"De vez enquando aparece uma obra-prima para nos encantar".
Titanic é considerada uma obra-prima por muitos. Mais antes de falar sobre o filme, posso descrever, em minha concepção, o que pra mim significa a palavra 'obra-prima'. Obra-prima pra mim é a reunião e a junção de fatores (como produção e roteiro) que fazem de um filme ser lembrável. É importanto por exemplo em uma obra-prima se ter diálogos inteligentes ou melo-dramáticos. São cenas marcantes (como repletos de efeitos especiais ou uma cena dramática, como acontece em Notas Sobre um Escândalo) que fazem de um filme o seu próprio marketing; mais também é de sua essência (como a métrica e o tempo) que se faz um grande sucesso.
A soberania de um filme não pode ser totalmente direcionada exclusivamente para os seus efeitos ou para seu roteiro. Titanic, um de filme de 1997, teve bons efeitos, bom roteiro (James Cameron), e ainda: bons atores (Leonardo DiCaprio - o Jack -, Kate Winslet - a bela Rose -, Billy Zane - o ambicioso 'Cal'-, Kathy Bates - a doce, e ao mesmo tempo intransigente Molly, 'a nova rica' -, Frances Fisher - a interesseira Ruth; boa trilha sonora (My Heart Will Go On, a qual foi totalmente desmembrada e tirada daí quase toda a trilha do filme, uma sonoridade impecável), boa fotografia e boa montagem. Agora peguemos esses 'boa', e mudemos para excelentes, magníficos, ótimos. Por que é isso que é toda a produção do filme. Uma perfeição que vai desde da produção até a estilização dos personagens.
A estória se baseia, percificamente, num romance, quase impossível. Um rapaz pobre (Jack Dawson, papel de um dos queridinhos de Hollywood Leonardo DiCaprio) se apaixona por uma moça rica (de nome quase inominável Rose DeWitt Bukater, papel da inglesa Kate Winslet). A paixão, que de princípio parece ser impossível, se transforma, por parte dela numa amizade natural, após ele a salvar de uma queda mortal. Por causa disso, Jack por causa desse feito é convidado para um jantar com os ricaços do navio. A vestimenta Jack é deliberadamente apropriada por Molly. No jantar ocorre tudo bem, todos se apaixonam pela essência que o pobre rapaz segue; menos é claro, a interesseira Ruth, mãe de Rose. Apartir desse jantar eles ficam mais amigos. Conversam na proa, falam do futuro. Fazem planos. Dessa paixão, nasce o amor. O amor mais belo do cinema (mais puro e jovial também). Num clichêzão já usado diversas vezes, esse amor é interrompido pelo desastre do navio. O romance apartir daí acaba, e dá lugar á uma ação ininterrupta. Uma sequência de explosões, desastres, muita água, muito drama, muito sofrimento e muita, mais muita emoção. Toda a sequência é guiada por uma trilha doce, quando se deve ser (de violinos, doces e magistrais; numa cena lírica), e por uma trilha alta, com roncos, tremores audio-visuais e com ar catastrófico. O navio afunda, efeitos de James Cameron (diretor) são perfeitos, exagerados, mais um exagero conveniente.
O fim mais emocionante dos últimos tempos. O fim menos esperado também. E o fim mais bem-elaborado, e que nenhum outro diretor e roteirista (há não ser James Cameron) poderia imaginar. Jack morre, e faz com que Rose viva a vida belamente. A promessa compromete o fim do filme, e a cena do afundamente de Jack cumpri toda a carga dramática que se transforma num terror e numa dor tão grande para o expectador que todos saem chorando das salas de cinema sem nenhum pudor. Ainda com todo esse roteiro dramático e fantástico (um desafio sem precedentes para Cameron) ocorre, como em qualquer épico, erros, não tão graves, mais agudos que fazem com que a estória torne-se 'pirata' e sem controvérsias. Mesmo assim, a obra criada por Cameron se desculpa com qualquer erro cometido. Sua fantasia e seu amor encenado pelos dois atores não dispõem de histórias verídicas.
A produção é exuberante. Nada escapa em imperfeição, todo ele é bem montado. A fotografia dispõe de comentários, é grande, circular (aguça os olhos), panorâmica (reflete toda a imagem adversa) e convexa (não perde nenhum detalhe mesmo que mínimo que seja). A montagem é uma dádiva. A criação da réplica do navio é perfeita. As pessoas se jogando em desespero do navio é de dar arrepios (nos sentimos, tanto assistindo no cinema quanto em casa, que estamos lá no navio por afundar). O navio se partindo no meio é de beleza descomunal. A luz escura (compromete o total horror), a luz vermelha (a paixão, faz-se emocionar o expectador), a amarela (a cumplicidade).
Os ganhos do longa além de serem merecidos são indiscutíveis para o público e para a crítica. O filme abre as portas para dois astros do cinema (DiCaprio e Winslet, talentóssissimos). Abre também as portas para mais um novo romance, trágico, baseado na obra Shakespeareana. Com louvor, o sucesso é eminente: bilheteria mundial de US$ 1,842,879,955, a maior de todas.
O filme Titanic ultrapassa a normalidade e a naturalidade do cinema moderno. Ele além de revelar novas técnicas de produção a sua forma de perfeccionismo (usada exclusivamente por Cameron) garante sua perfeição na imagem (parte dos atores e da produção, como montagem e fotografia) e no áudio (Melhor Som). O filme garante entretenimento e emoção, raiva e muito choro.
O sucesso de Titanic, considerado por muitos críticos como uma obra-prima moderna, é direcionada exclusivamente para o diretor James Cameron, que guiou todo o elenco e toda a produção com mãos de ferro, muita autoridade e muita simplicidade. Só esperamos que se tenha mais destes pelas produções do cinema. O cinema falta, na verdade, hoje em dia, são diretores como Cameron, com mãos de ferro, e leves para criar uma obra tão espetacular como essa.
É como diz as palavras-chave: é uma estória de um amor impossível, que é circuncidado por ambição (O Coração do Oceano, o diamante) e por uma tragedia que parece interminável. Uma perfeição, uma verdadeira poesia de horror.
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