Lupas (8)

O enredo é semiautobiográfico e inspirado em acontecimentos reais da vida de Song, especificamente em um jantar que ela teve com seu marido que fala inglês e sua amiga que fala coreano visitando Nova York, enfim, bem menos trágico que o filme, que me doeu profundamente com o desfecho, gostei da definição de “In-Yun” (providência) se duas pessoas estranhas se encontram acidentalmente é porque deve ter havido algo entre elas em suas vidas passadas. Um filme sensível, delicado, gentil, emocionante.

Fazia muito tempo que eu não me encontrava diante de um romance heterossexual, não que isto seja relevante, mas em minha memória de cinema recente o romance me parece um gênero que só vinha abraçando causas homossexuais. Tem seus méritos por ser um filme amargo, bem filmado, sem abraçar os exageros românticos do gênero mas confesso que não me arrebatou quanto menos senti química entre o casal (não-casal). O amor deles , pelo menos na vida em tela, não me convenceu.

É forte nos diálogos e faz refletir bastante, mas falta muita coisa. Talvez precisasse de mais uma hora de filme.

Um romance calcado na realidade, onde tudo que se vê nos contos de fadas é descartado. Até nos vale a reflexão que, e se em dado momento das nossas vidas, aquela oportunidade que a gente estava convicto que era pra ser nossa, acabou não ocorrendo. Se tivermos uma outra vida, essa oportunidade certamente virá, pois é o nosso "in-yeong". Acontece que nesse filme e na nossa realidade, temos que sempre andar em frente, fazendo um futuro melhor, e olhar para o passado apenas como uma boa lembrança.

Que filme lindo, e triste, e lindo, e triste, e...

"In-Yeong" (인연 em coreano) é um conceito que se refere ao destino ou conexão entre as pessoas. Essa ideia tem raízes profundas na filosofia e na cultura tradicional coreana, referindo-se a certas relações que são predestinadas ou têm um significado especial, e que pode ser aplicado a relacionamentos amorosos, amizades ou até mesmo encontros casuais que têm um propósito mais amplo. Essa é a condução da trama de "Past Lives", onde Nora (Greta Lee) e Hae Sung (Teo Yoo) terão sua história realista.

Mais um filme que entra pra minha lista "EU NÃO SOU UM CINÉFILO CULT". rs

Se fosse pra categorizar, acho q desde a trilogia do Linklater que eu não via um, digamos, "romance" desse nível. Um tanto de escolhas acertadas, ângulos de câmera, silêncios, trilha ou falta de, fotografia, tudo muito bonito e eficiente naquilo que quer passar. A vida adulta é uma merda.