"Apesar do roteiro belíssimo, pode apenas merecer destaque entre filmes de suspense".
Não sei se podemos dar maior ênfase a um comentário a respeito do O Sexto Sentido (1999) ressaltando, e impondo o seu sucesso na imagem de M. Night Shyamalan (direção e roteiro) ou de Haley Joel Osment (ator que interpreta Cole, o 'menino' que vê pessoas mortas), os dois na verdade, são o filme em si. Mas, para tentar pelo menos facilitar um pouco, vou descrever os dois de uma forma simples.
O roteiro de Manoj Nelliattu Shyamalan, conhecido profissionalmente como M. Night Shyamalan, não só em O Sexto Sentido como em Corpo Fechado (2000) e o sucesso Sinais (2002) é repleto de metáforas, mistério e reviravolta. Em 2000, Shyamalan escreveu e dirigiu o filme Corpo Fechado (Unbreakable, no original) - o filme de super-herói. Esse filme é considerado uma obra-prima por parte do público e crítica. É cheio de controvérsias e insensatez. Em 2002 Sinais (a invasão de extraterrestres) foi um filme riquíssimo em metáforas, como já disse (afinal, ele usa isso muitíssimo bem, e sabe usar como ninguém), e não há uma resposta única para sua proposta. Com tanta controvérsia, com o bom elenco (incluindo Mel Gibson, de O Patriota (2000), o porto-riquenho Joaquin Phoenix de Johnny & June (2005) e a revelação dos últimos tempos Abigail Breslin do mais novo Uma Prova de Amor (2009) compõem o elenco de sucesso), a ótima qualidade técnica, Sinais foi um estrondoso sucesso mundial. A técnica de Shyamalan foi esguiando, com o tempo, entre o suspense e uma pintada de drama (técnica usada em O Sexto Sentido), o que o fez transformar-se em um perfeito perfeccionista. Agora, entretanto, logo após dos três grandes sucessos, O Sexto Sentido, Corpo Fechado e Sinais vinheram uma sequência de realizações que bombardiariam sua fama, mais pior, seu status presente: A Vila (2004) (sobre a A Vila, alguns dizem: "o nível de terror - o terror gótico - e suspense proporcionado nesse seu trabalho está entre os maiores da década no cinema norte-americano"; outros diminuem seu status com diferenças no setor comercial, comparando com outros do mesmo diretor: "o sucesso comercial de A Vila foi bastante grande, embora relativamente inferior a Sinais") e A Dama na Água (o total fracasso: A Dama na Água (o conto maravilhoso) é uma mistura de drama, suspense, terror e fantasia, em um cenário urbano. Foi escrito originalmente como uma história para dormir para seus filhos. A Dama na Água foi uma resposta do diretor às suas críticas nos dois trabalhos anteriores. Um de seus personagens – um arrogante crítico de cinema – é cruelmente assassinado pelo monstro do filme. O filme foi um fracasso de público e crítica), os dois são realizações de roteiros sem proporções de cinema, mais sim, um esmero rascunho. Algumas curiosidades podem ser recorrentes na técnica do indiano Shyamalan: como se vê em seus filmes, eles sempre têm uma espécie de reviravolta surpreendente no final: a maior delas pertence a O Sexto Sentido, mas as revelações finais de Corpo Fechado e Sinais são também muito intensas. Outro ponto também muito interesante é o uso quase que excessivo da religião: fé e religião são temas recorrentes no trabalho do diretor. Isso fica evidente em Praying with Anger (1992), primeiro trabalho equalizador de reconhecimento, Olhos Abertos (1998), O Sexto Sentido e Sinais. Outro tema recorrente de seus filmes são pessoas comuns vivendo situações extraordinárias. Bruce Willis em O Sexto Sentido e Corpo Fechado e Mel Gibson em Sinais são exemplos disso. O diretor e roteirista foi indicado em 2000 para o Oscar de Melhor Diretor por O Sexto Sentido, o vencedor foi Beleza Americana (1999) e de Melhor Roteiro Original também pelo mesmo filme, Beleza Americana também ganha; M. Night Shyamalan não ganha nenhum, 'seu' filme é indicado para seis oscars: Melhor Montagem (vencendo Matrix), Melhor Roteiro Original, Melhor Atriz Coadjuvante (vencendo Angelina Jolie por Garota, Interrompida (1999); a indicada foi a perfeita Toni Collette), Melhor Ator Coadjuvante (vencendo Michael Caine por Regras da Vida (1999); o indicado o jovem Haley Joel Osment), Melhor Direção (vencendo Sam Mendes por Beleza Americana) e Melhor Filme. Ainda por isso, de sair de mãos abanando, o diretor ganha âxito sensacional, sua imagem de diretor e roteirista apartir daí, é mundial.
O talentoso Haley Joel Osment foi indicado pelo filme á Melhor Ator Coadjuvante, não ganha, mais por isso obtêm fama e sucesso, esse que lhe seria congratulado um ano mais tarde. Antes de brilhar como o 'sofrido' Cole Sear, o menino que vê pessoas mortas, ele realiza dois outros trabalhos: o chato Bogus, Meu Amigo Secreto (1996) e o longa de sucesso Forrest Gump - O Contador de Histórias (1994) ainda com seis anos, mesmo assim, demonstra um Dom surpreendente. Em 2000 realiza um trabalho belíssimo ao lado de dois grandes montros do cinema, o filme A Corrente do Bem (2000), com Kevin Spacey e Helen Hunt, não difere muito do anterior de Osment, é carregado de drama e de uma força descomunal de diálogo. Em 2001, A.I. - Inteligência Artificial fecha uma carreira de sucesso no cinema, por fim, um dos maiores e mais talentosos atores jovens de Hollywood termina sua carreira de sucesso e repleta de obras-primas.
Entre os dois atores, posso também destacar, fora a atuação impecável de Osment e a direção aguda de Shyamalan uma produção linda. Uma fotografia que combina com o ambiente (uma montagem cheia de escuridão e combinada com uma áurea de angústia regida pela trilha aterrorizante), e uma maquiagem leve mais muito verdadeira (por milagre sem exageros). A beleza e a leveza do filme, por vezes, pode ser comparada com outros clássicos do cinema (Nosferatu, de 1922). O tempo do filme é ótimo, não foi esticado, nem teve suas cenas de terror alongadas; isso o fez ativo e com o diálogo, apesar de ser quase exímio (e quando se tem, é fantástico; é persuasivo e atraente, enigmático e misterioso, dá arrepios), rápido e bem elaborado. O desenrolar da trama é lento, mais no seu decorrer o expectador é transformado em uma marionete, seguindo e objetivando qualquer suspeita de desvendamento, o que no final, todos estão terrivelmente enganados. Ainda que indicado há várias categorias, e não ter ganho em nenhuma, o merecimento da produção é evidente.
Os dois, Osment e Shyamalan são os dois astros do filme. Um complementa o outro e Shyamalan soube usar muito bem o Dom dele. Por fim, o sucesso de O Sexto Sentido não pode ser direcionado a nenhum dos dois, mais por todo o elenco, que é perfeito. Bruce Willis também está muito bem no filme, mais não pode merecer destaque. Toni Collette é uma imagem forte no filme, atraí mais o expectador para a tela. Por fim, o filme pode se destacar entre outras obras-primas, mas merece destaque imediato entre sucessos do suspense.
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