Tim Burton e Johnny Depp, visualmente sempre impecável, mas com argumentos às vezes discutíveis, é uma parceria que ainda vai longe
Quando somos avisados sobre (mais) uma parceria entre Johnny Depp e Tim Burton, o mínimo que podemos esperar é outro personagem inusitado ou excêntrico, bizarro e até fascinante, em meio a uma trama improvável (dentro da normalidade), mas original e interessante. No caso de Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, todos esses elementos podem ser notados facilmente, onde o uso de um musical para relatar tal estória só torna a obra mais atrativa.
A trama se passa em Londres, em um período não especificado. Benjamim Barker, é um barbeiro, casado e que tem uma filha. Então, ele é preso sobre uma acusação fajuta feita pelo Juiz Turpin, que após tirar o barbeiro de cena, fica com sua esposa e filha. Quinze anos se passam, e Benjamim retorna ao cenário, agora com o nome de Sweeney Tood, em busca de vingança, e para isso contará com a ajuda da vendedora de tortas, a Srta. Lovett. Baseado em um musical da Broadway.
De um lado temos o sádico e vingativo Benjamim Barker, ou posteriormente, Sweeney Todd. Do outro o antagonista, o Juiz Turpin, um personagem egoísta e inescrupuloso. Os coadjuvantes são conseqüências desse embate entre os dois personagens, a vendedora de tortas, frustrada e falida, A Srta. Lovett, o outro barbeiro, o oportunista Signor Adolfo Pirelli e Beadle Bamford, braço direito do Juiz Turpin. Ainda temos o marinheiro sonhador Anthony Hopee e a filha do protagonista Johanna.
Seria cômico, se não fosse trágico, ou o contrário. Toda a trama chega a ser fascinante, de tão banal. Canibalismo, treinamento para cortar garganta, tortas de carne humana, tudo isso em um musical, misturando comédia e terror, comina com uma obra muito mais atrativa. Não é cansativo em nenhum momento, pois há sempre algo que acresce ao espetáculo da trama, os musicais são um pouco repetitivos, mas sempre funcionam.
Tim Burton mostra seu talento mais uma vez, mesmo que para o pitoresco. Nem a direção é afável em nenhum momento, com sangue em toda parte. O roteiro por si só é atroz, obscuro e cruel. Mas até para isso, é preciso talento, coisa que Burton tem de sobra, e talvez, com essa trama, nessas circunstancias, com esses elementos só viria a sair da cabeça insana do diretor.
Em relação ao elenco, por vezes, pode-se lebrar da franquia Harry Potter, com os interpretes de Severus Snape, Bellatrix Lestrange, Peter Pettigrew e Borat, claro que, esse último não é de Harry Potter. Alan Rickman, Helena Bonham Carter e Timothy Spall respectivamente, fazem ótimo trabalho, e o Borat, ou, Sacha Baron Cohen está igualmente excelente. Mas o destaque mesmo,foi Johnny Depp, e ser indicado ao Oscar por um papel desse não é para qualquer um. Depp é infalível, está impecável e fiel ao que pede a proposta.
Como é de praxe na carreira do diretor, a parte técnica é sempre deslumbrante, o figurino e a maquiagem estão condizentes com a situação gótica e indigesta da trama, a fotografia e os efeitos visuais fazem um trabalho com muito êxtase melhorando ainda mais a experiência, tudo irreprochável.
Enfim, Sweeney Todd, o personagem, é mais um que entra para a lista da parceria entre Depp e Burton, por seu lado pitoresco, memorável e até extasiante, e Sweeney Todd, o filme, retratando um ego excêntrico e excluído, mais uma vez por eles, Depp e Burton, é outro que sempre será lembrado por seus trejeitos peculiares, mas vindo deles, Depp e Burton, é super aceitável.
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