Esteve envolvido em 125 projetos, a maioria filmes comerciais que já estavam esquecidos antes mesmo de sua morte.
Produtor e diretor menor na França, Claude Berri também foi roteirista e ator limitado nos mais de 50 anos a que se dedicou ao cinema. Morreu aos 74 anos de um acidente vascular cerebral na segunda semana de janeiro enquanto dirigia seu vigésimo filme, Trésor (Tesouro).
Ele foi o produtor de um dos menores filmes do Polanski, Tess, e o duplo Jean de Florette / A Vingança de Manon (Manon de Sources), sucesso comercial francês sobre a vida no interior do país, seus trabalhos mais conhecidos. Um de seus curtas, Le Poulet (O Galo), venceu o Oscar da categoria em 1965. Ao todo, esteve envolvido em mais de 125 projetos, a maioria filmes comerciais que já estavam esquecidos antes mesmo de sua morte, como O Segredo do Grão (La Graine et la Mulet, 2008), vencedor do último César, que ele produziu.
Sua carreira internacional nunca conheceu êxito, mas na França ele tinha algum respeito, em parte por conta da popularidade de seus filmes que dificilmente transpuseram as fronteiras francesas. É dele Bienvenue chez les Ch’ts, que conseguiu 20 milhões de entradas na França, um sucesso próximo ao que Titanic fez no país.
Parisiense de nascimento (de julho de 1934), começou como ator de teatro. Em seguida atuou em Le Bon Dieu sans Confession (O Bom Deus sem Confissão, 1953), de Claude Autant-Lara, um dos cineastas odiados pela turma da Nouvelle Vague. Em seguida, bandeou-se para o lado dos jovens turcos e fez dois filmes de Claude Chabrol, um de seus melhores, Entre Amigas (Les Bonnes Femmes, 1960) e no episódio Avareza, de Os Sete Pecados Capitais (Les Sept Péches Capitaux, 1962), além de L’Homme Blessé, de Patrice Chéreau. Como ator, seu último trabalho foi Astérix et Obélix: Missão Cleópatra (Astérix et Obélix: Mission Cléopâtre, 2002), de Alain Chabat, outra lamentável bobagem comercial, que recebeu inclusive criticas de ser racista.
Passou para a direção logo cedo na carreira, com o curta vencedor do Oscar, seu primeiro trabalho, mas nunca abandonou a carreira de ator, que conta com mais de 30 filmes, sendo que bem pouco deles fugiram da mediocridade, como French CanCan (1954), de Jean Renoir. Só venceria outro prêmio novamente, o César francês, quase vinte anos depois, em 1984, com Tchau Mané (Tchao Pantin). Com o sucesso de Jean de Florette / Manon des Sources, ele enfileira um série de adaptações pesadonas de romances históricos franceses, como o abominável Germinal (1993), com Gérard Dépardieu, outra nulidade assim como Lucie Aubrac - Um Amor em Tempo de Guerra (Lucie Aubrac, 1997). Foi também diretor da Cinemathèque e abriu uma galeria de arte, apaixonado que era pela arte contemporânea.
Foi em 1987 que Berri abriu sua produtora cinematográfica, Renn Productions. Ficou mais preocupado com a saúde financeira da empresa, seja como produtor ou diretor, no que foi relativamente bem sucedido, vista o sucesso de Bienvenue chez les Ch’ts, do que em seu legado artístico.