Um dos melhores atores de ação das últimas décadas, além de ter talento para o drama.
Um ator de ação que consegue atuar. Creio que essas palavras poderiam definir muito bem Bruce Willis, pelo menos da perspectiva de um fã. O ator nasceu em 19 de março de 1955, em uma base militar na Alemanha, mas acabou crescendo na cidade de PennsGrove, no estado de Nova Jersey. Foi morar em Nova York com o objetivo de ser ator, mas iniciou trabalhando em bares. Foi justamente durante seu trabalho em um bar que um diretor o descobriu. Segundo o diretor, Bruce Willis tinha uma boa personalidade para cinema e foi chamado para fazer um pequeno papel de barman em um filme chamado O Primeiro Pecado Mortal, em 1980.
A partir daí, Willis trabalhou em mais alguns filmes como extra, e finalmente tornou-se ator conhecido com o seriado de sucesso A Gata e o Rato, que existiu entre os anos de 1985 e 1989. Com a carreira em ascensão, o ator foi dirigido por John McTiernan em 1988, em um de seus maiores sucesso até hoje (e um dos melhores filmes de ação dos anos 80), Duro de Matar. Willis ganhou US$ 5 milhões para atuar no filme, o que na época foi um recorde (hoje os maiores atores de ação ganham US$ 20 milhões em média por filme). Duro de Matar rendeu US$ 83 milhões, o que para a época era uma quantia exorbitante em se tratando de um filme não-continuação com um protagonista não muito conhecido do público de cinema. Pronto: Bruce Willis entrara no primeiro escalão de heróis de ação do cinema moderno.
Em 1989 o ator fez Fantasmas da Guerra, onde ele é um ex-combatente do Vietnã, em uma de suas primeiras tentativas de atuar mais dramaticamente. É um filme simpático, pequeno, e embora não seja exatamente bom, o ator já mostrou um pouco de suas qualidades artísticas. No mesmo ano Willis confirmou seu sucesso no cinema ao emprestar sua voz para um bebê em Olha Quem Está Falando, enorme sucesso comercial (fez US$ 140 milhões apenas nos Estados Unidos).
Obviamente, ficou logo claro que com seu sucesso, o ator logo se transformaria em uma ferramenta de fazer dinheiro (e ganhar também, claro) para os executivos de Hollywood, tanto que ainda em 1990 foi lançado Duro de Matar 2. Resultado: uma bilheteria ainda maior e mais um filme de ação de qualidade. Olha Quem Está Falando Também foi lançado no mesmo ano, e embora tenha sido também um sucesso razoável, estava na hora do ator se reciclar.
A Fogueira das Vaidades, dirigido por Brian De Palma, um diretor reconhecido e respeitado pela crítica foi muito mal recebido por todos, e o filme que co-escreveu, Hudson Hawk - O Falcão Está à Solta, em 1991, foi ainda mais mal recebido. Foi a primeira crise na carreira do ator, mas para seu próprio bem seu nome já era suficientemente forte para ficar acima das críticas. Essa pequena crise durou alguns anos, quando ele atuou em trabalhos ruins ou que não traziam nada de novo à sua carreira. Mas em 1994 ele participou de um dos mais importantes filmes da década: Pulp Fiction - Tempo de Violência, ao lado de um elenco estelar, onde todos atuaram magistralmente. Esse é um dos melhores filmes de todos os tempos segundo a opinião de centenas de críticos e boa parte do público. Embora o sucesso do filme não se deveu principalmente à Willis, ele poderia respirar aliviado: sua carreira voltara à toda.
Na segunda metade da década de 90, o ator mostrou-se bem regular, alterando sua participação entre papéis comercialmente seguros (filmes de ação) e outros mais arriscados, alguns de grande sucesso crítico e outros nem tanto. Em relação ao primeiro caso, Willis atuou em outra sequência de Duro de Matar, em O Chacal, em O Quinto Elemento, em Armageddon, entre outros; em relação ao segundo Willis participou do aclamado Os Doze Macacos, do famoso diretor Terry Gilliam (Brazil - O Filme). Mas não foram só sucessos: o bizarro À Beira da Loucura foi desastroso, mas é um filme tão pequeno que não interferiu no seu nome.
Bruce Willis nunca foi muito conhecido como um grande ator dramático: o público sempre o viu como um estereótipo do mocinho musculoso salvador do mundo. O mais perto que ele chegou de uma grande premiação como o Oscar foi em 1999, quando atuou em O Sexto Sentido, do diretor M. Night Shyamalan. Não chegou a ser indicado, mas é consenso entre críticos que este é um de seus melhores - senão "o" melhor - papel dramático de sua carreira, e deve ter ficado muito perto de uma nomeação naquele ano. Além da boa apresentação crítica, O Sexto Sentido também foi o maior negócio da sua carreira: contando cachê, participação nas bilheterias e vendas de vídeos, o ator acabou faturando US$ 100 milhões aproximadamente (!!) com o título.
Depois do sucesso em O Sexto Sentido, parece que o ator relembrou de suas veias cômicas, praticamente abandonadas desde os tempos onde dublara Olha Quem Está Falando. Entre 1999 e 2002 fez comédias como A História de Nós Dois, Duas Vidas e Vida Bandida. Em 2000 voltou a reafirmar parceria com o diretor Shyamalan, ao participar do já cultuado Corpo Fechado, que dividiu a crítica e o público, mas fez bastante sucesso.
Em 2001, Bruce Willis declarou que não atuaria mais em filmes de ação do tipo "vou salvar o mundo", entristecendo muitos fãs. De fato ele está cumprindo a promessa: embora tenha feito mais alguns filmes do gênero, como A Guerra de Hart em 2002 e Lágrimas do Sol, em 2003, estes foram papéis mais dramáticos do que de ação, e ele não pode exatamente ser chamado de "herói" nesses filmes.
Depois de desistir dos filmes de ação (embora um possível Duro de Matar 4 seja lançado em 2005), muitos ainda duvidam que a carreira do ator, que fará 50 anos em 2005, vá muito longe. Seus últimos filmes não rendem mais como antigamente, embora sejam bons em sua média. De qualquer forma, Bruce Willis é um dos maiores atores de ação que o cinema Hollywoodiano já concebeu.