante brasileiro à categoria de melhor filme estrangeiro do Oscar 2000, do qual não conseguiu indicação. Porém conseguiu vencer três
prêmios do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de 2000 (melhor filme, melhor fotografia e melhor trilha sonora) e ser indicado à outros quatro (melhor diretor, melhor ator, melhor lançamento e melhor edição).
Um dos mais lindos filmes da atual safra brasileira, recomendo à todos!
Por fim, deixo uma dos vários trechos que temos um diálogo romântico no filme:
Eurídice diz para Orfeu pelo telefone:
- "Orfeu?"
Ele responde:
- "A partir de hoje eu não sou mais Orfeu, Orfeu agora é Eurídice e Eurídice é Orfeu, é tudo uma coisa só!"
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